Entre, o mundo interior é teu!

Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.

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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

(2) O Camelô dos trens da Central do Brasil

27/12/2010. A noite ia se adensando; logo encostaríamos na estação ferroviária de Nilópolis. Parte daquela multidão de cansados escoaria do trem para suas sendas - comprar o pão para o café da madrugada, assistir à novela Antônio Maria na TV em preto e branco, dormir e voltar aos trens do dia seguinte. Eu prosseguiria mais um pouco -- passaria por Edson Passos, Mesquita, Juscelino, Nova Iguaçu, e então, Comendador Soares. Será que meu pai estaria no mesmo trem que eu? Ele desconhecia minha atividade clandestina. E se nos encontrássemos por acaso? Nem a ele nem a minha mãe eu havia pedido permissão para vender picolé no trem. O trem era lugar para camelôs de verdade, para meninos sem lar, sem futuro; meninos sem esperança... Contudo, haveria esperança para mim? As casinhas simples, apertadas, mal acabadas, dos operários, me abatiam o pensamento quando as avistava das janelas do trem. Um grão de fé em minha mente ainda levaria mais de uma década para amadurecer. O que o meu pai me instruiria, ou como reagiria, caso viesse a conhecer as reflexões de um de seus filhos do meio? Quanto custaria a libertação da timidez de uma alma? Quantas estações na vida são necessárias até cedermos à sabedoria de um pai amoroso?

28/12/2010. Prosperidade sempre rondou meus desejos e energias de viver. Pelas janelas do trem, iam ficando para trás as casinhas humildes dos operários, meus clientes de picolé, após mais um dia de camelô nos trens da Central do Brasil. Eram imagens carimbadas de dó e de lamento quanto às limitações sociais daqueles trabalhadores -- gente como meu pai. Considerava-os abandonados numa sociedade marcada pelo desdém e por um salve-se-quem-puder muito desumanos. Não haveria autoridade para proporcionar-lhes acesso a uma vida de qualidade e paz? Ao sentimento de compaixão, por aqueles meus conterrâneos, se sobrepunha o escudo da limitação psicológica -- lutar por minha própria prosperidade e, um dia, poder ajudar os de casa. Lembrei-me, então, do triste episódio das muitas varizes na perna de minha mãe quando ela e eu retornávamos da feira livre em Morro Agudo, do lado chique do bairro. Em cada mão, carregávamos uma sacola de pano cru, que continha a alça fixada num pedaço de metal. Vínhamos, então, retornando a pé pela lateral da rua de terra batida, com precaução para não sermos atropelados pelas bicicletas que predominavam como meio de transporte pessoal e de carga - e não carros como hoje. No que minha mãe evitou uma daquelas bicicletas no contra fluxo, a extremidade da fita de aço de sua sacola pinçou-lhe uma ramificação de varizes na batata da perna. Como esqueceria o sangue a escorrer pela perna de dona Rosa? Da angústia e inação de um filho menino, nessas horas, um clamor relâmpago sobe de si aos céus: ``-- Quem poderá nos socorrer?'' - pensei em meio ao desespero em meio a dor. Eu teria de testemunhar muitas outras dores e sangues de inocentes até ser capaz de compreender que nosso socorro vem do Alto.

29/12/2010. O trem encostara na estação de Nilópolis. A caixinha de picolé descera para ocupar o espaço antes preenchido pelo senhor humilde e generoso, que a apoiou ali sobre minha cabeça desde a estação de Engenho de Dentro. Os últimos picolés, já um pouco amolecidos, ainda seriam vendidos até a estação de meu bairro, pois a caixa de isopor não sofrera dano, no aperto das pessoas confinadas comigo naquele vagão. Quando a porta de um trem superlotado se abre, não há muito tempo para o desembarque, nem há ocasião para palavras de despedida entre os que ficam e os que se vão. Uma parte da massa humana escoa para seus destinos por meio daquela estação, e os que devem prosseguir a viagem são obrigados a desobstruir-lhes o caminho; caso contrário, descem ali mesmo, por empurrão. Por um relance apenas, o olhar daquele senhor cruzou o meu. O poder de um olhar generoso, sobre o rosto de uma criança assistida na dificuldade, extrai dela uma profunda nota de agradecimento: ``-- Valeu!'' - disse-lhe eu um Muito Obrigado em linguagem de camelô. Em retribuição, ele, já de costas, e confundindo-se entre os desembarcados, expressou-me o polegar característico de Ok! Aqueles segundos me ensinaram que a gente só recebe um Ok de generosidade do Alto se dissermos um Muito Obrigado de humildade daqui de Baixo.

30/12/2010. Naqueles dias, um parque de diversão se instalou no lado chique de Morro Agudo; na rua principal, a uma ou duas quadras da igreja matriz, para quem vai em direção à via Dutra. Eles ocuparam um grande terreno de esquina, à direita dessa rua. A feira livre, aos domingos, era transversal a essa rua, e fazia esquina com o terreno do parque de diversão. Foi indo à feira com a minha mãe, pelas manhãs de domingo, que eu conheci o primeiro parque de diversão de minha infância. Era um parque simples, mas tinha um mundo de coisas fantásticas. Tinha Tiro-ao-Alvo, tinha carros Bate-bate, e tinha uma Roda Gigante cheia de cadeiras igualmente espaçadas em todo a sua circunferência. Enquanto minha mãe parava nas bancas para escolher verduras, eu ficava pensando como seria ver o bairro lá do topo da roda gigante. Era uma coisa que dava certo medo, mas um medo razoável; só exigiria um pouco de coragem de mim. Não durou nada e eu separei um dinheiro da venda dos picolés para gastar no parque de diversão num domingo daqueles. Entrei na fila da bilheteria: “Em qual brinquedo você vai?” - perguntou-me o bilheteiro, um homem negro, com cara de gente boa. “Quero a roda gigante.” - respondi destemido. A visão que tive lá de cima não só valeu a pena como me despertou para ver as coisas cada vez mais lá do Alto. E ainda está valendo a pena.

31/12/2010. No caminho de volta para casa, naquele domingo à noite, após umas horas de sonho no parque de diversão, viajei em pensamento há uns cinco anos atrás, quando ainda morava na Rua Lili -- a rua com a casa de minhas primeiras memórias de infância. Dali ficaram registrados coisas muito boas; coisas que meus pais fizeram para toda a família. Minha mãe e meu pai oscilavam em torno de 35 anos de idade. Ele trabalhava no Jornal o Globo. Ela cuidava da casa e da gente esplendidamente. Eu adorava as sardinhas fritas, o feijão preto e arroz branquinho da minha mãe. Aos domingos íamos à igreja Assembléia de Deus do pastor Teotônio -- cuja família morava no quintal que fazia fundos com o nosso. A casa da Rua Lili tinha um telhado cujas águas corriam para o centro do telhado. Visto de lado, o telhado lembrava uma letra V bem aberta - as pessoas diziam que era telhado tipo Brasília, bem moderna. Era uma casa simples, e toda pintada de rosa - o nome de minha mãe. Tinha três pequenos quartos; uma sala com sofá; uma sala com mesa de refeições; uma varanda grande nos fundos onde tinha uma mesa enorme com dois bancos. Minha mãe colocava as roupas passadas sobre aquela mesa. O ferro de passar era a carvão vegetal. E eu aprendi a ler “Eva viu a uva” naquela mesa dos fundos. Na frente da casa tinha uma varandinha com persianas horizontais. O ônibus passava bem em frente da casa e fazia um poeirão na rua de terra batida. À noite eu me deitava no sofá e assistia às sombras que os faróis dos ônibus projetavam sobre o sofá da sala da frente. Eu não ligava para a poeira. A poeira cheirava bom, especialmente quando chovia! Naqueles anos eu me sentia bastante feliz porque minha mãe se esforçava para manter tudo limpinho e organizado. Não tínhamos luz elétrica; a geladeira funcionava à querosene, eu tomava banho pelado numa bacia de água aquecida pelo sol no fundo do quintal. A vida era maravilhosa! ... Até que meu pai começou a fazer coisas bem erradas! A primeira coisa ruim, que eu soube que ele fez, foi brigar com pessoas da igreja que gostavam da gente.

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(1) O Camelô dos trens da Central do Brasil

22/12/2010. Do interior dos trens da Central do Brasil, Baixada Fluminense, década de 1970, com minha caixa de picolés, que vendia a 100 cruzeiros novos, observava o mundo correndo lá fora. Logo aprenderia que também teria de correr com a minha vida.


23/12/2010. Pensei que minhas vendas bateriam um recorde; tomei o trem que saíra lotado da Central para os bairros dormitórios. Logo percebi que sofreria aperto pela má estratégia. Pendurada na altura do abdômen, minha caixinha de picolé não suportaria a pressão de gente espremida no interior do vagão. Nos primeiros krec-krec do isopor, um salvador... Um homem altíssimo, de uns 90 centímetros a mais do que eu, levantaria minha caixinha para o único espaço disponível; logo acima de minha cabeça. Ali, e só ali havia espaço para enchimento - acima de minha cabeça.

24/12/2010. Naquele aperto, como se fôssemos os próprios picolés estocados de pé na caixinha de isopor, meu corpo só voltaria a se movimentar quando o trem encostasse na próxima estação suburbana. Nilópolis estaria logo ali; a uns 5 minutos de pressão humana. Então eu respiraria com mais liberdade, e até expressaria algum alívio. Afinal, o faturamento do dia estaria assegurado, minha caixa estivera a salvo, equilibrada sobre minha cabeça, e amparada pela mão daquele senhor humilde, um homem moreno escuro, de pele ressecada, de cabelo crespo, com duas entradas de calvície já se acentuando; um tipo pedreiro como o meu pai em breve se tornaria. Um pedreiro acostumado a assentar tijolos assentou sobre minha cabeça as minhas esperanças do dia... Será que meu pai também estaria naquele trem? Ele trabalhava de impressor em uma grande oficina barulhenta, porém muito famosa. Meu pai era operador de máquinas do jornal O Globo.

25/12/2010 - Com os movimentos de pernas e braços paralisados, por pressões de todos os lados, no confinamento daquela massa humana em um vagão de trem, a um menino abaixo de um metro de estatura só lhe resta leves movimentos dos olhos; a avistar nada, senão as imagens mentais de uma tragédia na estação Comendador Soares, pertinho de minha casa em Morro Agudo, no enorme município dormitório de Nova Iguaçu. Aos sete anos de idade, vi pedaços dos muitos corpos esparramados entre trilhos, pedras e dormentes. No mais, trapos humanos ensangüentados, centenas de pessoas silenciadas entre a dor e o alívio de terem sobrevivido aos estilhaços e ferragens cortantes. Do terror da dor e do aperto humanos aprendi que o silêncio proclama mensagens de longa sabedoria. Olho atrás e entendo, a morte tinha de ser superada. A dor não condiz com a vida.

