Entre, o mundo interior é teu!

Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

1.7 - Gerações de grandes peixes; muitas aves

Depois Deus disse: ``Que as águas fiquem cheias de todo tipo de seres vivos, e que na terra haja aves que voem no ar!'' - Assim Deus criou os grandes monstros do mar, e todas as espécies de seres vivos que em grande quantidade se movem nas águas, e criou também todas as espécies de aves. E Deus viu que o que havia feito era bom. Ele abençoou os seres vivos do mar e disse: ``Aumentem muito em número e encham as águas dos mares! E que as aves se multipliquem na terra!'' - A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o quinto dia.
Que sabes tu sobre a natureza das águas? Além de saciar-te a sede e fazer-te a sujeira correr pelo ralo, que relação entendes ter com as águas? Brejos e charcos não têm água boa; essa serve apenas para a produção de sal. Para que serve o sal quando se depende de água na sequidão do cerrado? Estabeleci que a água seja retida àqueles que quebram minha aliança. Meu pacto, de verdade e de justiça, está escriturado na lei da vida. A origem e a substância da vida estão nas águas. A conduta de teus semelhantes afeta a distribuição e a disponibilidade dela. Disse a teus pais que acabaria com o poder do orgulhoso; e que não mandaria chuva; e que o chão de lavoura ficaria duro como o ferro. Assegurei-lhes, contudo, que rios de águas vivas jorram do interior daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. Águas puras estão condicionadas a que me ames e me sirvas incondicionalmente.

Lingüistas referem-se às águas como força vivente; uma alusão a que elas contêm vida, e não têm começo nem fim. O poder das águas suplanta todo e qualquer poder humano. Nada pode contê-las; e a ninguém interessa extingüi-las. Mesmo teus pais hebreus, muito distantes das montanhas de ciência destes teus tempos, conheceram que nesta era futura as águas provenientes do meu templo - o local ocupado pela minha presença, sararão o mar morto de sal, de modo que ele terá abundância de peixes de muitas espécies. Em todo lugar, por onde o meu rio de águas puras passar, haverá todo tipo de animais e de peixes. Meu rio fará com que as águas do mar morto fiquem boas e ele trará vida. Haverá ali muito peixe e muitas espécies de peixes, como no mar mediterrâneo de teus pais na fé.

Entendas que águas descidas do meu templo são águas espirituais. Verás que te fiz à minha semelhança; reproduzi-te a partir de minhas águas que ensopam o pó da terra. Não dou ênfase nas escrituras à criação das águas. À semelhança das águas, sou incriado. Sou fonte, meio e fim não inaugurados - sem princípio de existência. Deixo-vos que procureis águas pelo universo astronômico. Desejo que me procures em teu diminuto universo mental. Eu sou o que sou. Assim como as águas enchem o mar, toda a terra está cheia do conhecimento da glória de seu Senhor. As águas que te dou te bastam. Quero que atentes, porém, que da água criei todas às coisas; criei peixes. Originei todos os animais selvagens, todas as aves, todos os animais que se arrastam pelo chão e todos os peixes para terem medo e pavor de vós. Todos eles devem ser dominados por ti, para que tu aprendas a governar comigo o novo céu e a nova terra. Mas tu e teus ascendentes caíram sob o domínio de animais!

Peixes são alimentos, e são mencionados nas escrituras como seres de baixa inteligência e com pouco controle sobre seus destinos. A ciência geológica calcula que estabeleci os peixes nos mares há mais de quatrocentos milhões de anos, muito longe de tua geração da fé. Eles sucederam os invertebrados das águas e antecederam os anfíbios que vivem tanto na terra como nas águas. Um anfíbio é figura dos que têm sentimentos opostos, ou que seguem duas opiniões diferentes, ou que têm dois modos conflitantes de vida. Percebes na metáfora a criação dos espíritos que há muito te antecedem no planeta água? Tu e teus pais da antiguidade chegastes a terra para coroar a criação. Nasceste quando todo o palco da vida de fé já estava cenarizado para caminhares na estrada da maturidade. Teu caminhar impõe que faças escolhas entre modos incompatíveis de viver.

O destino dos peixes está traçado; o teu, tu pensas traçar, mas são os peixes que vejo conduzirem teu destino. Mandei que te alertassem: a Zofar - um dos acusadores de Jó, mandei-o perguntar às aves e aos animais, e eles lhe ensinariam; que pedisse aos bichos da terra e aos peixes do mar, e eles lhe dariam lições. Todas essas criaturas sabem que foi a minha mão que as fez. E, no entanto, babilônios - os primeiros pais da feitura de imagens, te fazem prestar culto à uma sereia, uma romantizada rainha do mar. Esse peixe, habitante emocional de densas águas espirituais, tem origem na mitologia babilônica. Será que esses criadores de imagens, de peixes espirituais, nunca deixarão de lutar e, sem dó nem piedade, continuarão a matar o entendimento do meu povo? Talvez sim, mas até que eu venha sobre eles em definitivo.

A vida de todas as criaturas está na minha mão; sou eu quem mantém todas as pessoas com vida. Ninguém sabe quando a hora da desgraça vai chegar. Como aves que caem, de repente, na armadilha, ou como peixes apanhados na rede, tu também podes cair na desgraça quando menos esperas. Eu trato os seres humanos como se fossem peixes, como se fossem animais que não têm chefe. Deixo que babilônios peguem povos como os pescadores pegam peixes. Com os seus anzóis e redes pegam os povos e os arrastam para terra seca, para os montes de adoração idólatra. Aí se alegram e ficam contentes. Oferecem sacrifícios às redes de pesca e apresentam ofertas aos anzóis, pois é por causa deles que os pescadores ficam ricos no mercado de peixes, e têm muito que comer. Nem sempre te impeço de seres pego no anzol do engano. Mas te proíbo sempre de adorares peixes, que te engolem e te arrastam a inteligência às profundezas dos mares. Consulte a Jonas.

