Entre, o mundo interior é teu!

Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.

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domingo, 31 de maio de 2009

PARA QUEM TEM UM AMOR NA DEPRESSÃO,

O Senhor não remedia a tristeza, ele cura.

Depressão tem cura. Olá! Muito prazer! Também fui um depressivo. E desejo te contar um pouco de minha luta na depressão e como fui misericordiosamente resgatado dela. Não vou esperar o término do artigo para te sugerir a cura de graça para essa chaga desgraçada. Cura é mais do que remédio. Remédio combate um mal. Cura restabelece do mal. Remédio alivia, cura resolve. E graça? Graça é um presente do Eterno que ao recebermos com gratidão se transforma em cura com Deus. Desgraça é não receber presente algum de cura em Deus. Então, queira o teu Criador que você, gente curada, nunca caia ou recaia no abismo da depressão. Mas se cair, a graça de Deus te é oferecida na cura. A cura, quando assimilada com fé, sara toda e qualquer fraqueza física, espiritual e psíquica. Eu gosto de lembrar que do Senhor nosso Deus provêm não um remédio, um alívio parcial do mal, mas sim uma cura completa! Deus cura da depressão, meu amado, minha amada! Ele sara completamente o corpo e a alma. Entregue a dor de seu amor (parente ou amigo) a Ele! Leve seu amor a render-se a Ele. Que seu amor receba de graça a cura por Ele.

Você pode ajudar. Por que não me refiro diretamente ao depressivo, mas a você, um amigo ou parente de quem dói na depressão? Por que sugerir que você (um não-especialista) ajude seu amor diante dessa doença da mente? Porque na minha experiência o depressivo precisa de ajuda amorosa, tanto quanto de ajuda clínica. Ele ou ela é tão doente quanto qualquer paciente de cuidados médicos. É preciso que se leve o paciente ao médico ou vice-versa. O menor caminho à cura da depressão depende de você conduzir o paciente amado aos cuidados do Senhor nosso Deus, o Médico dos médicos. Eu creio na dispensação da cura em Deus através da prática do amor ao próximo. Seu parente, seu amigo, seu amor precisam desesperadamente de Deus e de você nessa hora. Intermedeia a cura da depressão pela pessoa querida, pelo amor de Deus!

Meu amor me ajudou. Era uma vez, 1992! Quando não tive mais recursos, quando a família se cansou, quando os amigos se distanciaram, o carinho de minha mulher me fez ajoelhar na sala do pequeno apartamento universitário, inclinar o rosto até que ele tocasse no piso, e chorar amargamente aos pés de Jesus, rogando-lhe Sua cura. Eu chorei um choro de rendição, um choro do medo de quem está diante do abismo chamado inferno letárgico. Chorei me entregando, me abandonando no Senhor. Chorei sem timidez diante dela e de meus dois filhos pequenos. Chorei de soluçar, dizendo em voz alta a Jesus que se ele me curasse da depressão eu seria um cara obediente a Ele. Chorei dizendo que eu nunca mais o deixaria em segundo plano na minha vida. Ensopei de lágrimas o carpete bege até que meus 100 bilhões de neurônios reconfigurassem (na massa cinzenta do cérebro doente) meu compromisso de jamais desprezar a liberdade que minha psique de borboleta obteve no sangue precioso de Cristo. Prometi ali, secando os olhos ali, no pó do carpete, que deixaria a minha arrogância exatamente onde ela pertence, ali, no local mais baixo onde meus pés jamais haviam pisado — aquela arrogância de achar que daria conta de meu doutorado sem a bênção primordial do Eterno. Arrogância de achar que eu era dono dos meios para me conduzir diante dos desafios da vida.

O vazio na depressão. Por que seu amor está depressivo? O que o precipitou na depressão? Você já refletiu sobre as causas da depressão? Depressão, segundo a psicanalista Maria Rita Kehl, resulta do empobrecimento da vida psíquica, sobretudo no que se refere à possibilidade de enfrentamento de conflitos. Em linguagem que gente como eu entende: depressão é o que sente o montanhista inexperiente e perdido, que não consegue mais ir para cima, e ir para baixo só no suicídio. E foi justamente isso que experimentei durante um tempo de vazio que me pareceu infindável. Provei uma total debilidade diante de expectativas comezinhas na caminhada diária. Subitamente, sem aviso prévio, minha vida se esvaziou de sentido e de energia. Tudo que pintasse em minha agenda: abrir um livro, freqüentar reuniões, dirigir, fazer compras, fazer provas; fazer exercício físico, comer, tomar banho, escovar os dentes, fazer qualquer outra coisa que você possa imaginar (qualquer!), tornaram-se tarefas desconexas e angustiantes na minha cabeça.