26/12/2010. O cortante atrito das rodas de aço contra os trilhos da estrada de ferro remetera-me daquelas cenas de morte para memórias de infantil felicidade. Minha mãe, uma mulher totalmente dedicada aos seus sete filhos biológicos, a uma filha adotiva, e a uma fé simples e temente a Deus, ainda tem uma irmã que vive em Barão de Juparaná, município de Valença, no sul do estado do Rio. Recordo-me de uma ou duas viagens gloriosas numa Maria-Fumaça que saía no escuro da madrugada de Japeri e alcançava aquela cidadezinha do tempo dos barões e escravos do café. Se a vida no céu for somente um prolongamento eterno daquelas emoções das viagens à casa da tia Ilda, terá valido muito a pena ter sobrevivido à disciplina do caminho estreito na fé de minha mãe.

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domingo, 14 de novembro de 2010

A perfeição da conduta é a dignidade

A perfeição da própria conduta consiste em manter cada um a sua dignidade sem prejudicar a liberdade alheia. 1. Voltaire.

A personalidade é coisa assaz misteriosa: nem sempre podemos analisar o homem pelo que faz; às vezes ele observa a lei e, no entanto, não possui valor; outras, infringe-as, e no entanto é grande. 2. Oscar Wilde.

A pessoa sábia não desce pelo caminho da morte, mas sobe pela estrada da vida. 3. Rei Salomão.

A última fronteira tecnológica tem convergência na sigla NBIC (nanotec, biotec, infotec, cognitec); mas ela empurrará alguns espíritos da mente humana. 4. Elyas Medeiros, 2010.

Alguns dinossauros negligenciam a consciência de outros animais; não aprendem com a mula do falso profeta Balaão. 5. Elyas Medeiros, 2010.

Na escala comprimida do tempo geológico, o universo tem três anos; a terra, um ano; a vida humana, um sopro de segundos; e um dinossauro não dura um piscar de olhos. 6. Elyas Medeiros, 2010.

Se houvesse sonhos para vender, que sonho comprarias? 7. Thomas L. Beddoes.

Se nada de estranho te surpreendeu durante o dia, é porque não houve dia. 8. John Archibald.

Robôs de tamanho milimétrico, se comparados a estatura média de um homem, são como dispositivos eletromecânicos de 10cm de comprimento frente a um edifício de 48 andares. Que estrago eles farão! 9. Elyas Medeiros, 2010.

A verdadeira função do homem é viver, não existir; não gastarei meus dias tentando prolongá-los; usarei meu tempo. 10. Jack London.

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O que sustenta a consciência?

A arte de um povo é um reflexo autêntico de sua mentalidade 1. Nehru.
A boa fortuna, como os frutos maduros, deve ser gozada antes que seja tarde. 2. Epiteto.

A confiança que temos em nós mesmos, reflete-se em grande parte, na confiança que temos nos outros. 3. François de La Rochefoucauld.

A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana. 4. Charles Darwin.

A consciência é o melhor livro de moral que temos; e é, certamente, o que mais devemos consultar. 5. Blaise Pascal.

A consciência sustenta o corpo, o tempo e o espaço. O que sustenta a consciência? 6. Valter da Rosa Borges.

A cada momento de nossa existência temos que escolher entre um caminho e o outro; uma simples decisão pode afetar uma pessoa para o resto da vida. 7. Paulo Coelho.

A experiência ensina que são pouquíssimos os que são capazes de fixar o sentido das palavras que usam. 8. Jaime Balmes.

A falta de amor é um grau de imbecilidade, porque o amor é a perfeição da consciência. 9. Rabindranath Tagore.

A liberdade é indivisível, e quando um homem é escravizado nós todos não somos livres. 10. John F. Kennedy.

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A verdade é filha do tempo

A única coisa verdadeira é o sonho. 1. Orson Wells.

A única coisa verdadeira é o sonho, mas ele pode ocultar a verdade. 2. Elyas Medeiros, 2010.

A verdade é a melhor camuflagem; ninguém acredita nela. 3. Max Frisch.

A verdade e a mentira têm caminhos diferentes: a primeira começa difícil e acaba fácil; a segunda começa fácil e acaba difícil. 4. Pe. Vasconcelos.

A verdade é como o Sol: ela permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos. 5. Victor Hugo.

A verdade é filha do tempo, não da autoridade. 6. Francis Bacon.

A verdade é que não há verdade. 7. Pablo Neruda.

A verdade é que não há verdade em mente preconceituosa. 8. Elyas Medeiros, 2010.

A verdade jamais é pura e raramente é simples. 9. Oscar Wilde.

A verdade jamais é tola e raramente é simples. 10. Elyas Medeiros, 2010.

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A verdade não engana

A igreja diz que a Terra é achatada, mas sei que ela é redonda, porque vi a sombra dela na Lua, e acredito mais numa sombra do que na Igreja. 1. Fernão de Magalhães.

As pessoas que falam muito mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades. 2. Millôr Fernandes.

A verdade é o motor da vida; o engano, da morte. 3. Elyas Medeiros, 2010.

Cada pessoa é escrava daquilo que a domina. 4. Pedro, apóstolo do Novo Testamento.

De erros em erros, descobre-se a verdade inteira. 5. Sigmund Freud.

Jesus evangelizou os pobres, curou os pobres, libertou os pobres, restaurou os pobres, enriqueceu os pobres, eternizou os ricos. 6. Elyas Medeiros, 2010.

Toda verdade inédita começa como heresia e acaba como ortodoxia. 7. Thomas Huxley.

Todas as coisas já foram ditas, mas como ninguém escuta é preciso sempre dizer de novo. 8. André Gide.

Um ser humano é um abençoado por ter vencido o medo de viver na bênção da verdade. 9. Elyas Medeiros, 2010.

Um ser humano é um amaldiçoado por ter sido vencido pela maldição do engano. 10. Elyas Medeiros, 2010.

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Amizade é virtude do céu

A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela exerce-se; é uma virtude. 1. Simone Weil.

A amizade pode existir entre as pessoas mais desiguais; ela as torna iguais. 2. Aristóteles.

A amizade sempre é proveitosa, o amor às vezes é. 3. Seneca.

A amizade torna a prosperidade mais brilhante e ilumina a adversidade, por dividi-la e compartilhá-la. 4. Cícero.

A confidência corrompe a amizade, muito contato a consome, o respeito a conserva. 5. Marco Tulio Cicerón.

A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos. 6. Honoré de Balzac.

A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia; é a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você. 7. Ralph Waldo Emerson.

Dos amores humanos, o menos egoísta, o mais puro e desinteressado é o amor da amizade. 8. Cícero.

O amigo do fraco é forte; o do forte é inimigo. 9. Elyas Medeiros, 2010.

Ser estratégico é amar o inimigo e odiar sua amizade. 10. Elyas Medeiros, 2010.

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Amizade é carinho espiritual

A amizade começa onde termina ou quando conclui o interesse. 1. Cícero.

A amizade começa quando, estando juntas, duas pessoas podem permanecer em silêncio sem se sentirem constrangidas. 2. Tyson Gentry.

A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas. 3. Francis Bacon.

A amizade é como as estrelas. Não as vemos toda hora, mas sabemos que existem. 4. Marina de Almeida Camargo.

A amizade é um amor que nunca morre. 5. Mário Quintana.

A amizade é um comércio desinteressado entre semelhantes. 6. Oliver Goldsmith.

A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro. 7. Platão.

A amizade multiplica as coisas boas e divide as más. 8. Baltasar Gracián.

A amizade não consiste em apoiar os amigos quando eles têm razão, mas quando erram. 9. Malraux.

Amizade é carinho espiritual de graça. 10. Elyas Medeiros, 2010.

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A liberdade é o oxigênio da alma

A alma não tem segredo que o comportamento não revele. 1. Lao-Tsé.

A alma humana é como a água: ela vem do Céu e volta para o Céu, e depois retorna à Terra, num eterno ir e vir. 2. Goethe.

Virtudes vão e vêm; almas vêm e vão, não voltam. 3. Elyas Medeiros, 2010.

A alma move toda a matéria do mundo. 4. Virgílio.

A disposição de lutar contra os próprios demônios levará seus anjos a cantar. 5. August Wilson.

A humanidade é um oceano. Se algumas gotas estão sujas, isso não significa que ele todo ficará sujo. 6. Mahatma Gandhi.

A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde. 7. André Maurois.

A liberdade é o oxigênio da alma. 8. Moshe Daya.

A mente é um lugar em si mesma e pode fazer do inferno um paraíso ou do paraíso um inferno. 9. John Milton.

A mente liberta em Deus é um lugar em si mesma e pode fazer do inferno um paraíso. 10. Elyas Medeiros, 2010.

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A calma é um elemento criador

A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas. 1. Horácio.

A calma é um elemento criador: purifica, recolhe, põe em ordem as forças internas, compensando o que o desordenado movimento dispersa. 2. Stefan Zweig.

A calúnia e a injúria são as armas prediletas dos ignorantes. 3. George Sand.

A decisão é uma forma de rezar. 4. Paulo Coelho.

A decisão é uma forma de rezar para deixar a indecisão. 5. Elyas Medeiros, 2010.

A desgraça faz brilhar certas virtudes, como a noite faz cintilar as estrelas. 6. J. Claretie.

A desilusão de agora será benção depois. 7. Chico Xavier.

A desilusão de agora será benção depois, se a bênção buscares. 8. Elyas Medeiros, 2010.

A fome espreita a porta do homem laborioso, mas não se atreve a entrar. 9. Benjamin Franklin.

A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação. 10. Oscar Wilde.

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

1.7 - Gerações de grandes peixes; muitas aves

Depois Deus disse: ``Que as águas fiquem cheias de todo tipo de seres vivos, e que na terra haja aves que voem no ar!'' - Assim Deus criou os grandes monstros do mar, e todas as espécies de seres vivos que em grande quantidade se movem nas águas, e criou também todas as espécies de aves. E Deus viu que o que havia feito era bom. Ele abençoou os seres vivos do mar e disse: ``Aumentem muito em número e encham as águas dos mares! E que as aves se multipliquem na terra!'' - A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o quinto dia.
Que sabes tu sobre a natureza das águas? Além de saciar-te a sede e fazer-te a sujeira correr pelo ralo, que relação entendes ter com as águas? Brejos e charcos não têm água boa; essa serve apenas para a produção de sal. Para que serve o sal quando se depende de água na sequidão do cerrado? Estabeleci que a água seja retida àqueles que quebram minha aliança. Meu pacto, de verdade e de justiça, está escriturado na lei da vida. A origem e a substância da vida estão nas águas. A conduta de teus semelhantes afeta a distribuição e a disponibilidade dela. Disse a teus pais que acabaria com o poder do orgulhoso; e que não mandaria chuva; e que o chão de lavoura ficaria duro como o ferro. Assegurei-lhes, contudo, que rios de águas vivas jorram do interior daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. Águas puras estão condicionadas a que me ames e me sirvas incondicionalmente.