Ensinei a teus pais, que experimentaram quedas de fé, que cordeiros e pássaros são figuras espirituais de vidas descontaminadas - livres de vícios da personalidade. Em peixes e anfíbios, jamais reconheci beleza sublime. Ancestrais aprenderam de minha natureza; observaram sabedoria em criaturas de hábitos muito desiguais. Sentiram repulsa, perceberam preguiça e traição nas cobras; mas amor, dedicação e responsabilidade nos passarinhos. A qual deles te assemelhas? Tua individualidade na infância te fizeste apreciar: a cobra coral, de beleza incomum, que não ataca até ser tocada? A jararaca, que usa o rabo para enganar a presa? Ou a muçurana, uma cobra devoradora de suas irmãs serpentes? Já vistes a expressão de uma ave na boca de uma cobra? A cobra estraçalha; e depois, sem pena, vomita a casca. Teus pais aprenderam que uma ardilosa serpente é o mal que devora e gera o caos na vida de famílias de passarinhos amorosos, disciplinados, comprometidos. Acorda à fé, passarinho!

Na minha palavra, `aves' também denotam seres angelicais. Eu trouxe os primeiros pássaros à existência no período que tu chamas `jurássico'. Tua alma ainda estava comigo na eternidade de trezentos milhões de anos. Mandei que animais alados se multiplicassem na terra. Pássaros, e não dinossauros, são resistentes ao tempo e aos rigores das variações atmosféricas; são eternos, como eternos são os anjos. Peixes, anfíbios e repteis coexistem com pássaros no palco desta vida. Já viste peixes, anfíbios, repteis e aves conviverem numa esfera de amor e compromisso? O que dá segurança às famílias de pássaros? Não é o recolhimento na noite? De onde vem a abundante prosperidade dos pássaros? Não vêm da dedicação ao trabalho diurno e da responsabilidade constante. O passarinho-mãe prospera porque ama aos que ficam no ninho.

Que tens aprendido com os pássaros? Fujas, em vôo ágil, para as montanhas, porque os maus armam os seus arcos e de tocaia apontam flechas para atirar em gente direita. Teu socorro vem dos montes, onde habito. Sai de armadilhas do caçador; não durmas, nem descanses à sua vista; como um passarinho ou gazela, escapa teus pés. Abre teus olhos; a maldição não cai sobre quem não merece; ela é como o morcego que cego voa no ecoar de ondas da noite; como o chicote para o cavalo; o freio para o jumento; e a vara para as costas de quem não tem juízo. De tua árvore, ouça o leão rugindo no anoitecer; ele manda aviso aos inimigos que o território está ocupado, e que não permitirá incômodo aos que descansam em sua proximidade. Veja que tua árvore é cedro excelente: tirei a ponta de um cedro alto; cortei um broto novo e o plantei no monte mais elevado. Meu cedro solta galhos, produz sementes e se torna muito lindo. Pássaros de todo tipo vivem e coexistirão ali, e acharão abrigo na sombra de meu cedro, que a todo entendimento excede.

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

1.6 - E astros para contar tempos

Então Deus disse: Que haja luzes no céu para separarem o dia da noite e para marcarem os dias, os anos e as estações! Essas luzes brilharão no céu para iluminar a terra. - E assim aconteceu. Deus fez as duas grandes luzes: a maior para governar o dia e a menor para governar a noite. E fez também as estrelas. Deus pôs essas luzes no céu para iluminarem a terra, para governarem o dia e a noite e para separarem a luz da escuridão. E Deus viu que o que havia feito era bom. A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o quarto dia.


Te recordas de teu primeiro contato contemplativo do céu que reluz na noite? Volte à infância que te presenteou o passeio noturno ao campo; ao chão de terra que muito dista das luzes da fantasia urbana: sobre tua cabeça paira o manto negro pontilhado do silêncio e do frescor da lua e das estrelas reais. Volte à lembrança e avive a mensagem indecifrável dos milhares de pontos cintilantes no negro disfarce da noite. Para onde inclinara teu coração diante do firmamento de fulgurantes estrelas? Sentiste desejo de adorá-las ou de recolher-te quieto sob a perplexidade da existência de coisas superiores?

Dei aviso a teus pais para que quando olhassem para o céu, não caíssem na tentação de adorar o sol, a lua ou as estrelas. Eu, o Senhor, Deus de teus pais, reparti o sol, a lua e as estrelas entre os outros povos, para que eles os adorem. Proibi teus pais de adorar qualquer coisa de minha criação, por mais belas e atraentes à percepção dos olhos. As luzes no céu separam o dia da noite. Não estão ali para que tu as adores. Elas estão lá para te estimular o desejo de investigar-me. Quis que tu crescesses à maturidade dos olhos, sem auxílio da escada enganosa, que nunca te poderá levar acima das estrelas. Meu desejo, que não muda - criança cansada de escadas de idolatrias! - é que tu te separes da noite; como eu a separo do dia.