A energia foge na depressão. Uma tarefa desconexa e angustiante é aquela em que o cérebro perturba tua alma embaralhando as prioridades e dizendo que você não terá energia ou aptidão para dar conta de nenhuma. Um estado de depressão angustia, empobrece e apavora o raciocínio. Você se convence que morreu, mas continua de pé, um morto que respira, e que tem os olhos semi-abertos só para perceber as expectativas frustradas da família e dos amigos em relação a você. E você se aterroriza diante da certeza do fracasso após fracasso. Meus sintomas na depressão foram tão cruéis que desejei não acordar, ainda que a vida e as pessoas queridas fossem tão atraentes. Eu queria só poder dormir. Segundo a psicanálise, “o sono é fundamental para o bem-estar. É nesse momento que, sem parar de funcionar, o cérebro descansa, reorganiza as memórias do dia, e se prepara para lidar de maneira saudável com o estresse do dia seguinte.”

De fato, no sono eu me desligava de meus fantasmas. Mas o acordar significava tortura. Os fantasmas não haviam ido embora de minha mente após uma noite de descanso sob medicamentos. O bicho cruel aguardava eu abrir os olhos para segredar de manhazinha na minha cabeça que eu não iria conseguir nem uma colher-de-chá de energia, para o dia que se iniciava belo lá fora. Meus únicos estímulos e inclinações, pela manhã e no restante do dia, eram o de andar para trás, de recuar mais um tanto diante de tudo e de todos.

Não há depressivo arrogante. Quis desistir do doutorado. Voltar pra casa no meu país de origem. Mas que casa? Não haveria uma estrutura familiar para nos receber doentes numa volta precoce do exterior. Haveria a vergonha, a pecha dos comentários maldosos se referindo a um estudante despreparado, um pretensioso incompetente, um amador metido a montanhista das ciências e tecnologias aeroespaciais. Que justificativa meus filhos dariam aos amiguinhos na escola? Nós mal havíamos partido para uma ausência de quatro anos no estado do Texas! Por que retornar em tão poucos meses da partida festiva? De minha parte, não haveria dificuldade para confessar minha incapacidade, meu vazio, minha nulidade. Humildade não é problema para um depressivo. Não conheço um depressivo arrogante. Eu declararia minha impotência, meu desatino diante da aventura de uma escalada mal concebida. Não me justificaria. Comportar-me-ia como um doente crônico, que espera apenas a misericórdia das pessoas. Contudo, eu deveria admitir minha arrogância, pois foi ela quem acorrentou minha mente aos fantasmas.

Certa manhã eu avistei, pela janela do quarto, um jardineiro aparando o gramado do impecável condomínio de townhouses. Juro que desejei seu lugar. Creio que confessei para minha pobre mulher que desejaria mil vezes estar no sol trabalhando que no ar condicionado diante dos livros. No meu doentio entendimento, um trabalhador braçal não é sujeito à opressão da mente. Eu o via como um ser humano livre, leve e solto. Que, às quatro da tarde, ele poderia ir para casa e saborear o pão-nosso ganho no dia. A atividade de aparador de grama me causava inveja, pois embora quisesse, não poderia trocar meu status de doutorando pelo de um trabalhador. Por fim, aquilo era o que restara de mim: um boneco sem alma, uma criança sem graça, um homem mulambo, um cristão sem Deus, um chorão sem emoção, um verdadeiro nada! Tudo isso só porque eu trocara a abundante graça de Deus por um pouco de arrogância. E você? Você tem se abastecido na graça de Deus?

Lágrimas que levam à graça. Quisera eu tivesse ouvido o poeta Vander Lee sussurrar sua canção à minha alma, para que eu recebesse da graça de Deus e provasse Sua cura na misericórdia, já nas primeiras lágrimas da depressão. Quisera Deus minhas lágrimas me ensinassem nas primeiras gotas o significado da misericórdia do Senhor. Só depois de dor irresistível, entendi que misericórdia é não receber aquilo que eu mereço: punição pela arrogância. Arrogância é orgulho manifestado em atitudes altivas, montanhistas, atrevidas. E, só depois de ser curado misericordiosamente da depressão, entendi que graça é receber aquilo que eu não mereço: um favor sem mérito algum de minha parte. Que esta canção ajude você, um(a) amigo(a) de um amor em depressão a conhecer tanto a misericórdia quanto a graça curadora do Senhor nosso Deus.