Lingüistas referem-se às águas como força vivente; uma alusão a que elas contêm vida, e não têm começo nem fim. O poder das águas suplanta todo e qualquer poder humano. Nada pode contê-las; e a ninguém interessa extingüi-las. Mesmo teus pais hebreus, muito distantes das montanhas de ciência destes teus tempos, conheceram que nesta era futura as águas provenientes do meu templo - o local ocupado pela minha presença, sararão o mar morto de sal, de modo que ele terá abundância de peixes de muitas espécies. Em todo lugar, por onde o meu rio de águas puras passar, haverá todo tipo de animais e de peixes. Meu rio fará com que as águas do mar morto fiquem boas e ele trará vida. Haverá ali muito peixe e muitas espécies de peixes, como no mar mediterrâneo de teus pais na fé.

Entendas que águas descidas do meu templo são águas espirituais. Verás que te fiz à minha semelhança; reproduzi-te a partir de minhas águas que ensopam o pó da terra. Não dou ênfase nas escrituras à criação das águas. À semelhança das águas, sou incriado. Sou fonte, meio e fim não inaugurados - sem princípio de existência. Deixo-vos que procureis águas pelo universo astronômico. Desejo que me procures em teu diminuto universo mental. Eu sou o que sou. Assim como as águas enchem o mar, toda a terra está cheia do conhecimento da glória de seu Senhor. As águas que te dou te bastam. Quero que atentes, porém, que da água criei todas às coisas; criei peixes. Originei todos os animais selvagens, todas as aves, todos os animais que se arrastam pelo chão e todos os peixes para terem medo e pavor de vós. Todos eles devem ser dominados por ti, para que tu aprendas a governar comigo o novo céu e a nova terra. Mas tu e teus ascendentes caíram sob o domínio de animais!

Peixes são alimentos, e são mencionados nas escrituras como seres de baixa inteligência e com pouco controle sobre seus destinos. A ciência geológica calcula que estabeleci os peixes nos mares há mais de quatrocentos milhões de anos, muito longe de tua geração da fé. Eles sucederam os invertebrados das águas e antecederam os anfíbios que vivem tanto na terra como nas águas. Um anfíbio é figura dos que têm sentimentos opostos, ou que seguem duas opiniões diferentes, ou que têm dois modos conflitantes de vida. Percebes na metáfora a criação dos espíritos que há muito te antecedem no planeta água? Tu e teus pais da antiguidade chegastes a terra para coroar a criação. Nasceste quando todo o palco da vida de fé já estava cenarizado para caminhares na estrada da maturidade. Teu caminhar impõe que faças escolhas entre modos incompatíveis de viver.

O destino dos peixes está traçado; o teu, tu pensas traçar, mas são os peixes que vejo conduzirem teu destino. Mandei que te alertassem: a Zofar - um dos acusadores de Jó, mandei-o perguntar às aves e aos animais, e eles lhe ensinariam; que pedisse aos bichos da terra e aos peixes do mar, e eles lhe dariam lições. Todas essas criaturas sabem que foi a minha mão que as fez. E, no entanto, babilônios - os primeiros pais da feitura de imagens, te fazem prestar culto à uma sereia, uma romantizada rainha do mar. Esse peixe, habitante emocional de densas águas espirituais, tem origem na mitologia babilônica. Será que esses criadores de imagens, de peixes espirituais, nunca deixarão de lutar e, sem dó nem piedade, continuarão a matar o entendimento do meu povo? Talvez sim, mas até que eu venha sobre eles em definitivo.

A vida de todas as criaturas está na minha mão; sou eu quem mantém todas as pessoas com vida. Ninguém sabe quando a hora da desgraça vai chegar. Como aves que caem, de repente, na armadilha, ou como peixes apanhados na rede, tu também podes cair na desgraça quando menos esperas. Eu trato os seres humanos como se fossem peixes, como se fossem animais que não têm chefe. Deixo que babilônios peguem povos como os pescadores pegam peixes. Com os seus anzóis e redes pegam os povos e os arrastam para terra seca, para os montes de adoração idólatra. Aí se alegram e ficam contentes. Oferecem sacrifícios às redes de pesca e apresentam ofertas aos anzóis, pois é por causa deles que os pescadores ficam ricos no mercado de peixes, e têm muito que comer. Nem sempre te impeço de seres pego no anzol do engano. Mas te proíbo sempre de adorares peixes, que te engolem e te arrastam a inteligência às profundezas dos mares. Consulte a Jonas.

Ensinei a teus pais, que experimentaram quedas de fé, que cordeiros e pássaros são figuras espirituais de vidas descontaminadas - livres de vícios da personalidade. Em peixes e anfíbios, jamais reconheci beleza sublime. Ancestrais aprenderam de minha natureza; observaram sabedoria em criaturas de hábitos muito desiguais. Sentiram repulsa, perceberam preguiça e traição nas cobras; mas amor, dedicação e responsabilidade nos passarinhos. A qual deles te assemelhas? Tua individualidade na infância te fizeste apreciar: a cobra coral, de beleza incomum, que não ataca até ser tocada? A jararaca, que usa o rabo para enganar a presa? Ou a muçurana, uma cobra devoradora de suas irmãs serpentes? Já vistes a expressão de uma ave na boca de uma cobra? A cobra estraçalha; e depois, sem pena, vomita a casca. Teus pais aprenderam que uma ardilosa serpente é o mal que devora e gera o caos na vida de famílias de passarinhos amorosos, disciplinados, comprometidos. Acorda à fé, passarinho!

Na minha palavra, `aves' também denotam seres angelicais. Eu trouxe os primeiros pássaros à existência no período que tu chamas `jurássico'. Tua alma ainda estava comigo na eternidade de trezentos milhões de anos. Mandei que animais alados se multiplicassem na terra. Pássaros, e não dinossauros, são resistentes ao tempo e aos rigores das variações atmosféricas; são eternos, como eternos são os anjos. Peixes, anfíbios e repteis coexistem com pássaros no palco desta vida. Já viste peixes, anfíbios, repteis e aves conviverem numa esfera de amor e compromisso? O que dá segurança às famílias de pássaros? Não é o recolhimento na noite? De onde vem a abundante prosperidade dos pássaros? Não vêm da dedicação ao trabalho diurno e da responsabilidade constante. O passarinho-mãe prospera porque ama aos que ficam no ninho.

Que tens aprendido com os pássaros? Fujas, em vôo ágil, para as montanhas, porque os maus armam os seus arcos e de tocaia apontam flechas para atirar em gente direita. Teu socorro vem dos montes, onde habito. Sai de armadilhas do caçador; não durmas, nem descanses à sua vista; como um passarinho ou gazela, escapa teus pés. Abre teus olhos; a maldição não cai sobre quem não merece; ela é como o morcego que cego voa no ecoar de ondas da noite; como o chicote para o cavalo; o freio para o jumento; e a vara para as costas de quem não tem juízo. De tua árvore, ouça o leão rugindo no anoitecer; ele manda aviso aos inimigos que o território está ocupado, e que não permitirá incômodo aos que descansam em sua proximidade. Veja que tua árvore é cedro excelente: tirei a ponta de um cedro alto; cortei um broto novo e o plantei no monte mais elevado. Meu cedro solta galhos, produz sementes e se torna muito lindo. Pássaros de todo tipo vivem e coexistirão ali, e acharão abrigo na sombra de meu cedro, que a todo entendimento excede.

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

1.6 - E astros para contar tempos

Então Deus disse: Que haja luzes no céu para separarem o dia da noite e para marcarem os dias, os anos e as estações! Essas luzes brilharão no céu para iluminar a terra. - E assim aconteceu. Deus fez as duas grandes luzes: a maior para governar o dia e a menor para governar a noite. E fez também as estrelas. Deus pôs essas luzes no céu para iluminarem a terra, para governarem o dia e a noite e para separarem a luz da escuridão. E Deus viu que o que havia feito era bom. A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o quarto dia.


Te recordas de teu primeiro contato contemplativo do céu que reluz na noite? Volte à infância que te presenteou o passeio noturno ao campo; ao chão de terra que muito dista das luzes da fantasia urbana: sobre tua cabeça paira o manto negro pontilhado do silêncio e do frescor da lua e das estrelas reais. Volte à lembrança e avive a mensagem indecifrável dos milhares de pontos cintilantes no negro disfarce da noite. Para onde inclinara teu coração diante do firmamento de fulgurantes estrelas? Sentiste desejo de adorá-las ou de recolher-te quieto sob a perplexidade da existência de coisas superiores?

Dei aviso a teus pais para que quando olhassem para o céu, não caíssem na tentação de adorar o sol, a lua ou as estrelas. Eu, o Senhor, Deus de teus pais, reparti o sol, a lua e as estrelas entre os outros povos, para que eles os adorem. Proibi teus pais de adorar qualquer coisa de minha criação, por mais belas e atraentes à percepção dos olhos. As luzes no céu separam o dia da noite. Não estão ali para que tu as adores. Elas estão lá para te estimular o desejo de investigar-me. Quis que tu crescesses à maturidade dos olhos, sem auxílio da escada enganosa, que nunca te poderá levar acima das estrelas. Meu desejo, que não muda - criança cansada de escadas de idolatrias! - é que tu te separes da noite; como eu a separo do dia.

Quando tu entrastes na eternidade do tempo da criação, tu fostes cercado de seres opacos, de outros povos desejosos de serem estrelas, de brilharem como o sol e a lua na noite. Mas tu cedestes à fantasia das falsas estrelas guias. Elas te sugaram o ego. Ficaste opaco. Teu brilho não é o original de uma criança descontaminada da fantasia nos sonhos de vida. Teu eu adoecido te impede de veres que fostes feito para habitar meu céu de estrelas. Perdeste a integridade ética de teu povo original. Estás afastado do chão de terra encimado das reais estrelas que podem te guiar rumo à cidade real, onde elas são de verdade, os dias não se acabam, e o engano na escuridão jamais te subtrai.

As luzes no céu marcam os dias, os anos e as estações. Elas te contam minha história na páginas de teu povo. O sol, a lua e as estrelas adicionam testemunhos de minha paciência ao tempo que se chama hoje. Como o sinal do arco-íris, os astros no firmamento contêm a escritura de minha aliança com a verdade e a justiça. Os sábios instruídos na minha palavra, contempladores anônimos do mover de meu céu, têm servido teus pais apontando-lhes o tempo das prestações de conta daquilo que se faz debaixo do sol e das estrelas. Não surpreendi os sábios do oriente quanto ao tempo de revelar-me na antiguidade que curtia o silêncio de minha palavra. Não surpreenderei aos que no silêncio da noite e na disciplina do dia aguardam novo céu e nova terra na novidade da ausência do engano.

Abasteço as luzes no céu para que iluminem o palco da vida. A terra é o leito da tua existência. Meus pés sobre a terra descansam. Sobre ela trago luz ao teu viver. Das estrelas comando a ópera da vida aos figurantes e protagonistas do roteiro que só eu dirijo. Meus filhos são protagonistas em minha obra. Algum, no entanto, se distraem encenando e contracenando. Tu és esse filho-ovelha em vestes de lobo. Teu chamado, contudo, é para cresceres humilde sabedoria, à medida da estatura do protagonista maior da existência humana. Tu não estás só, sempre estive em teu palco. Tu não me ouves pois não consideras que eu esteja atrás dos bastidores de teu show. Tu não me vês na platéia que te aplaude ou te abate. Estou no silêncio das estrelas. É preciso que recues dos holofotes, que observes meu script firmado na verdade. Então, bem desempenharás para o aplauso derradeiro. E me verás claramente através do véu que rasguei para clarear minha palavra em teu coração. Tu és meus pés no palco da vida. Posso descansar em ti?