Quando tu entrastes na eternidade do tempo da criação, tu fostes cercado de seres opacos, de outros povos desejosos de serem estrelas, de brilharem como o sol e a lua na noite. Mas tu cedestes à fantasia das falsas estrelas guias. Elas te sugaram o ego. Ficaste opaco. Teu brilho não é o original de uma criança descontaminada da fantasia nos sonhos de vida. Teu eu adoecido te impede de veres que fostes feito para habitar meu céu de estrelas. Perdeste a integridade ética de teu povo original. Estás afastado do chão de terra encimado das reais estrelas que podem te guiar rumo à cidade real, onde elas são de verdade, os dias não se acabam, e o engano na escuridão jamais te subtrai.

As luzes no céu marcam os dias, os anos e as estações. Elas te contam minha história na páginas de teu povo. O sol, a lua e as estrelas adicionam testemunhos de minha paciência ao tempo que se chama hoje. Como o sinal do arco-íris, os astros no firmamento contêm a escritura de minha aliança com a verdade e a justiça. Os sábios instruídos na minha palavra, contempladores anônimos do mover de meu céu, têm servido teus pais apontando-lhes o tempo das prestações de conta daquilo que se faz debaixo do sol e das estrelas. Não surpreendi os sábios do oriente quanto ao tempo de revelar-me na antiguidade que curtia o silêncio de minha palavra. Não surpreenderei aos que no silêncio da noite e na disciplina do dia aguardam novo céu e nova terra na novidade da ausência do engano.

Abasteço as luzes no céu para que iluminem o palco da vida. A terra é o leito da tua existência. Meus pés sobre a terra descansam. Sobre ela trago luz ao teu viver. Das estrelas comando a ópera da vida aos figurantes e protagonistas do roteiro que só eu dirijo. Meus filhos são protagonistas em minha obra. Algum, no entanto, se distraem encenando e contracenando. Tu és esse filho-ovelha em vestes de lobo. Teu chamado, contudo, é para cresceres humilde sabedoria, à medida da estatura do protagonista maior da existência humana. Tu não estás só, sempre estive em teu palco. Tu não me ouves pois não consideras que eu esteja atrás dos bastidores de teu show. Tu não me vês na platéia que te aplaude ou te abate. Estou no silêncio das estrelas. É preciso que recues dos holofotes, que observes meu script firmado na verdade. Então, bem desempenharás para o aplauso derradeiro. E me verás claramente através do véu que rasguei para clarear minha palavra em teu coração. Tu és meus pés no palco da vida. Posso descansar em ti?

Decidi que as luzes no firmamento cumpririam meu governo sobre o dia e sobre a noite. Elas obedecem à minha vontade como a orquestra ao seu maestro. Marcam o tempo em compassos de espera. O mundo todo vive o equilíbrio relativo entoado nas estrelas. Elas estão sempre à espera de minhas providências, e dão prosseguimento às transformações que trago sobre a vida de teus semelhantes. Faço novos os céus e a terra; faço-os passar no tempo das estrelas. Tudo passa com o tempo; tudo, mas as minhas palavras jamais passam.

Observas que te fazes mais ingovernável que minhas estrelas na esfera celeste? As estrelas cumprem meu querer enquanto resplandecem a luz que vem de mim. Se dobram à minha vontade. Governam o dia e a noite. Mas, e tu? Te dobras a mim? Governas teu dia e tua noite como uma estrela soberana? Estás sob meu governo? Ou te comparas às estrelas eternas, autônomas e cheias de luz própria? Entendes o que é soberba de coisas que cintilam?

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1.5 - Frutas vêm à terra de Deus

Em seguida disse Deus: Que a terra produza todo tipo de vegetais, isto é, plantas que dêem sementes e árvores que dêem frutas! - E assim aconteceu. A terra produziu todo tipo de vegetais: plantas que dão sementes e árvores que dão frutas. - E Deus viu que o que havia feito era bom. A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o terceiro dia.


Antes que teus pais da fé viessem ao mundo, preparei-lhes o provimento do prazer. Mandei, e o manto de água que dormia no gelo cedeu às sementes embrionárias para explodirem os biomas de florestas, cerrados e savanas. Observe que coisas valiosas tem origem humilde. O que tem valor nasceu pequeno - de uma semente. O que cresceu não despontou grande. O desenvolvimento para o esplendor tem origem nas coisas minutas - aparentemente desimportantes. A real beleza não anuncia sua chegada. Fazes tu questão de ser percebido ou de prosperar em virtudes? Queres que notem tua beleza? Ou a felicidade da alma? Onde é nutrido o prazer? Dentro de você ou em tua imagem exterior? O que prevalece em ti? O personalismo ou a nobreza? Ainda que opostos, mesmo ambos iniciaram pequeno. O que faz inchar a semente do ego em ti? Não são os espelhos sob luzes artificiais? O desejo irracional, sem âncora na justiça, entumece o ego. O que formou o caráter do generoso? Não é o apego à realidade do pequeno?

Fiz o alimento antes de nasceres. Preparei teu berço esplêndido para te receber em riqueza. Tu nascestes nobre. Viestes ao mundo em colchão de espuma. Não nascestes no cocho onde se põe comida para bichos. Foram mãos estudadas que apoiaram teu corpo nenê. Não foram as palmas ásperas de lenhador dos montes que te acalentaram na chegada. Logo, nasceste ingrato ou adquiriste no espelho a ingratidão? Quando ignorante recusaste o leite, que pediste que não te foi dado? Há os que nada pedem e tudo pela graça recebem. Tu não me pediste nada e te dei tudo. Te dei vida, te dei leite, te dei frutas. Que frutos me dás de tua vida? Tua vida pertence a ti ou a mim? Teus frutos são teus ou para os teus?