Onde Deus possa Me Ouvir
Vander Lee








Sabe o que eu queria agora, meu bem...? / Sair chegar lá fora e encontrar alguém / Que não me dissesse nada / Não me perguntasse nada também / Que me oferecesse um colo ou um ombro / Onde eu desaguasse todo desengano / Mas a vida anda louca / As pessoas andam tristes / Meus amigos são amigos de ninguém.

Sabe o que eu mais quero agora, meu amor...? / Morar no interior do meu interior / Pra entender porque se agridem / Se empurram pro abismo / Se debatem, se combatem sem saber /

Meu amor... / Deixa eu chorar até cansar / Me leve pra qualquer lugar / Aonde Deus possa me ouvir / Minha dor... / Eu não consigo compreender / Eu quero algo pra beber / Me deixe aqui, pode sair.

Adeus...


A fé curadora. Segundo o International Journal of Psychiatry (Jornal Internacional em Psiquiatria), “ter uma crença forte em algo ajuda a combater o estresse e os problemas emocionais.” Preste atenção, por favor. Repito: a psiquiatria afirma que ter fé em “algo” ajuda a “combater” os efeitos da depressão! Chamo atenção que este “algo” referido por cientistas significa no dicionário “qualquer coisa”. Dinheiro, bens, poder, religião, santo protetor, pau oco, pedra da sorte, água benta, amizade, ciência, inteligência, e até Deus são nivelados no “algo” dos cientistas. Logo, qualquer coisa que você escolher ter fé forte poderá aliviar, combater, os efeitos da depressão e suas conseqüências emocionais, conforme esse Jornal.

A psiquiatria está certíssima, embora ela não dependa de minha opinião para se estabelecer. Mas ela está ceguíssima ao confundir Deus com “algo”. Ô gente entendida! Deus não é qualquer coisa. Deus não é algo. E Deus não combate coisíssima nenhuma! Deus resolve a parada! Ele não alivia a dor, ele resolve a dor! Ele termina com a dor. Deus decreta o fim de problemas emocionais. O depressivo que quiser “combater” sua dor que fique com fé forte em “algo”. Mas o depressivo que quiser resolver sua dor, que tenha fé forte em Deus. Entendeu?

Tenha fé em Deus! Não tenha fé em qualquer coisa! Fé é ter certeza. Fé não é acreditar somente. Acreditar é dar crédito. Ter certeza é ter feito o que é certo. Fazer certo é ter fé que só Deus cura! Só Deus sara! Só Deus restabelece! Só a graça de Deus resolve! Só a misericórdia de Deus bate a depressão! Bate não, sopra! A cura de Deus é um sopro de vida na alma. Lembra? Tomou doril, a dor sumiu! Pois é: Deus soprou, depressão acabou! Deus falou, o depressivo se desafogou! Aleluia!

Deus não é algo. Você ficaria depressivo se soubesse que vai morrer afogado? Digamos que você está num barco em alto mar e avista uma onda tsunami no horizonte de seu barquinho. Pergunto: você fica feliz porque vai pegar aquela onda ou você fica aterrorizado e começa a rezar/orar porque aquilo é uma parede d´água? Tsunami está para onda, assim como depressão está para problema emocional. As coisas precisam guardar suas devidas proporções: cura não é remédio, assim como Deus não é algo. Entendeu? Que Deus fique claro em nossa massa cinzenta! Tratemos cura como cura e Deus como Deus, por favor! Pois bem, voltemos ao tsunami no teu horizonte azul-marinho. É possível que um dia você encare um tsunami emocional? Quando o tsunami vier, quanta fé forte você terá na sua reza/oração de que ela vai te resolver o problema da morte por afogamento? Sua fé estará em Deus ou estará em “qualquer coisa”? Vejamos em que estava a fé dos discípulos de Jesus quando eles sabiam que morreriam afogados no Mar da Galiléia!