Decidi que as luzes no firmamento cumpririam meu governo sobre o dia e sobre a noite. Elas obedecem à minha vontade como a orquestra ao seu maestro. Marcam o tempo em compassos de espera. O mundo todo vive o equilíbrio relativo entoado nas estrelas. Elas estão sempre à espera de minhas providências, e dão prosseguimento às transformações que trago sobre a vida de teus semelhantes. Faço novos os céus e a terra; faço-os passar no tempo das estrelas. Tudo passa com o tempo; tudo, mas as minhas palavras jamais passam.

Observas que te fazes mais ingovernável que minhas estrelas na esfera celeste? As estrelas cumprem meu querer enquanto resplandecem a luz que vem de mim. Se dobram à minha vontade. Governam o dia e a noite. Mas, e tu? Te dobras a mim? Governas teu dia e tua noite como uma estrela soberana? Estás sob meu governo? Ou te comparas às estrelas eternas, autônomas e cheias de luz própria? Entendes o que é soberba de coisas que cintilam?

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1.5 - Frutas vêm à terra de Deus

Em seguida disse Deus: Que a terra produza todo tipo de vegetais, isto é, plantas que dêem sementes e árvores que dêem frutas! - E assim aconteceu. A terra produziu todo tipo de vegetais: plantas que dão sementes e árvores que dão frutas. - E Deus viu que o que havia feito era bom. A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o terceiro dia.


Antes que teus pais da fé viessem ao mundo, preparei-lhes o provimento do prazer. Mandei, e o manto de água que dormia no gelo cedeu às sementes embrionárias para explodirem os biomas de florestas, cerrados e savanas. Observe que coisas valiosas tem origem humilde. O que tem valor nasceu pequeno - de uma semente. O que cresceu não despontou grande. O desenvolvimento para o esplendor tem origem nas coisas minutas - aparentemente desimportantes. A real beleza não anuncia sua chegada. Fazes tu questão de ser percebido ou de prosperar em virtudes? Queres que notem tua beleza? Ou a felicidade da alma? Onde é nutrido o prazer? Dentro de você ou em tua imagem exterior? O que prevalece em ti? O personalismo ou a nobreza? Ainda que opostos, mesmo ambos iniciaram pequeno. O que faz inchar a semente do ego em ti? Não são os espelhos sob luzes artificiais? O desejo irracional, sem âncora na justiça, entumece o ego. O que formou o caráter do generoso? Não é o apego à realidade do pequeno?

Fiz o alimento antes de nasceres. Preparei teu berço esplêndido para te receber em riqueza. Tu nascestes nobre. Viestes ao mundo em colchão de espuma. Não nascestes no cocho onde se põe comida para bichos. Foram mãos estudadas que apoiaram teu corpo nenê. Não foram as palmas ásperas de lenhador dos montes que te acalentaram na chegada. Logo, nasceste ingrato ou adquiriste no espelho a ingratidão? Quando ignorante recusaste o leite, que pediste que não te foi dado? Há os que nada pedem e tudo pela graça recebem. Tu não me pediste nada e te dei tudo. Te dei vida, te dei leite, te dei frutas. Que frutos me dás de tua vida? Tua vida pertence a ti ou a mim? Teus frutos são teus ou para os teus?

Fruto, prazer e lucro têm mesma raíz na etimologia. Não pus podridão, lascívia e avareza na semente da vida. Quem os colocou em tua árvore? Por que permitistes o engano adentrar teus olhos e mente? Em que recanto de teu interior se enconde o vírus da dúvida que corrompe teu ser pela imagem enganosa? Consegues ainda erradicá-lo do coração e do entendimento? Conheces remédio melhor que lágrimas de arrependimento? Conheces mais eficaz antivírus que o meditar na verdade? Quanto de minha palavra tu escondes no teu sangue? Que fazes dos meios clínicos que te dei: tempo, escritura, cérebro? Quando, e se, me buscares na palavra da verdade, te restituirei frutos, prazeres e lucros. Eles foram feitos para ti. E tu, para mim.

Abençôo a terra que recebe a chuva, a qual muitas vezes cai sobre ela e produz plantas úteis para aqueles que nela trabalham. Toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. Mesmo na velhice, minhas árvores ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheias de vida. Em meu jardim as plantas crescem bem. Crescem como um pomar de romãs e dão as melhores frutas. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. Desses, eu tirarei as frutas, os prazeres e os lucros e os darei a ti e a quem produzir os frutos do meu reino. Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança: são frutos que apreciarei em ti, quando em ti frutificar a minha palavra.

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1.4 - E da água, a terra

Aí Deus disse: Que a água que está debaixo do céu se ajunte num só lugar a fim de que apareça a terra seca!} - E assim aconteceu. Deus pôs na parte seca o nome de ``terra'' e nas águas que se haviam ajuntado ele pôs o nome de ``mares''. E Deus viu que o que havia feito era bom.


Quantas evidências tu precisas para crer em meu soberano poder criador? Tu nunca crerás em coisa alguma pelo convencimento das evidências. Evidenciar algo é comprovar com clareza intelectual e material este algo. A clareza material eu escancaro diante de teus olhos. Teus pais creram sem o auxílio do espelho; sem o auxílio da imagem. Eles não precisaram ver o rosto do natural para crer no sobrenatural. Tu és natural. O natural tem origem no sobrenatural. Como existiria o que é natural sem a vontade do sobrenatural. Te dou nada; e te acrescento catorze bilhões de anos: o que farás do nada? Tu respeitas os grandes pais da ciência, e fazes bem. Pergunto: entendes o que declaram sobre os fundamentos que dão origem ao universo a partir do `estado do nada'? Para creres em minha soberania aguardarás a intelectualidade pós-doutorada modelar a singularidade quântica originária do big-bang?

Te digo que é lícito e saudável pensar o imponderável, mas não te faz bem seres dominado pela dúvida. Hoje, quantos humildes e faltos de sabedoria científica ficariam excluídos de meu reino se o critério para nele entrar fosse o da compreensão intelectual e material da criação do universo? Ontem, quantos gênios da ciência foram aceitos em meu reino por se curvarem no humilde reconhecimento de que nada sabiam diante da próxima questão impensável. Que conhecimento existe além daquele que a ciência revelou? Queres tu entrar na eternidade para então creres nela? Tu já estás na eternidade. A eternidade é que não está em ti.

Eu te abro e te fecho a porta da eternidade com a chave que tem o tamanho da semente de mostarda: a fé. Comparei para teus pais o reino dos céus ao grão de mostarda semeado em um campo. Esse grão de dois milímetros é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore. Disse também que, se o homem tiver fé do tamanho de um grão de mostarda, moveria montanhas. Pergunto: tens andado no sentido da pequena fé, que decresce vertiginosamente no mundo? Ou tens corrido a ganhar a ciência que cresce exponencialmente nos intelectos ativos? Em que sentido o esforço é mais nobre? Obter prêmios com alto grau de seletividade? Ou ser mais um nas montanhas de foto; nas pilhas de imagens que esmaecem? A importância da tua imagem que responda?

Pela fé teus pais compreenderam há cinco mil anos como criei a terra. Hoje tu tens o testemunho de fé de milhares que se foram sem ciência; tens a ciência testemunhada em montanhas enciclopédicas, mas não incorpora a fé no intelecto. Por quê? A fé deles é a certeza de que receberiam as coisas que esperavam. Ela é a prova de que existem coisas que nem tu nem eles podiam ver. A fé nasce da terra. E terra era tudo que eles tinham. Teu problema de fé é que tu não te identificas, no teu intelecto, com o conceito de terra. A árvore só é árvore porque veio de uma semente na terra. Tua vida só será vida quando vier da fé plantada na humildade. Então, é assim: a vida é árvore; a fé é semente da, e para, a árvore; terra é o humus para a semente; humus de humildade é o substrato da fé. Não existe árvore sem semente e sem terra. Não existe vida sem fé e sem humildade. Sem fé tu estás morto na eternidade. Sem fé tu precisas nascer de novo. Sem fé, a eternidade não prospera em tua vida.

Eu fiz a terra para ela prosperar; para te abastecer de coisas que amadurecem. Só amadurecendo tu te reassemelhas a mim. O engano pôs dúvidas na cabeça de teus pais na fé. Tu és herdeiro de dúvidas. Herdaste a incapacidade de alma para trabalhar a fé-semente que faz crescer a árvore frutífera de tua vida. Contudo, como pus a areia como limite do mar, um limite permanente que ele nunca poderá atravessar, pus meu limite para a falta de fé. O mar fica bravo, mas não pode avançar; as ondas rugem, mas não podem passar do limite que estabeleço. Percebes que sem fé é impossível agradar-me? A fim de me agradar, tu tens que crescer tua árvore. Tua árvore tem que crescer frutos que me agradam. Tu darás fruto quando sobre ti eu precipitar minha preciosa água. Minha chuva faz que prosperes sobre a terra. Ela limita a sequidão que sufoca tua fé. Desejas chuvas de bênçãos sobre tua vida? Desejas uma humilde fé na terra?

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

1.3 - E o céu é estabelecido

Então Deus disse: ``Que haja no meio da água uma divisão para separá-la em duas partes!'' - E assim aconteceu. Deus fez uma divisão que separou a água em duas partes: uma parte ficou do lado de baixo da divisão, e a outra parte ficou do lado de cima. Nessa divisão Deus pôs o nome de ``céu''. A noite passou, e veio a manhã. - Esse foi o segundo dia.

Alguns cegos de entendimento esquecem o que há muito ordenei. Faço que a àgua se eleve aos montes e acima de todos eles. Ponho-a nas nuvens. A essência de toda a vida é fluida. Sólidos são estados da matéria que criei. Um estado é passageiro. Ele é carregado pelo tempo. Faço que a rocha escoe de montes de fogo. Mando e a água risca diamantes da vaidade prepotente. Esquecem que só eu detenho a ciência do tempo. Quanto desgaste causa o tempo na vaidade que ambiciona? Quanto valor ele acresce ao sábio de coração? Todos operam sob a dimensão dos segundos. Para que servem as formulações estáticas para a massa, o movimento, e a energia? Tire o tempo da matemática, e ela pára o mundo. Sem o tempo, quem de vocês sobrevive ou rema meu rio de águas? Vivo eu. Faço o tempo viver. Faço que tu sejas dependente dele. Se assim não fora, aonde irias tu sob o engano? Debaixo da injustiça, que te tornarias na eternidade do tempo? Pela vaidade, nenhuma árvore, por mais bem regada, crescerá tanto, que os seus galhos cheguem até as nuvens. Árvore é símbolo da vida. Nenhuma vida haverá sobre as nuvens que não desça às águas. Vida sem frutos é árvore morta. Todas as árvores que não dão o fruto de minha paixão, eu a seco e ela se incendeia. Qual o meu fruto preferido em ti? Não é que cresças no conhecimento do bem? O mal odeia o bem, assim como eu odeio a injustiça. Até o injusto reclama por justiça. Por que haverias tu de desprezá-la? O bem que eu amo é que tu morras na justiça. Sou eu quem te justifico. Tenho poder para te justificar na minha justiça. É preciso que queiras conhecê-la. Conhecer é verbo para intimidade, intimidade na justiça.