Fruto, prazer e lucro têm mesma raíz na etimologia. Não pus podridão, lascívia e avareza na semente da vida. Quem os colocou em tua árvore? Por que permitistes o engano adentrar teus olhos e mente? Em que recanto de teu interior se enconde o vírus da dúvida que corrompe teu ser pela imagem enganosa? Consegues ainda erradicá-lo do coração e do entendimento? Conheces remédio melhor que lágrimas de arrependimento? Conheces mais eficaz antivírus que o meditar na verdade? Quanto de minha palavra tu escondes no teu sangue? Que fazes dos meios clínicos que te dei: tempo, escritura, cérebro? Quando, e se, me buscares na palavra da verdade, te restituirei frutos, prazeres e lucros. Eles foram feitos para ti. E tu, para mim.

Abençôo a terra que recebe a chuva, a qual muitas vezes cai sobre ela e produz plantas úteis para aqueles que nela trabalham. Toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. Mesmo na velhice, minhas árvores ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheias de vida. Em meu jardim as plantas crescem bem. Crescem como um pomar de romãs e dão as melhores frutas. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. Desses, eu tirarei as frutas, os prazeres e os lucros e os darei a ti e a quem produzir os frutos do meu reino. Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança: são frutos que apreciarei em ti, quando em ti frutificar a minha palavra.

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1.4 - E da água, a terra

Aí Deus disse: Que a água que está debaixo do céu se ajunte num só lugar a fim de que apareça a terra seca!} - E assim aconteceu. Deus pôs na parte seca o nome de ``terra'' e nas águas que se haviam ajuntado ele pôs o nome de ``mares''. E Deus viu que o que havia feito era bom.


Quantas evidências tu precisas para crer em meu soberano poder criador? Tu nunca crerás em coisa alguma pelo convencimento das evidências. Evidenciar algo é comprovar com clareza intelectual e material este algo. A clareza material eu escancaro diante de teus olhos. Teus pais creram sem o auxílio do espelho; sem o auxílio da imagem. Eles não precisaram ver o rosto do natural para crer no sobrenatural. Tu és natural. O natural tem origem no sobrenatural. Como existiria o que é natural sem a vontade do sobrenatural. Te dou nada; e te acrescento catorze bilhões de anos: o que farás do nada? Tu respeitas os grandes pais da ciência, e fazes bem. Pergunto: entendes o que declaram sobre os fundamentos que dão origem ao universo a partir do `estado do nada'? Para creres em minha soberania aguardarás a intelectualidade pós-doutorada modelar a singularidade quântica originária do big-bang?

Te digo que é lícito e saudável pensar o imponderável, mas não te faz bem seres dominado pela dúvida. Hoje, quantos humildes e faltos de sabedoria científica ficariam excluídos de meu reino se o critério para nele entrar fosse o da compreensão intelectual e material da criação do universo? Ontem, quantos gênios da ciência foram aceitos em meu reino por se curvarem no humilde reconhecimento de que nada sabiam diante da próxima questão impensável. Que conhecimento existe além daquele que a ciência revelou? Queres tu entrar na eternidade para então creres nela? Tu já estás na eternidade. A eternidade é que não está em ti.

Eu te abro e te fecho a porta da eternidade com a chave que tem o tamanho da semente de mostarda: a fé. Comparei para teus pais o reino dos céus ao grão de mostarda semeado em um campo. Esse grão de dois milímetros é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore. Disse também que, se o homem tiver fé do tamanho de um grão de mostarda, moveria montanhas. Pergunto: tens andado no sentido da pequena fé, que decresce vertiginosamente no mundo? Ou tens corrido a ganhar a ciência que cresce exponencialmente nos intelectos ativos? Em que sentido o esforço é mais nobre? Obter prêmios com alto grau de seletividade? Ou ser mais um nas montanhas de foto; nas pilhas de imagens que esmaecem? A importância da tua imagem que responda?

Pela fé teus pais compreenderam há cinco mil anos como criei a terra. Hoje tu tens o testemunho de fé de milhares que se foram sem ciência; tens a ciência testemunhada em montanhas enciclopédicas, mas não incorpora a fé no intelecto. Por quê? A fé deles é a certeza de que receberiam as coisas que esperavam. Ela é a prova de que existem coisas que nem tu nem eles podiam ver. A fé nasce da terra. E terra era tudo que eles tinham. Teu problema de fé é que tu não te identificas, no teu intelecto, com o conceito de terra. A árvore só é árvore porque veio de uma semente na terra. Tua vida só será vida quando vier da fé plantada na humildade. Então, é assim: a vida é árvore; a fé é semente da, e para, a árvore; terra é o humus para a semente; humus de humildade é o substrato da fé. Não existe árvore sem semente e sem terra. Não existe vida sem fé e sem humildade. Sem fé tu estás morto na eternidade. Sem fé tu precisas nascer de novo. Sem fé, a eternidade não prospera em tua vida.

Eu fiz a terra para ela prosperar; para te abastecer de coisas que amadurecem. Só amadurecendo tu te reassemelhas a mim. O engano pôs dúvidas na cabeça de teus pais na fé. Tu és herdeiro de dúvidas. Herdaste a incapacidade de alma para trabalhar a fé-semente que faz crescer a árvore frutífera de tua vida. Contudo, como pus a areia como limite do mar, um limite permanente que ele nunca poderá atravessar, pus meu limite para a falta de fé. O mar fica bravo, mas não pode avançar; as ondas rugem, mas não podem passar do limite que estabeleço. Percebes que sem fé é impossível agradar-me? A fim de me agradar, tu tens que crescer tua árvore. Tua árvore tem que crescer frutos que me agradam. Tu darás fruto quando sobre ti eu precipitar minha preciosa água. Minha chuva faz que prosperes sobre a terra. Ela limita a sequidão que sufoca tua fé. Desejas chuvas de bênçãos sobre tua vida? Desejas uma humilde fé na terra?