Jesus silencia os cérebros. O mar doce da Galiléia, ou Lago de Genesaré, fica a 213 m abaixo do nível do Mar Mediterrâneo, tem cerca de 20 km de comprimento por 13 km de largura. Numa extremidade há um vale profundo cercado por rochas escarpadas (tipo paredes). O vento, afunilando-se através de colinas que o cercam e através dessas paredes, pode golpear o lago, provocando repentinas e violentas agitações marinhas. Vejamos abaixo como devemos nos comportar na depressão quando se tem Jesus (que não é “qualquer coisa”) no barco da vida.

“Em dado dia, sendo já tarde, Jesus disse aos seus discípulos:”

“— Passemos para o outro lado do lago.”

"E eles, deixando na praia a multidão (a quem Jesus ensinava assentado no barquinho), remaram conforme seu pedido. Lá longe no mar, levantou um grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia com grande perigo de afundar. E Jesus estava na popa, dormindo sobre uma almofada. E os discípulos apavorados com aquele conhecido fenômeno mortal da natureza, acordaram Jesus clamando aos berros:"

“— Mestre, Mestre! Nós vamos morrer! O Senhor não se importa que morramos?”

“Então Jesus acordou, se levantou, falou firme com a tempestade que afundaria o barquinho da vida deles, e disse ao vento:”

“— Silêncio! Fique quieto!”

“O vento parou, e tudo ficou calminho e silencioso como antes”.

“Aí Jesus fitou nos olhos de espanto e incredulidade de seus discípulos e perguntou, restaurando-lhes o cérebro deprimido pelo tsunami do lago da vida:”

“— Por que vocês são tão tímidos? Vocês ainda não têm fé forte em Deus diante do medo?”


Importa ter fé forte. Teu amor depressivo dependerá de tua fé forte no Senhor para ajudá-lo na cura misericordiosa da depressão. A canção “Mestre, o mar se revolta”, escrita na experiência dos discípulos do Mestre, por Mary Ann Baker, por volta de 1870, expressa a infalibilidade da resposta de Jesus a um coração humilde e quebrantado diante de um mar revolto. Procure esta canção na internet. Reflita na letra que diz: “Mestre; o mar se revolta, as ondas nos dão pavor. O céu se reveste de trevas, não temos um Salvador. Não se te dá que morramos, podes assim dormir? Se a cada momento nos vemos, sim prestes a submergir”. Tome posse também da experiência depressiva de Mary Ann cujo pai e mãe morreram de tuberculose na mesma época, deixando-a órfã ao lado de dois irmãos. Nem o funeral eles puderam oferecer aos pais, de tão pobres que eram! E ainda assim, ela teve fé forte para buscar nas lágrimas o socorro do Mestre. Veja lá na internet, a história de “Mestre, o mar se revolta”, e a resposta do Senhor: “As ondas atendem ao Meu mandar. Sossegai...”

Mas, basta ter fé de lágrimas. Concluo este artigo com uma canção do irmão Fernandinho: “Nada além do sangue de Jesus." Ela é totalmente inspirada para nos convencer da suficiência do amor de Jesus diante de toda e qualquer enfermidade. A fé no Senhor, não precisa nem ser tão forte para a cura, mas sim uma fé de quebrantamento, de choro, de confissão, de renúncia do ego, de entrega da vida aos cuidados do Mestre. Ouça, reflita. Se apresente a Ele se oferecendo para ajudar seu amor com compreensão, paciência e carinho. Quem sabe você toma seu amor pelas mãos e o leva ao choro do quebrantamento no piso de carpete bege igualzinho ao meu do ano de 1992?

Nada Além do Sangue
Fernadinho









Teu Sangue leva-me além / A todas as alturas / Onde ouço a Tua voz / Fala de Tua justiça pela minha vida / Jesus, este é o Teu Sangue
Tua cruz mostra a Tua graça / Fala do amor do Pai / Que prepara para nós / Um caminho para Ele / Onde posso me achegar / Somente pelo sangue
Refrão:
(1) Que nos lava dos pecados / Que nos traz restauração / Nada além do sangue / Nada além do sangue / De Jesus

(2) Que nos faz brancos como a neve / Aceitos como amigos de Deus / Nada além do sangue / Nada além do sangue / De Jesus
Eu sou livre, eu sou livre / Nada além do sangue / Nada além do sangue / De Jesus
Alvo mais que a neve / Alvo mais que a neve / Sim, neste sangue lavado / Mais alvo que a neve serei


O Senhor dirá à confusão na depressão: “Aquietai! Sossegai!

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