Falo contigo em sonhos. O solo da intimidade são os sonhos. O tolo sonha pesadelos. A injustiça o engana na intimidade da noite. No terreno de teus sonhos de justiça cai a chuva que estabeleci acima de tua cabeça. Criei o céu natural e nele permiti a noite para que tu lembres que há um repouso dos sonhos para meu povo. Acorde para a justiça, criança dos meus sonhos! Quero fazer chover em teu solo. Quero que cresças à medida de meus sonhos por ti. Te farei ver que fostes feito à minha semelhança. Em mim não há engano, não há precipícios. As quedas são quedas de águas do meu rio. São chuvas de verão. Elas descem das nuvens acima de tua cabeça; acima de teu entendimento consciente. Se tivésseis consciência de meus sonhos, tu serias enganado por teus próprios sonhos. Sonhe meu sonhos. São sonhos de justiça. Minha justiça vem do alto; acima do injusto entendimento.

Procures compreender meu decreto na morte. Eu anulo a condenação da morte de meus filhos. Meus filhos não morrem. Minha criação não morre. O que morre é a treva em meio a luz. Eu faço morrer a noite da injustiça e do engano em tua vida. Tu compreenderás como risquei no alto do monte o poder da morte. Nem a rocha pôde conter o poder que flui de minha natureza. Tudo flui de minha presença. Onde eu estiver, é impossível que haja morte; pois eu a matei em minha luz. Minha luz justifica tua vida que morre em mim. Te ensinarei que tu viverás quando morreres para ti mesmo. Morrer é ter o coração traspassado por minha palavra. Só minha palavra conduz a luz que vivifica o morto que está em mim. Não temas a morte. Teme a luz que faz morrer a morte. Eu separo as águas. Te separo da água negra do abismo. Te elevo às águas, ao céu de águas de justiça.

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1.2 - Então, a luz é entranhada na escuridão

Então Deus disse: - Que haja luz! - E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa e a separou da escuridão. Deus pôs na luz o nome de Dia e na escuridão pôs o nome de Noite. - A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o primeiro dia.

No primeiro dia de teu mundo, eu separei a escuridão da luz. Decidi que luz e treva não se misturam. Se treva adentra a luz, a luz se amortece: isso é noite. Se a luz adentra a treva, a treva se anuvia: isso é dia. Enquanto houver tempo, haverá noite e haverá dia. Quando eu terminar o tempo, termino a noite. A treva nunca coexistirá com a luz. Deus é luz; `deus' é treva. Eu fiz a luz e fiz a treva. Por que repousas enquanto é noite? Por que remas no dia? Te confundem as imagens que brilham na escuridão? Te esclarecem os símbolos na claridade do dia. Sem luz, na noite, tu não remas; não trabalhas; não desempenhas no palco da vida. Noite e dia, luz e treva são antônimos. É como o sim e o não. O que há entre o sim e o não? Procures um `talvez' nas escrituras que comandei aos teus pais que escrevessem. Quem introduziu a dúvida na cabeça de teus pais? Luz e escuridão te lembram o 'quente' e o 'frio,' mas não te lembram o morno; não te lembram a dúvida, essa nojenta coisa enganosa.
Ao criar a luz, gostei dela. Vi que ela é boa para ti. Conheci que ela tem qualidades adequadas à minha natureza. Ela revela meu caráter a ti. Revela traços que falam da aliança que estabeleci com teus pais. O arco multi-colorido nas gotas de água no céu, sempre que meu sol brilhar nos teus olhos, fala-me de tua fragilidade mental. Ao avistá-lo tu crês que o arco-íris existe, embora sabes que é um fenômeno que ilude fantasiosamente a tua ótica. Por que não páras, pensas e abandonas as imagens que iludem o teu entendimento da verdade. Por que corres atrás do vento. Eu sou Deus de alianças, Deus de promessas, Deus fiel, que não muda, que não engana. Minha luz te convida à justiça. Ela é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais sobre os justos até ser dia perfeito.

És frágil de mente, mas não te fiz demente. Em muito, tu excedes o cãozinho que elevas como objeto de teu amor. Cuides de ti, ao menos como de teu estimado quadrúpede. Se o amas, não o alimenta no álcool, no fumo e na prostituição dos viralatas da rua chamada Errada. Se és superior ao cão, pensa. Adquire a disciplina e a simplicidade do animal. Se és dono de teu bicho interior, ensina-te a coragem e a humildade de amar em fidelidade de alma. Desenvolve tua ótica; essa perspectiva de decifrar a verdade, da mentira; o amor, do desamor; a luz, da treva. Aprende e apreende a justica, sob à ótica da luz que há em mim. Renuncia a treva.

Teus semelhantes, que fazem o mal, odeiam a luz. E não vêm para a luz, para que as obras deles não sejam reprovadas na luz. A luz revela a verdade praticada em trevas da noite. A verdadeira luz aguça teu entendimento, fazendo-o brilhar. De onde vem a capacidade inovadora do homem? Ela te faz ver o engano de brilhos na noite. É ela que te encoraja a te levantar, pois você sabe que o dia da esperança vai chegando. Eu coloquei a luz nas estrelas e a resplandeço na lua para te lembrar que a treva te é armadilha para o mal.

Observe que tu não contas os anos pelo número de noites, mas de dias. Quantos dias faltam para despertares para a estrela da manhã com entendimento da alma? Não é curioso que a noite e o dia se alternam no curso da criação? A noite e o dia disputam por ti? Quantas estrelas da manhã são citadas na escritura? Quantas estrelas da alva disputam por tua atenção? Quem é o portador da luz? Quem é este anjo que a carrega? E quem é a luz? São pessoas, não são? Em que sentido eles são teus semelhantes? Você confiaria teu caminhar ao cara que carrega a luz? Ou à luz? De quem vem o engano: do condutor da luz? Ou da luz? A luz não engana, minha tola criança! Havendo engano, originado em quem carrega a luz, a luz permanece luz. Permanece fiel. A luz é inculpável. Tu és culpado! Tu confias no que vê. Pois confias em imagens. O portador da luz cria a ilusão para tua ótica. E tu passas a caminhar pela ilusão de teu estrábico entendimento. Tu não precisas entender Lúcifer (cujo nome significa `o Portador da Luz') ou entender-me (o Deus que dá a Luz); precisas conhecer a Luz. Conhecer a luz é ter intimidade com ela. Tu, criança, que dormes, desperta! Eu te esclarecerei a verdade da Luz.

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1.1 - Ainda, nenhum ser vivente

No começo, Deus criou os céus e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar; E o Espírito de Deus se movia por cima da água.

No começo, como hoje, tu ainda não és integrante ativo de meu universo preferido. Tua terra é uma ante-sala de minha casa. Este teu provisório meio ambiente tem duas portas: a de entrada, onde está tua infância; e a de saída, com teu destino, aonde tu irás. Uma e outra vão se distanciando à medida que eu concedo o escoar do tempo de tua vida. Certo, contudo, é que estabeleci dias e eventos para teus tempos de barco em forma de corpo. Dirijo o show de tua vida. Governo o auditório que te assiste. Digo quando devem aplaudir e quando te atirar pedras. De olhos vendados, conduzes teu barco. Teu barco é teu palco, mas o rio e o show são meus. Me admiro que tu só te ocupas em remar, em desempenhar, em gastar a energia que não é tua; mas, minha. Tu não te importas em saber de onde veio, nem aonde remas. Por que tu não te remetes à tua fonte, onde te gerei? Por que não paras e pensas em teu destino? O rio da tua vida é que escoa, que avança. Basta reconhecer que o que é, já passou. O que será, será; ainda não entrou em teu palco móvel. Em teu último episódio, tu terá a mim.

Consideres teu encontro próximo comigo. Ao menos indagues sobre o que te espera a jusante de teu curso. O que queres? Uma queda brusca ou uma eclusa suave? Não te importas com precipícios? Não desejas ser elevado? E o continuar navegando em novas águas? Preferes a reconstrução ou a destruição de teu palco? As águas de meu trono são elevadas. Águas altas são de montanha; e são puras. Moro sobre montes. E todas as águas são minhas.

Pela minha palavra fiz todas as coisas. Tu pensas que as civilizações constroem alguma coisa? Não constroem. É minha palavra que autoriza e instrui qualquer construção. Tu te acostumastes com palavras substantivas, que definem e acentuam coisas. Essas apenas enunciam ou compõem, mas não criam coisa alguma. São palavras de show; apenas denotam imagens de teu palco; não são reais. Tudo o que é meu é real. Em meu mundo, até o teu imaginário pode ser real conforme minha vontade. As palavras de teus semelhantes trazem engano. Minha palavra é real, pois é a correta verdade. Nada do que existe foi feito sem minha palavra.

As escrituras, contendo minha palavra, informam que criei a terra. E com minhas próprias mãos fiz os céus. Fiz o céu natural, regido por minhas leis físicas, para abrigar a química dos recursos naturais necessários à tua vida na terra. E fiz o céu sobrenatural, regido por minhas leis metafísicas, para hospedar tudo o que é real, como o amor. Pela minha ordem foram estabelecidos o sol e as estrelas das galáxias; a esses dei luz própria. No cosmo também assentei a terra, os astros e toda matéria semeada em seu espaço; esses têm luz emprestada quando desejo que brilhem.

Catorze bilhões de anos estimam a idade da luz que vês em meu céu. Minha idade, ou o tempo em que me exponho visível, é suficiente para creres que existo? Teus semelhantes estão aos poucos aprendendo a ler a dimensão temporal da eternidade. Muitos têm dificuldades com minha infinitude, mas eles também não se importam se encerro o tempo de suas consciências; ou se termino o tempo de pessoas e de suas coisas sem lhes consultar. Eu ajo finita e infinitamente. Escolho a dimensão e a defino. Digo quando começa, digo quando termina. Sou meio, sou apoio e sou fim de tudo o que criei. Eu te criei, não criei?

Observe os mares, eu juntei suas águas num só lugar. Guardei os oceanos em reservatórios. Eu meço a água do mar com as conchas das minhas mãos. Eu ajusto os contornos do universo na proporção mínima de meus dedos. Além de tua terrinha, onde mais eu pus água? Três quartos de ti são água. Três quartos de teu planeta são água. As coincidências são minhas. Eu te faço pensar. Se não pensas, não existes. Penses o número de vasilhas de terra que usei para fazer teu planeta mutante. Penses no peso das montanhas de sílica e carbono. Por que tudo é tão preciso, tão certo? Sou perfeito, e tu? O que fazes da perfeição que criei em ti? Penses.