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

1.3 - E o céu é estabelecido

Então Deus disse: ``Que haja no meio da água uma divisão para separá-la em duas partes!'' - E assim aconteceu. Deus fez uma divisão que separou a água em duas partes: uma parte ficou do lado de baixo da divisão, e a outra parte ficou do lado de cima. Nessa divisão Deus pôs o nome de ``céu''. A noite passou, e veio a manhã. - Esse foi o segundo dia.

Alguns cegos de entendimento esquecem o que há muito ordenei. Faço que a àgua se eleve aos montes e acima de todos eles. Ponho-a nas nuvens. A essência de toda a vida é fluida. Sólidos são estados da matéria que criei. Um estado é passageiro. Ele é carregado pelo tempo. Faço que a rocha escoe de montes de fogo. Mando e a água risca diamantes da vaidade prepotente. Esquecem que só eu detenho a ciência do tempo. Quanto desgaste causa o tempo na vaidade que ambiciona? Quanto valor ele acresce ao sábio de coração? Todos operam sob a dimensão dos segundos. Para que servem as formulações estáticas para a massa, o movimento, e a energia? Tire o tempo da matemática, e ela pára o mundo. Sem o tempo, quem de vocês sobrevive ou rema meu rio de águas? Vivo eu. Faço o tempo viver. Faço que tu sejas dependente dele. Se assim não fora, aonde irias tu sob o engano? Debaixo da injustiça, que te tornarias na eternidade do tempo? Pela vaidade, nenhuma árvore, por mais bem regada, crescerá tanto, que os seus galhos cheguem até as nuvens. Árvore é símbolo da vida. Nenhuma vida haverá sobre as nuvens que não desça às águas. Vida sem frutos é árvore morta. Todas as árvores que não dão o fruto de minha paixão, eu a seco e ela se incendeia. Qual o meu fruto preferido em ti? Não é que cresças no conhecimento do bem? O mal odeia o bem, assim como eu odeio a injustiça. Até o injusto reclama por justiça. Por que haverias tu de desprezá-la? O bem que eu amo é que tu morras na justiça. Sou eu quem te justifico. Tenho poder para te justificar na minha justiça. É preciso que queiras conhecê-la. Conhecer é verbo para intimidade, intimidade na justiça.

Falo contigo em sonhos. O solo da intimidade são os sonhos. O tolo sonha pesadelos. A injustiça o engana na intimidade da noite. No terreno de teus sonhos de justiça cai a chuva que estabeleci acima de tua cabeça. Criei o céu natural e nele permiti a noite para que tu lembres que há um repouso dos sonhos para meu povo. Acorde para a justiça, criança dos meus sonhos! Quero fazer chover em teu solo. Quero que cresças à medida de meus sonhos por ti. Te farei ver que fostes feito à minha semelhança. Em mim não há engano, não há precipícios. As quedas são quedas de águas do meu rio. São chuvas de verão. Elas descem das nuvens acima de tua cabeça; acima de teu entendimento consciente. Se tivésseis consciência de meus sonhos, tu serias enganado por teus próprios sonhos. Sonhe meu sonhos. São sonhos de justiça. Minha justiça vem do alto; acima do injusto entendimento.

Procures compreender meu decreto na morte. Eu anulo a condenação da morte de meus filhos. Meus filhos não morrem. Minha criação não morre. O que morre é a treva em meio a luz. Eu faço morrer a noite da injustiça e do engano em tua vida. Tu compreenderás como risquei no alto do monte o poder da morte. Nem a rocha pôde conter o poder que flui de minha natureza. Tudo flui de minha presença. Onde eu estiver, é impossível que haja morte; pois eu a matei em minha luz. Minha luz justifica tua vida que morre em mim. Te ensinarei que tu viverás quando morreres para ti mesmo. Morrer é ter o coração traspassado por minha palavra. Só minha palavra conduz a luz que vivifica o morto que está em mim. Não temas a morte. Teme a luz que faz morrer a morte. Eu separo as águas. Te separo da água negra do abismo. Te elevo às águas, ao céu de águas de justiça.

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1.2 - Então, a luz é entranhada na escuridão

Então Deus disse: - Que haja luz! - E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa e a separou da escuridão. Deus pôs na luz o nome de Dia e na escuridão pôs o nome de Noite. - A noite passou, e veio a manhã. Esse foi o primeiro dia.