Que toda a terra aprenda a temer o seu criador, pois ele é o senhor único. Que todos os habitantes de teu mundo aprendam a temer quem lhes deu o meio em que vivem, pois eu sou o dono da terra. Sabes o que significa temer? Procures revisitar teus conceitos herdados de culturas de sociedades mundanas. Queres saber os contornos da ausência de temor ao criador do mar? Penses em nadar mar adentro em noite sem luar. Nades a braçadas na direção da linha cinzenta do horizonte. Não penses em retornar à praia. Não te arrependas. Afinal, teu coração fechou-se ao arrependimento, não fechou? Sigas engolfando-te nas ondas contrárias até não mais suportar o peso de braços que nadam a dor. Não havendo mais o mínimo pulsar de energia em teus músculos e brônquios, penses então em voltar ao pó da areia. Onde estão a força e a orientação? Desapareceram? Resta-te a imagem mental do abismo abaixo. Do abismo de cima, não há tempo para o socorro. Te restam a fria, negra e densa escuridão a sugar teus pés. E agora? Só afundes, rendendo-te incontinente ao titânico abismo que te inunda. Conheces-te algum suicida deste tipo de morte? Por que será que até o engano de mentes depressivas teme as regiões abismais? Eu criei o abismo. Para quem te criei? Para quem criei o abismo?

Desde que inseri a luz na escuridão, que significa o tempo da criação comparado ao intervalo de teus anos de barquinho no rio da vida? Um teu semelhante, o geocientista Eicher, elaborou o seguinte exercício: imaginou comprimir em um só ano os 4,5 bilhões de anos geológicos da terra. Nesta escala de tempo, as rochas mais antigas (3,6 bilhões de anos) teriam surgido apenas em março. Os primeiros seres vivos (3,4 bilhões de anos) apareceram nos oceanos em maio. As plantas e os animais terrestres surgiram no final de novembro (400 milhões de anos atrás). Os dinossauros dominaram os continentes e os mares nos meados de dezembro, mas desapareceram no dia 26 (de 190 a 65 milhões de anos), mais ou menos a mesma época em que comandei o elevar das montanhas rochosas. Os humanóides (muito diferentes de você em inteligência) apareceram em algum momento da noite de 31 de dezembro (a 11 milhões de anos). Roma, então, governou o mundo durante 5 segundos, das 23h:59m:45s até 23h:59m:50s. Colombo descobriu a América (1492) 3 segundos antes da meia noite, e a geologia nasceu (1795), há pouco mais de 1 segundo antes do final desse movimentado ano. Quanto tempo mesmo você viverá em teu barquinho?

Na escritura está dito que em seis dias eu fiz o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles, mas no sétimo dia descansei. E que, por isso, abençoei o sábado e o separei para ser um dia santo. Como eu concluí a criação em seis dias, em que dia tu estás vivendo? Em que dia vivem todos os teus semelhantes? Quando criei o homem e a mulher, teus pais originais? Você e esses teus pais vivem todos no meu sétimo dia? E os sepultados, em que dia estão? O que é descanso? O que é bênção? O que é sábado? O que é dia santo? Para que mesmo eu te criei? Para tu descansares comigo em meu sábado? Ou para morreres no abismo? Que fração de tempo tu silenciarás quando eu te interrogar em juízo? Sou eu teu pai, teu Deus ou teu juíz? Descanses por enquanto, o dia que se chama hoje é sábado. O dia do descanso é um tempo para pensar, tempo de amadurecer; de tomar decisão de justiça ou injustiça, de distinguir a realidade dentre muitas imagens; e partir, para me encontrar.

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1.0 - O que existe foi criado

Teus pais muito se esforçaram para me atribuir um nome. Assim como eles, tua natureza exige que pessoas, animais e coisas sejam designadas por palavra. Atribuir nomes a manifestações visíveis, ou não, é uma tarefa especial dos que usam a inteligência com grande disciplina; não é uma tarefa fácil.

Esqueça por um momento que céu é céu, mar é mar, terra é terra, luz é luz. Faça-te um cego neste mundo; morra sem partir; renuncie o que aprendeste; recolha-te ao teu mínimo, ao mínimo que não construíste, nem pediste. Então, que nome tu me dás se me manifesto a ti como o mais poderoso entre teus semelhantes? Que palavra tu usas para designar-me se me apresento como alguém que tu prossegues desconhecendo? Se te digo que me nomeiam por Luz, o cientista dirá que sou fonte de radiações eletromagnéticas que sensibilizam o teu olho. O espiritualista; que esclareço, ilumino e guio tua alma em caminhos obscuros. O poeta me romanceia como a fonte do saber que desvenda tuas emoções. O sábio te alertará que há claridades refletidas por corpos que não são fontes de luz.

Pergunto: olhando a imagem, você distingue um planeta de uma estrela? Ambos são vistos por causa da luz. Qual deles é fonte da luz? Um é negro, lúgubre, sinistro; contudo brilha, emprestando raios da fonte luminosa. Onde está a verdade sobre a luz? Teus pais, que há muito, cerraram os olhos à luz natural, puderam fundamentar a ciência que hoje tu teorizas, e pouco caso fazes tu da escritura de conhecimentos transferida por teus pais.

A sabedoria, um conhecimento justo das coisas divinas e humanas que te guia, chega a ti graças às gerações que te antecedem. Reconheças que muito pouco sabes de você e por você. O que entendes, não vem de ti, mas de alguma luz ou reflexo de luz. Aliás, sem me conhecer, tu permaneces falto de educação quanto ao céu, ao mar, à terra, e quanto à luz; de onde teu corpo veio e para onde retornará turvo. Mais trágico, sem conhecimento de si e de mim tu não poderás saber para onde irás ou onde estarás daqui a pouco. Mas, alguns, não muitos, de teus pais, te deixaram sensatez suficiente e necessária para orientar-te a vida, antes que a luz se apague numa dimensão de teu templo, o tempo.

O autor que te escreve é pessoa comum entre os mortais. Já o personagem que te fala é representação de Javé Moisés. Ele é o Eu Sou o Que Sou. Na tua Bíblia, em hebraico, Javé é o nome de Deus. Moisés é nome bíblico, significando O Que Dá a Luz. E Deus tem poder para te lançar e te retirar das águas, assim como fez com Moisés, que das águas foi tirado e criado por filha de rei egípcio, até que chegasse à plena intimidade com seu criador. Moisés ensinou e conduziu um grande povo de Deus, o Senhor, à terra prometida. Ele escreveu e viveu a essência do livro de Gênesis, onde tudo começa e auxilia teu recomeço. Todos os parágrafos do autor são representações sincera, não contendo cera nem maquiagem, sem imagens pré-concebidas do personagem que é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Então, recomeçando ...

Separei para ti parte do que mandei escrever há mais de três mil anos a um grupo escolhido de teus pais. Muitos, milhares de milhões deles, não desenvolveram a capacidade de enxergar a verdade, pois a verdade tem conformidade com o que é real, e o real não é aquilo que se vê mediante a luz de terceiros. O que se vê sob luz estranha é imagem; é representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de coisa. Pergunto: em que tu mais desejas te espelhar e seguir: em coisas ou em pessoas?

Imagem, em geral, tem o propósito de te fazer ver coisas e pessoas sob a perspectiva de quem viu, pensa que viu, ou é sincero no que viu. O fato de veres e descreveres igual imagem vista pelo observador não credencia a imagem. A ciência de teus pais se instrumentalizou com tecnologias a ponto de estas provarem para ti que imagens podem ser construídas em laboratórios; e que laboratórios seguem fórmulas com objetivos determinados. Portanto, todo cuidado é pouco com as imagens que você acredita ver, e confia teus olhos para te guiarem a alma. Tua alma reúne características essenciais à tua percepção e ao teu pensamento. Tua alma empresta vida ao teu corpo. Teu corpo é um edifício. Tu apenas habita aí por um tempo.

Esteja atento aos conceitos. Eles representam coisas ou pessoas pelo uso do pensamento. O conceito se apóia nas características superficiais das coisas e das pessoas. É o teu pensamento que vai fundo; que penetra o invisível das coisas e das pessoas. Lembre-se que sobre conceitos tu podes ser questionado por mim já no teu próximo minuto; e serás, em apenas cem anos, com toda a certeza. Sobre tua conduta diante de imagens te lançarei perguntas de juízo, e sei quando você não diz a verdade, pois o real é conforme à realidade de um rei. O criador de teus olhos é rei. Rei é soberano. Ele governa um estado monárquico. Quem tu chamas Deus Criador tem domínio sobre tudo, tem poder sobre todas as coisas, todas as pessoas, e é vitalício. Tu conheces o criador da luz que há em teus olhos?

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sábado, 29 de maio de 2010

O Saia da igreja

O Saia da igreja é o que disfarça aos irmãos o discurso do “Saia do corpo de Cristo que te visto de beleza e prosperidade para seres admirado dos homens do mundo à tua volta”. O Saia sai a enganar pessoas ainda na idade média da sabedoria, que saindo em busca de sobrevivência digna encontram no Caminho o recurso da fé já muito maculada pela saliva desgraçada da língua enfeitiçada pela estética ilusória. Ele é a caricatura de piedade que mais se utiliza de religião, de teologia, de púlpitos ornados para sorrir aos belos bobos uni dependentes de vida igrejeira. Ele tanto entende dessa mediocridade espiritual que saiu descarado após Jesus no deserto para tentar vestir os pés do Leão da Tribo de Judá com o sapatão da arrogância que trás socado em seu nojento crânio de meias verdades e saias justas, pois disse: “— Dar-te-ei a ti todo este poder mundial e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Se tu prostrado me adorares, tudo será teu”.

O lorpa cretino, que trocou o longo manto assombrador de tempos e templos medievais, veste saia marca Prada, e desfila na passarela dos meninos modelos a la Jesus - o luz da roqueira amante de crianças carentes de pais sem vergonha na cara. Até hollywoodianos advertem pós-modernos da mensagem bíblica com Prada e sem Palavra a adquirirem a etiqueta da moda, pois o propósito é prosperar numa vida com propósito de serem deixados para trás. Quem de nossos tempos, que não ande manchado no sangue do Cordeiro, tem ousado responder ao descarado filho da besta com o poder do Santo? “— Sai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”. Quem tem se fortalecido no brado paulino, o organizador de igrejas de saias limpas? “— Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”

Quem dos maricas efeminados da pós-modernidade cristã tem priorizado o convite nada hospitaleiro do justíssimo carpinteiro, o contrário à moda de príncipes em vestes engravatadas de fariseus promotores da fé sem confiança no poder e juízo do Eterno? Pois o Exemplo disse: “— Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.”

O Saia da igreja não respeita templo de adoração a deus; até porque ele é o deus, ainda que uma minúscula criatura saída do Senhor Deus. Ele é o viciado pela adoração dos espíritos humanos que vestem carne e osso e que têm mente vadia vazia do temor do Senhor. É o fulano que tentando rouba o culto racional dos cheios do Espírito e da Verdade. Templos são os santuários mais disputados por gente de boa ou má fé que tem fé na fé que não vale um tostão furado. Mesmo após Jesus ter alertado que o templo salomônico, reerguido para emprego financeiro da corja de cambistas da oração, ruiria pedra por pedra, eles, os que torcem a alma das gentes, dão aulas domingueiras de como se deve dançar adorando no vazio do caldeirão do Ruqui, do Faustu da bobeira, e dos estádios do fanatizado Futedolar. Moloque, Baal, Baco e companhias ilimitadas do capeta bacana devem estar mortos de ciúmes pelo show da fé protagonizado por bilhões de seres fãs de times do coração noveleiro, pelo qual são sacrificadas vidas de guerreiros espirituais em troco de qualquer tipo de bola mamônica.

Ô Saia, não saia da igreja; você a institucionalizou, a acondicionou na tua índole luminescente e nos teus belos guarda-roupas de saias justas de morte. A igreja templária te pertence com papel passado em cartórios cheios de dízimos e de quintos dos infernos. Mas o corpo de Cristo, a Iglesia pela qual paulos e joões perderam a cabeça pela causa dos santos, tem a cabeça e a mente guardada no amor do santo Deus, Jesus.

Soldado ferido









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sábado, 22 de maio de 2010

FERVER O MORNO NO ALTÍSSIMO

Não haverá mais clamor, ou súplicas proféticas gritadas aos ouvidos, para que pessoas viventes se definam quanto à espiritualidade de sua consciência. Muito menos haverá advertências bombásticas que possam acordar os incautos da fé. O despertamento de pessoas, quanto às conseqüências da morte física, só é possível hoje no silêncio da inteligência que cada um conseguiu desenvolver em sua breve existência.

O tempo dos gritos desesperados, anunciando o caminho da boa morte, passou; embora seus traços estejam mapeados nos livros sagrados que um autor, o Senhor Altíssimo, advertiu que escrevessem. Só o uso individual da inteligência humana é ainda capaz de decifrar a mensagem esclarecedora daquilo que a aguarda assim que a alma fugir do corpo, essa idolatrada massa de carne e sangue que perambula ilustremente decorada em trapos de pós-modernidade.

A maior de todas as advertências ao homem espiritual, que se chama morte física, ou destruição do corpo, por meio do bicho que faz desaparecer a carne na pequena caixa-abrigo de ossos, pelos, e farrapos, esse alerta macabro não é mais suficiente para despertar a consciência do homem de seu fim natural. No entanto, ele, o corpo que pensa que vive, gente, raça humana, animal racional, ser desenvolvido, pessoa convicta de si mesma, prossegue desprezando até a caveira que esconde em tecido de pele animal evoluída. Mas ela, a morte, vem e virá, e empurra, a cada segundo que a terra gira, o espírito do homem para o oculto, para muito abaixo do caixão embandeirado, dos jardins verdes e floridos da saudade – que também não dura ou já morreu.

Onde houver algoritmo inteligente em alguns neurônios de gente, que haja decisão com pacto de vida e de morte. Não há o que esperar. O que virá, virá. Não haverá aviso; até porque o aviso já veio, já foi enxergado e tocado, crucificado e ressuscitado, ouvido e escrito, institucionalizado e adotado, adulterado e reformado, amado, odiado, polemizado. Quem tem inteligência, que use. Quem não tem, não diz que tem, é animal domesticado; e não tem com que se preocupar, pois nunca saberá distinguir sua vida de morte.

Os inteligentes já se decidiram; e quem adquire inteligência, aquele que pôs a mão na consciência para sua independência, esse se decide aos montes de adoração, amam o que muito entendem. Os poucos inteligentes que restam é que necessitam de ajuda para pactuar com a Vida ou com a Morte. Mas não há quase tempo de amadurecer espontâneo no caos das tecnologias da informação. É pegar ou largar. Vivemos a dualidade: vida ou morte; sim ou não; direita ou esquerda; para frente ou para trás; pactuar ou não pactuar; crente ou descrente; frio ou quente. O morno, este que fica no inexistente meio da dualidade, é bom para ser vomitado e virar comida de vermes.

Mas o mesmo morno, o indeciso, o de sabedoria não despertada, desperta dó. Querem-no, os que pactuaram. Por isso é preciso ajudá-lo. A ajuda está no clamor de letras poderosas, pelo que caminha reto, utilizando o poder do interior sobre a palavra do criador do anjo da luz, do anjo das trevas, das almas, dos viventes: as sagradas, puríssimas escrituras do Autor. É tempo de ferver o morno, pelo amor maior do Altíssimo, Jesus.

Healing is in your hands - Christy Nockels









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terça-feira, 16 de março de 2010

COMPLETAMENTE MARAVILHOSO PARA MIM

Luz bendita de todo o mundo, você que desceu ao profundo da escuridão de minha vida. Você abriu meus olhos; agora, me deixe ver a extensão de teu amor por mim.
Beleza, que fez este meu mundo interior adorá-lo;
Esperança, de uma vida vivida na sua gloriosa companhia;
Eis-me aqui para adorá-lo;
Eis-me aqui de joelhos diante de seu esplendor;
Eis-me aqui para dizer que você, Altíssimo, é meu único e soberano Deus Todo Poderoso.
Você é completamente adorável!
Completamente digno!
Completamente maravilhoso para mim!
Rei de todos os tempos; você, tão altamente exaltado;
Glorioso nos céus acima;
Humildemente vieste a este mundo-terra que tu criaste.
Você que se escondeu na pobreza por conta da riqueza de teu amor;
Nunca descobrirei quanto te custou para eu ver meu pecado cravado naquela cruz.
Clamei em lágrimas pelo teu nome;
Fui salvo; salvo estou, na imensidão do teu amor.
Ó Senhor meu Deus, és completamente maravilhoso para mim.

Adaptado da canção Here I am to worship. 16032010. domundointerior.blogspot.com









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domingo, 28 de fevereiro de 2010

PARA OS QUE ÀS VEZES DESANIMAM,

O Senhor te libertará das amarras do tempo.

Sou tua noiva apaixonada. Mas, alma canta? Espírito dança? Alma e espírito se apaixonam?
Como assim? Precisa explicação, não! Poesia não exige o rigor da lógica? Poesia pede emoção! Emoção é reação ao encanto. Tem horas que falar não cabe. Se pudesse cantar... Mas, silenciar, sentir, respirar, sonhar... O Eterno é o que cabe manifestar-se à alma apaixonada.

Yeshua (Jesus)
Fernadinho









Vem saltando sobre os montes de Jerusalém. / Sou tua noiva apaixonada, te esperando, para dançar.

Alma desanimada. Alma é um sopro de vida eterna num pó de terra. Pó de terra boa é húmus. Húmus é fonte de matéria orgânica para a nutrição da gente. Húmus cresce humildade, que favorece a estrutura emocional do ser humano. Essa estrutura úmida é apta a reter muita água da vida. A água da vida entra na gente pelo sopro da vida. Na gênese, o Senhor soprou em barro elaborado de húmus e fez o ser humano. Uma pessoa humana é a química do húmus encharcado de alma que tem sede pela água da vida. Você tem se ensopado na Água da Vida? Ou estás seco e só?

Para quem se sente seco e só, como estando em um injusto deserto, ser bafejado pela Vida é dançar de felicidade! Não tem alma que não se reanime na caminhada após uma brisa do Senhor. Ele criou desertos, montes, vales, pedra e fogo só para exercer o sopro da alma em você e em mim. Leia no Manual o registro (cerca de 1000 anos a.C) de um sopro de vida em um profeta do Senhor que desanimou da vida:

O homem de Deus, Elias, ficou com medo da rainha Jezabel. Para salvar a vida fugiu para o deserto, andando um dia inteiro. Aí parou, sentou-se na sombra de uma arvorezinha e teve vontade de morrer. Então refletiu assim com o Senhor.

– Já chega, ó Senhor meu Deus! Acabe agora com a minha vida! Eu sou um fracasso na fé.

Elias se deitou debaixo daquele arbusto e dormiu. De repente, um anjo tocou nele e disse: – Profeta! Levanta daí e come.

Elias olhou em volta e viu perto da sua cabeça um pão assado nas pedras e uma jarra de água. Ele comeu, e bebeu, e logo dormiu de novo. O anjo do Senhor Deus voltou e tocou nele pela segunda vez, dizendo: – Ô profeta! Levanta e come; se não, você não agüentará a viagem.

Elias se levantou, comeu e bebeu, e a comida lhe deu força bastante para andar quarenta dias e quarenta noites até o monte Sinai (Mesmo monte de Moisés, cerca de 1200 anos a.C. Mesmo tempo de deserto de Jesus, 40 dias e 40 noites). Aí ele entrou numa caverna para passar a noite, e, de repente, o Senhor Deus lhe perguntou: – O que você está fazendo aqui, Elias?

– Ó Senhor, Deus Todo-Poderoso, eu sempre tenho servido a ti e só a ti. Mas inimigos me cercam agora. Depois que derrotamos os ocultistas, eles retaliaram contra meus amigos. Eu sou o único que falta morrer.

A voz do Senhor chamou-o para fora da caverna e disse-lhe. – Vá até o alto desse monte e me ache lá que te instruirei.

Elias subiu no frio intenso do monte, e enquanto procurava Deus, o Senhor mandou um vento muito forte, que rachou morros e despedaçou rochas. Mas o Eterno não lhe falou coisa alguma no vendaval. Quando o turbilhão parou de ventar, veio um tremor na terra; porém o Senhor não lhe falou no terremoto. Depois do terremoto veio um fogo, mas o Senhor não estava nas chamas. Mas, então, depois do fogo, veio uma brisa suave, e o Senhor lhe fala calma e amorosamente num bafejo: - “O Que Você Está Fazendo Aqui, Elias?”

O resto da história o Manual de Deus dá mais detalhes: Elias nunca retornou ao pó da terra. Pouco depois daquele encontro no alto do Sinai, uma carruagem de fogo veio apanhá-lo para deslocá-lo 1000 anos à frente no tempo, a fim de atender, junto com Moisés (que percorrera mais de 1200 anos) para uma reunião (uma dança de almas) com Yeshua (Jesus), o impecável Carpinteiro, em outro monte alto em Jerusalém, aos olhos espantados de Pedro, Tiago e João, discípulos que ainda não haviam aprendido a dançar ao sopro da vida, no Senhor Jesus.