No primeiro dia de teu mundo, eu separei a escuridão da luz. Decidi que luz e treva não se misturam. Se treva adentra a luz, a luz se amortece: isso é noite. Se a luz adentra a treva, a treva se anuvia: isso é dia. Enquanto houver tempo, haverá noite e haverá dia. Quando eu terminar o tempo, termino a noite. A treva nunca coexistirá com a luz. Deus é luz; `deus' é treva. Eu fiz a luz e fiz a treva. Por que repousas enquanto é noite? Por que remas no dia? Te confundem as imagens que brilham na escuridão? Te esclarecem os símbolos na claridade do dia. Sem luz, na noite, tu não remas; não trabalhas; não desempenhas no palco da vida. Noite e dia, luz e treva são antônimos. É como o sim e o não. O que há entre o sim e o não? Procures um `talvez' nas escrituras que comandei aos teus pais que escrevessem. Quem introduziu a dúvida na cabeça de teus pais? Luz e escuridão te lembram o 'quente' e o 'frio,' mas não te lembram o morno; não te lembram a dúvida, essa nojenta coisa enganosa.
Ao criar a luz, gostei dela. Vi que ela é boa para ti. Conheci que ela tem qualidades adequadas à minha natureza. Ela revela meu caráter a ti. Revela traços que falam da aliança que estabeleci com teus pais. O arco multi-colorido nas gotas de água no céu, sempre que meu sol brilhar nos teus olhos, fala-me de tua fragilidade mental. Ao avistá-lo tu crês que o arco-íris existe, embora sabes que é um fenômeno que ilude fantasiosamente a tua ótica. Por que não páras, pensas e abandonas as imagens que iludem o teu entendimento da verdade. Por que corres atrás do vento. Eu sou Deus de alianças, Deus de promessas, Deus fiel, que não muda, que não engana. Minha luz te convida à justiça. Ela é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais sobre os justos até ser dia perfeito.

És frágil de mente, mas não te fiz demente. Em muito, tu excedes o cãozinho que elevas como objeto de teu amor. Cuides de ti, ao menos como de teu estimado quadrúpede. Se o amas, não o alimenta no álcool, no fumo e na prostituição dos viralatas da rua chamada Errada. Se és superior ao cão, pensa. Adquire a disciplina e a simplicidade do animal. Se és dono de teu bicho interior, ensina-te a coragem e a humildade de amar em fidelidade de alma. Desenvolve tua ótica; essa perspectiva de decifrar a verdade, da mentira; o amor, do desamor; a luz, da treva. Aprende e apreende a justica, sob à ótica da luz que há em mim. Renuncia a treva.

Teus semelhantes, que fazem o mal, odeiam a luz. E não vêm para a luz, para que as obras deles não sejam reprovadas na luz. A luz revela a verdade praticada em trevas da noite. A verdadeira luz aguça teu entendimento, fazendo-o brilhar. De onde vem a capacidade inovadora do homem? Ela te faz ver o engano de brilhos na noite. É ela que te encoraja a te levantar, pois você sabe que o dia da esperança vai chegando. Eu coloquei a luz nas estrelas e a resplandeço na lua para te lembrar que a treva te é armadilha para o mal.

Observe que tu não contas os anos pelo número de noites, mas de dias. Quantos dias faltam para despertares para a estrela da manhã com entendimento da alma? Não é curioso que a noite e o dia se alternam no curso da criação? A noite e o dia disputam por ti? Quantas estrelas da manhã são citadas na escritura? Quantas estrelas da alva disputam por tua atenção? Quem é o portador da luz? Quem é este anjo que a carrega? E quem é a luz? São pessoas, não são? Em que sentido eles são teus semelhantes? Você confiaria teu caminhar ao cara que carrega a luz? Ou à luz? De quem vem o engano: do condutor da luz? Ou da luz? A luz não engana, minha tola criança! Havendo engano, originado em quem carrega a luz, a luz permanece luz. Permanece fiel. A luz é inculpável. Tu és culpado! Tu confias no que vê. Pois confias em imagens. O portador da luz cria a ilusão para tua ótica. E tu passas a caminhar pela ilusão de teu estrábico entendimento. Tu não precisas entender Lúcifer (cujo nome significa `o Portador da Luz') ou entender-me (o Deus que dá a Luz); precisas conhecer a Luz. Conhecer a luz é ter intimidade com ela. Tu, criança, que dormes, desperta! Eu te esclarecerei a verdade da Luz.

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1.1 - Ainda, nenhum ser vivente

No começo, Deus criou os céus e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar; E o Espírito de Deus se movia por cima da água.

No começo, como hoje, tu ainda não és integrante ativo de meu universo preferido. Tua terra é uma ante-sala de minha casa. Este teu provisório meio ambiente tem duas portas: a de entrada, onde está tua infância; e a de saída, com teu destino, aonde tu irás. Uma e outra vão se distanciando à medida que eu concedo o escoar do tempo de tua vida. Certo, contudo, é que estabeleci dias e eventos para teus tempos de barco em forma de corpo. Dirijo o show de tua vida. Governo o auditório que te assiste. Digo quando devem aplaudir e quando te atirar pedras. De olhos vendados, conduzes teu barco. Teu barco é teu palco, mas o rio e o show são meus. Me admiro que tu só te ocupas em remar, em desempenhar, em gastar a energia que não é tua; mas, minha. Tu não te importas em saber de onde veio, nem aonde remas. Por que tu não te remetes à tua fonte, onde te gerei? Por que não paras e pensas em teu destino? O rio da tua vida é que escoa, que avança. Basta reconhecer que o que é, já passou. O que será, será; ainda não entrou em teu palco móvel. Em teu último episódio, tu terá a mim.

Consideres teu encontro próximo comigo. Ao menos indagues sobre o que te espera a jusante de teu curso. O que queres? Uma queda brusca ou uma eclusa suave? Não te importas com precipícios? Não desejas ser elevado? E o continuar navegando em novas águas? Preferes a reconstrução ou a destruição de teu palco? As águas de meu trono são elevadas. Águas altas são de montanha; e são puras. Moro sobre montes. E todas as águas são minhas.