Alma esperta foge. Você já se perguntou por que os corajosos também desanimam? Por que não subimos as colinas da vida em linha reta? Por que ziguezagueamos na escalada do desafio e às vezes recuamos, para só então subirmos outro tantinho? Não foi isso o que aconteceu com Elias? Você faz idéia do tipo de pessoa poderosa que foi Elias aqui na terra? Dentre tantos poderes sobrenaturais que ele experimentou, uma das mais expressivas vitórias de Elias havia acabado de acontecer antes de sua fuga pro deserto. Dias antes, quatrocentos e cinqüenta ocultistas foram derrotados de uma vez por ele. Ele lhes lançou o desafio de que fizessem descer fogo do céu para que demonstrassem uma suposta divindade do Oculto, que eles criam cegamente. Como não conseguiram divindade nenhuma, Elias orou ao Eterno e o fogo desceu, queimando tudo quanto era maldade que eles praticavam. Maldade é coisa iníqua; como pus de úlcera na alma da gente. Maldade adoece a alma. Maldade leva à morte feia!

Pois é! Depois dessa escalada na fé lindíssima, Elias intimidou-se torpemente diante da fúria de Jezabel, a mãe dos ocultistas, mulher de um rei bobo chamado Mané Acabe, uma rainha horrorosa e nojenta do povo de Israel. Elias fugiu deles pro deserto, pois lhe fugira o sopro de coragem na alma – a fé.

Se Elias não tivesse desanimado, você acha que ele teria sido convidado pelo Senhor para subir o monte um pouco mais? Se ele tivesse enfrentado Jezabel, você acha que isso teria sido sábio? Ser herói diante do Oculto é preciso? Quem é mais forte, você ou a Besta oculta? O que você faz quando o Bicho avisa que vai te pegarrr? Eu fujo como um camundongo foge de gato! E você, encara o bicho-papão? – Sebo na canela, moço! Corre, mas corre muito! E em ziguezague! E sem olhar pra trás! Pega a trilha do deserto da alma, e fica na tua! Fica na tua, pois o bicho-papão não gosta de deserto. Ele não vai entrar no deserto atrás de você. Foi num deserto que ele fora derrotado pelo Senhor Jesus. Se ele entrasse no deserto de tua alma, ele iria se lembrar que ali é lugar da derrota eterna dele. Foi no deserto que o Carpinteiro esfregou no focinho da besta a espada do Eterno, a Palavra da Vida, e ele teve de se recolher à sua insignificância diante do Altíssimo. Então, deseje o esconderijo do desânimo de tua alma. É só por um pouquinho de tempo. Até o Senhor te achar e soprar uma brisa gostosa na sua alminha pra ela voltar a ferver, a arder na fé do Filho de Deus!

Alma obediente dança. Elias, então, sente no frio do isolamento do monte Sinai o sopro do Eterno, que funciona como uma brisa oxigenando as cinzas de sua fé. "– O que fazes aqui, Elias?" As cinzas vão sendo sopradas, as brasas vão ficando vermelhinhas, o frio vai diminuindo, e ele se emociona, e chora suas mágoas com o Eterno:

– Ah, Senhor, aconteceu isso, mais isso, e aquilo... E coisa e tal, e tal... Lalalá... Blablablá... Não quero mais saber… Blablá… Tô fora...! Lalá… Snif, snif…

Aí (e, graças ao Senhor nosso Deus, há sempre um ) o Eterno puxa a alma de Elias para dançar ao som de sua brisa amorosa e consoladora. "– Esquenta muito não, Elias. Isso passa. Ainda tenho umas aventuras radicais para você. Treine o Eliseu pra te substituir lá embaixo. Qualquer hora dessas vou te levar para conhecer pessoalmente Moisés: outro chorão como você, que há 200 anos pisou esse mesmo monte Sinai em busca de sinais para o povo ver e crer em mim – o que poucos conseguem, diga-se de passagem. Agora pode ir, volte para concluir sua missão. E fique atento! Vou surpreendê-lo com experiências ainda mais elevadas no meu amor por meus seguidores como você."

O tempo que oprime a alma. O valor do desânimo na vida do grande profeta Elias está esclarecido para mim. Um homem, uma mulher de Deus, ao experimentar a doença do desânimo, pode provar a doçura e o frescor da cura ministrada pelo Médico dos médicos. Quando o desânimo nos leva a sucumbir da fé corajosa, o poder do Senhor se aperfeiçoa na alma, aprimora a alma para vencer obstáculos maiores no estreito caminho da vida. “– A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na tua fraqueza.” Disse Paulo, o autor de cartas da Bíblia, que ouvira isso do próprio Senhor Jesus. E o evangelista conclui: “– De boa vontade, pois, me alegrarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder do Senhor. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Jesus. Porque quando estou fraco, então, sou forte.”

Mas qual desafio de maior intensidade ainda estaria reservado para Elias? Se o que lhe aguardava era o derradeiro presente do arrebatamento da mortalidade para a eternidade, que outro desafio estaria ainda em seu caminho? Elias fora seqüestrado deste mundo sem provar a morte natural. Como Moisés, ele desapareceu de forma sobre-humana diante dos olhos estarrecidos de seu substituto, o discípulo Eliseu. Então, qual o desafio último de Elias após a reanimação de sua alma? Foi o desafio de vencer as amarras do tempo.

– “Como assim, vencer as amarras do tempo?”

Para uma pessoa (eu, por exemplo) poder superar os limites temporais da existência (o tic-tac do relógio), é preciso que se entenda e se obtenha aprovação diante do maior desafio da humanidade: "Compreender que tempo não existe, que ele é uma ilusão, e que é preciso superá-lo na fé do Eterno!" Entender que tempo não é limitação para a alma, que alma não se limita à contagem de tempo, que o tempo dos humanos é uma ilusão que oprime a alma, que a alma da gente precisa colocar o tempo no seu devido lugar: para fora de si, no mundo exterior, onde o tempo pertence. No coração, no mundo interior onde habita a alma da gente, não existe tempo, mas apenas os efeitos da ilusão que ele (a partir do mundo exterior) causa na psique (interior) da gente.

Considerando que a única coisa que levamos deste mundo é a nossa alma, então ela não pode permanecer subjugada pelo tempo que rege este mundo exterior. Quando a morte ou o arrebatamento surge na contagem do tempo (que o mundo exterior marca com datas, por exemplo), a alma da gente se liberta de uma vez da ilusão temporal. Foi o Carpinteiro, o Mestre da vida, quem alertou para a inexistência do tempo para a alma: “– Os céus e a terra, o mundo exterior, passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. O sentido da palavra “Palavra” é profundíssimo: Palavra significando Promessa tem variantes que assumem o sentido de Modo de Ver. “– A minha promessa, o meu modo de ver, não passará; permanece para sempre um referencial absoluto da criação.”

Se eu tomasse o “modo de ver” do Senhor Jesus e, a partir dele, nesse referencial do Homem que vê tudo com olhares da eternidade, se pudesse contemplar o mundo exterior, o que eu observaria? Veria uma tela de cinema desenrolando o ilusório mundo exterior. Eu veria cenas como numa exposição cinematográfica. Veria o efeito do tempo rolando (da direita para a esquerda) as cenas de um mesmo enredo, onde tudo que aparece na tela tem começo, meio e fim. Eu sentiria que o que é real são as coisas eternas, como minha alma, por exemplo, quando esta desenvolve a capacidade de assistir, de fora da tela, o desenrolar de um filme de coisas temporais. Eu teria a convicção de que tudo o que existe entre este céu e esta terra estão passando. Eu veria claramente que há tempo para todas as coisas acontecerem e findarem no mundo exterior, tenha elas durado 1 dia ou 1000 anos. Pois para o Senhor, como registra a Bíblia, 1 dia é como mil anos, e 1000 anos é como um dia. Tudo passa... Menos a Palavra da vida, menos o Modo de ver, que está em um referencial absoluto e que permanece para sempre fora do mundo exterior. Neste metamodelo físico de contemplação do tempo, reforce-se o fato de Jesus ter declarado “quem crê em mim nunca morrerá”, nunca passará, essa alma permanecerá em Seu referencial absoluto para sempre.

Jesus liberta a alma da gente. O profeta Elias teve por último desafio o confiar que seria retirado da tela ilusória do mundo em que vivia (o mundo de Jezabel) para conviver no referencial atemporal – ao lado de Moisés (200 anos atrás de si), e de Jesus (1000 anos à sua frente), e nosso (cerca de 3000 anos depois). Elias desapareceu aos olhos de Eliseu numa carruagem de fogo. Sua próxima aparição, revelada na Bíblia, foi ao lado do impecável Carpinteiro no monte alto da transfiguração. Naquele monte, de dentro de uma nuvem, como se numa brisa refrescante, o Eterno bafeja aos ouvidos de Pedro, Tiago e João, na presença de Moisés e de Elias, a seguinte palavra: “– Este é meu filho amado, em quem tenho muito prazer. Observem-no.” É como se o Senhor estivesse dizendo: "Observem a libertação das amarras do tempo. Passado (Moisés), presente (Elias) e futuro (os discípulos), todos livres das amarras do tempo por causa da Palavra, da Promessa, do Modo de Ver a pessoa de Jesus."

Você está observando Jesus? Em que referencial você está? Na tela ilusória do mundo, como um mero figurante da existência? Ou você está no ambiente do Senhor Jesus, extraindo lições desse filme da vida para desenvolver-se como um homem de Deus, uma mulher de Deus, que observa Jesus? “– Este é meu filho amado, observe-o.” Por conta de um desânimo, Elias pôde ser liberto da temporalidade. E tudo “começou” tal qual “terminara” num bafejo do Senhor e numa pergunta: “– O que fazes aqui, Elias? – Deixe-me apresentar-te meu filho amado, em quem tenho muito prazer! A Ele, os povos do mundo, observarão.”

Concluo esta reflexão com a canção da irmã Heloísa Rosa. Fall On Me é uma oração pedindo que a brisa do Senhor bafeje, sopre em sua vida, e refresque seus ossos secos. Osso é uma figura de linguagem de nossa estrutura emocional. Então: “Refresca minha estrutura emocional, Senhor! E liberta-me para que eu seja verdadeiramente livre no tempo que se chama hoje. Se o Filho me libertar eu serei verdadeiramente livre de tudo, até das amarras do tempo. Se o Filho te libertar você será tão livre quanto a águia. Voará nas alturas, longe do filme ilusório que narra esta vidinha. Se você observar o Filho, teu referencial será o dele, um referencial atemporal, eterno e elevado, como o da águia que voa nas alturas. Tão alto como os montes de Jerusalém, os montes dos sinais de Moisés, os montes da cura do desânimo do profeta Elias, os montes da visão esplêndida de Pedro, Tiago e João: a visão de Yeshua (Jesus), nos convidando para dançar sobre os montes de vida eterna que há no Pai.”

Fall On Me
Heloísa Rosa










Fall on me / Ever so gently / Breathe on, Breathe on / These dry bones
Shower me in your love / Washing, washing / My filthy stain (2x)
And break these chains (2x) / Set me free (2x)
Fall on me / Ever so gently / Breathe on (2x) / These dry bones (2x)
And break these chains (4x)
Set me free (16x)
Liberta-me (16x) / Se o Filho te libertar / você é verdadeiramente livre (2x)
Liberta-me (2x)
Liberta-me Senhor
Eu voarei como águia (2x)
Eu voarei como águia na alturas


Os que recobram o ânimo no Senhor são libertos do tempo, para dançar em montes de vida!
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180509
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