Pela minha palavra fiz todas as coisas. Tu pensas que as civilizações constroem alguma coisa? Não constroem. É minha palavra que autoriza e instrui qualquer construção. Tu te acostumastes com palavras substantivas, que definem e acentuam coisas. Essas apenas enunciam ou compõem, mas não criam coisa alguma. São palavras de show; apenas denotam imagens de teu palco; não são reais. Tudo o que é meu é real. Em meu mundo, até o teu imaginário pode ser real conforme minha vontade. As palavras de teus semelhantes trazem engano. Minha palavra é real, pois é a correta verdade. Nada do que existe foi feito sem minha palavra.

As escrituras, contendo minha palavra, informam que criei a terra. E com minhas próprias mãos fiz os céus. Fiz o céu natural, regido por minhas leis físicas, para abrigar a química dos recursos naturais necessários à tua vida na terra. E fiz o céu sobrenatural, regido por minhas leis metafísicas, para hospedar tudo o que é real, como o amor. Pela minha ordem foram estabelecidos o sol e as estrelas das galáxias; a esses dei luz própria. No cosmo também assentei a terra, os astros e toda matéria semeada em seu espaço; esses têm luz emprestada quando desejo que brilhem.

Catorze bilhões de anos estimam a idade da luz que vês em meu céu. Minha idade, ou o tempo em que me exponho visível, é suficiente para creres que existo? Teus semelhantes estão aos poucos aprendendo a ler a dimensão temporal da eternidade. Muitos têm dificuldades com minha infinitude, mas eles também não se importam se encerro o tempo de suas consciências; ou se termino o tempo de pessoas e de suas coisas sem lhes consultar. Eu ajo finita e infinitamente. Escolho a dimensão e a defino. Digo quando começa, digo quando termina. Sou meio, sou apoio e sou fim de tudo o que criei. Eu te criei, não criei?

Observe os mares, eu juntei suas águas num só lugar. Guardei os oceanos em reservatórios. Eu meço a água do mar com as conchas das minhas mãos. Eu ajusto os contornos do universo na proporção mínima de meus dedos. Além de tua terrinha, onde mais eu pus água? Três quartos de ti são água. Três quartos de teu planeta são água. As coincidências são minhas. Eu te faço pensar. Se não pensas, não existes. Penses o número de vasilhas de terra que usei para fazer teu planeta mutante. Penses no peso das montanhas de sílica e carbono. Por que tudo é tão preciso, tão certo? Sou perfeito, e tu? O que fazes da perfeição que criei em ti? Penses.

Que toda a terra aprenda a temer o seu criador, pois ele é o senhor único. Que todos os habitantes de teu mundo aprendam a temer quem lhes deu o meio em que vivem, pois eu sou o dono da terra. Sabes o que significa temer? Procures revisitar teus conceitos herdados de culturas de sociedades mundanas. Queres saber os contornos da ausência de temor ao criador do mar? Penses em nadar mar adentro em noite sem luar. Nades a braçadas na direção da linha cinzenta do horizonte. Não penses em retornar à praia. Não te arrependas. Afinal, teu coração fechou-se ao arrependimento, não fechou? Sigas engolfando-te nas ondas contrárias até não mais suportar o peso de braços que nadam a dor. Não havendo mais o mínimo pulsar de energia em teus músculos e brônquios, penses então em voltar ao pó da areia. Onde estão a força e a orientação? Desapareceram? Resta-te a imagem mental do abismo abaixo. Do abismo de cima, não há tempo para o socorro. Te restam a fria, negra e densa escuridão a sugar teus pés. E agora? Só afundes, rendendo-te incontinente ao titânico abismo que te inunda. Conheces-te algum suicida deste tipo de morte? Por que será que até o engano de mentes depressivas teme as regiões abismais? Eu criei o abismo. Para quem te criei? Para quem criei o abismo?

Desde que inseri a luz na escuridão, que significa o tempo da criação comparado ao intervalo de teus anos de barquinho no rio da vida? Um teu semelhante, o geocientista Eicher, elaborou o seguinte exercício: imaginou comprimir em um só ano os 4,5 bilhões de anos geológicos da terra. Nesta escala de tempo, as rochas mais antigas (3,6 bilhões de anos) teriam surgido apenas em março. Os primeiros seres vivos (3,4 bilhões de anos) apareceram nos oceanos em maio. As plantas e os animais terrestres surgiram no final de novembro (400 milhões de anos atrás). Os dinossauros dominaram os continentes e os mares nos meados de dezembro, mas desapareceram no dia 26 (de 190 a 65 milhões de anos), mais ou menos a mesma época em que comandei o elevar das montanhas rochosas. Os humanóides (muito diferentes de você em inteligência) apareceram em algum momento da noite de 31 de dezembro (a 11 milhões de anos). Roma, então, governou o mundo durante 5 segundos, das 23h:59m:45s até 23h:59m:50s. Colombo descobriu a América (1492) 3 segundos antes da meia noite, e a geologia nasceu (1795), há pouco mais de 1 segundo antes do final desse movimentado ano. Quanto tempo mesmo você viverá em teu barquinho?

Na escritura está dito que em seis dias eu fiz o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles, mas no sétimo dia descansei. E que, por isso, abençoei o sábado e o separei para ser um dia santo. Como eu concluí a criação em seis dias, em que dia tu estás vivendo? Em que dia vivem todos os teus semelhantes? Quando criei o homem e a mulher, teus pais originais? Você e esses teus pais vivem todos no meu sétimo dia? E os sepultados, em que dia estão? O que é descanso? O que é bênção? O que é sábado? O que é dia santo? Para que mesmo eu te criei? Para tu descansares comigo em meu sábado? Ou para morreres no abismo? Que fração de tempo tu silenciarás quando eu te interrogar em juízo? Sou eu teu pai, teu Deus ou teu juíz? Descanses por enquanto, o dia que se chama hoje é sábado. O dia do descanso é um tempo para pensar, tempo de amadurecer; de tomar decisão de justiça ou injustiça, de distinguir a realidade dentre muitas imagens; e partir, para me encontrar.

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1.0 - O que existe foi criado

Teus pais muito se esforçaram para me atribuir um nome. Assim como eles, tua natureza exige que pessoas, animais e coisas sejam designadas por palavra. Atribuir nomes a manifestações visíveis, ou não, é uma tarefa especial dos que usam a inteligência com grande disciplina; não é uma tarefa fácil.

Esqueça por um momento que céu é céu, mar é mar, terra é terra, luz é luz. Faça-te um cego neste mundo; morra sem partir; renuncie o que aprendeste; recolha-te ao teu mínimo, ao mínimo que não construíste, nem pediste. Então, que nome tu me dás se me manifesto a ti como o mais poderoso entre teus semelhantes? Que palavra tu usas para designar-me se me apresento como alguém que tu prossegues desconhecendo? Se te digo que me nomeiam por Luz, o cientista dirá que sou fonte de radiações eletromagnéticas que sensibilizam o teu olho. O espiritualista; que esclareço, ilumino e guio tua alma em caminhos obscuros. O poeta me romanceia como a fonte do saber que desvenda tuas emoções. O sábio te alertará que há claridades refletidas por corpos que não são fontes de luz.

Pergunto: olhando a imagem, você distingue um planeta de uma estrela? Ambos são vistos por causa da luz. Qual deles é fonte da luz? Um é negro, lúgubre, sinistro; contudo brilha, emprestando raios da fonte luminosa. Onde está a verdade sobre a luz? Teus pais, que há muito, cerraram os olhos à luz natural, puderam fundamentar a ciência que hoje tu teorizas, e pouco caso fazes tu da escritura de conhecimentos transferida por teus pais.

A sabedoria, um conhecimento justo das coisas divinas e humanas que te guia, chega a ti graças às gerações que te antecedem. Reconheças que muito pouco sabes de você e por você. O que entendes, não vem de ti, mas de alguma luz ou reflexo de luz. Aliás, sem me conhecer, tu permaneces falto de educação quanto ao céu, ao mar, à terra, e quanto à luz; de onde teu corpo veio e para onde retornará turvo. Mais trágico, sem conhecimento de si e de mim tu não poderás saber para onde irás ou onde estarás daqui a pouco. Mas, alguns, não muitos, de teus pais, te deixaram sensatez suficiente e necessária para orientar-te a vida, antes que a luz se apague numa dimensão de teu templo, o tempo.

O autor que te escreve é pessoa comum entre os mortais. Já o personagem que te fala é representação de Javé Moisés. Ele é o Eu Sou o Que Sou. Na tua Bíblia, em hebraico, Javé é o nome de Deus. Moisés é nome bíblico, significando O Que Dá a Luz. E Deus tem poder para te lançar e te retirar das águas, assim como fez com Moisés, que das águas foi tirado e criado por filha de rei egípcio, até que chegasse à plena intimidade com seu criador. Moisés ensinou e conduziu um grande povo de Deus, o Senhor, à terra prometida. Ele escreveu e viveu a essência do livro de Gênesis, onde tudo começa e auxilia teu recomeço. Todos os parágrafos do autor são representações sincera, não contendo cera nem maquiagem, sem imagens pré-concebidas do personagem que é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Então, recomeçando ...

Separei para ti parte do que mandei escrever há mais de três mil anos a um grupo escolhido de teus pais. Muitos, milhares de milhões deles, não desenvolveram a capacidade de enxergar a verdade, pois a verdade tem conformidade com o que é real, e o real não é aquilo que se vê mediante a luz de terceiros. O que se vê sob luz estranha é imagem; é representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de coisa. Pergunto: em que tu mais desejas te espelhar e seguir: em coisas ou em pessoas?

Imagem, em geral, tem o propósito de te fazer ver coisas e pessoas sob a perspectiva de quem viu, pensa que viu, ou é sincero no que viu. O fato de veres e descreveres igual imagem vista pelo observador não credencia a imagem. A ciência de teus pais se instrumentalizou com tecnologias a ponto de estas provarem para ti que imagens podem ser construídas em laboratórios; e que laboratórios seguem fórmulas com objetivos determinados. Portanto, todo cuidado é pouco com as imagens que você acredita ver, e confia teus olhos para te guiarem a alma. Tua alma reúne características essenciais à tua percepção e ao teu pensamento. Tua alma empresta vida ao teu corpo. Teu corpo é um edifício. Tu apenas habita aí por um tempo.

Esteja atento aos conceitos. Eles representam coisas ou pessoas pelo uso do pensamento. O conceito se apóia nas características superficiais das coisas e das pessoas. É o teu pensamento que vai fundo; que penetra o invisível das coisas e das pessoas. Lembre-se que sobre conceitos tu podes ser questionado por mim já no teu próximo minuto; e serás, em apenas cem anos, com toda a certeza. Sobre tua conduta diante de imagens te lançarei perguntas de juízo, e sei quando você não diz a verdade, pois o real é conforme à realidade de um rei. O criador de teus olhos é rei. Rei é soberano. Ele governa um estado monárquico. Quem tu chamas Deus Criador tem domínio sobre tudo, tem poder sobre todas as coisas, todas as pessoas, e é vitalício. Tu conheces o criador da luz que há em teus olhos?

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