Entre, o mundo interior é teu!

Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.

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domingo, 28 de junho de 2009

PARA QUEM QUER UM EMPREGO MELHOR,

O Senhor emprega sal e luz.

Idas e vindas na vida. São cinco e trinta da manhã de sexta-feira. Hora de acordar, aprontar-se, chamar o taxi, seguir para o aeroporto de Brasília. Bastam cinqüenta e cinco minutos de vôo para pousar em Confins. Tomar o café da manhã em casa, após cinco noites fora, no trabalho, é algo agradável, bastante prazeroso, uma recompensa ao emprego que está a setecentos quilômetros de distância da família. A rotina se repete, e já se vão três anos. O que você acha? Este é um bom emprego?

A noite de domingo logo chega. Voar de volta à capital é uma opção, no entanto, às vezes pesa no orçamento doméstico. Logo, evito-a, preferindo o ônibus fretado que roda entre Belo Horizonte e Brasília semanalmente. São quarenta quilômetros de casa até o ônibus, e setecentos e quarenta quilômetros de estrada até Brasília. Passo onze horas de confinamento numa poltrona de quarenta e cinco centímetros de largura, quarenta e cinco graus de inclinação, e compartilho o ar e o ronco de até quarenta e cinco colegas passageiros. O que você ainda acha? Este é um bom emprego?

Este tem sido um ótimo emprego! Estou profissional e familiarmente muito satisfeito devido as características do meu emprego. Minha rotina, embora um tanto atípica, não chega a ser exclusividade nem algo maçante. Esses sistemas de transporte (ônibus, avião, carro) andam recheados de executivos, dando exemplo de que esta é uma sociedade marcada pela mobilidade e por boas opções de apoio à vida no planeta. Há várias justificativas para minha satisfação com meu atual estilo de trabalho, um estilo todo meu e pleno de particularidades que refletem o que corre e ocorre no meu mundo interior.

Somos peregrinos na terra. Minhas idas e vindas semanais entre minha casa em Minas Gerais e meu trabalho no Distrito Federal trazem benefícios típicos a quem peregrina. O peregrino é um estrangeiro por anda passa. Ele não tem endereço fixo nas cidades onde habita ou labuta. Exemplos de peregrinos? Temos alguns bons: Jesus, Moisés, Abraão. A pátria do peregrino está geralmente distante no tempo e no espaço. É preciso ter fé de que um dia iremos alcançá-la. Todos os esforços e energia de tal viajante são empenhados na caminhada de volta à pátria – seu local de origem e de cidadania. É como se diz no Manual do Senhor: Porque, os que assim vivem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar a ela. Mas agora os peregrinos desejam uma melhor morada, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma feliz cidade.

Ir e vir entre os ambientes da família e do trabalho me faz lembrar que meus laços de intimidade com meus queridos são apenas temporários e localizados. E isso é bom! A temporalidade, ao findar, dará início à atemporalidade dos relacionamentos eternos. E isso é muito bom! O tempo e o espaço dos relacionamentos em nossas peregrinações por aqui são dimensões de investimento em relacionamentos eternos no céu.

Somos chamados à disciplina. O primeiro tempo da final entre Brasil e Estados Unidos na Copa das Confederações 2009 terminou em 2x0 para eles. Quanto preparo físico e disciplina tática você acha que os empregados do futebol brasileiro precisaram despender para virar o jogo em 3x2 e conquistar o campeonato? Quantas idas e vindas no gramado foram necessárias até se conseguir bater o adversário que dá muito trabalho? Minhas idas e vindas ao emprego (o que equivale a duas voltas completas ao mundo por ano) são um excelente estímulo ao preparo físico e à disciplina tática para aprender a enfrentar e a superar os desafios da felicidade. Por isso digo que tenho um ótimo emprego. Estou sendo treinado a permanecer companheiro da disciplina. Se Jesus é o centro de minha vida (se sou cristocêntrico) necessito ser uma pessoa dependente dele em disciplina.

O Senhor foi, em tudo, disciplinado. Ele foi estudante disciplinado das Escrituras, para dar cumprimento preciso do plano de Deus para nossa salvação. Ele foi disciplinado no trabalho de carpinteiro e dali retirou seu sustento físico e emocional, pois passara décadas a ouvir o martelar de pregos na madeira, até aquela sexta-feira da paixão (por nós) em que seus punhos e pés foram pregados no madeiro, e dali pôde descer com autoridade ao inferno para destruir as barreiras que se interpunham entre o céu e a terra – liberando-nos passagem na morte para dentro da eternidade com o Pai. Tua atual disciplina tem um propósito elevado no futuro, querido! Haverá trechos na estreita trilha da vida que pedirá todo o nosso preparo físico e tático diante de batalhas que têm de ser vencidas. Na vida há certas batalhas que têm de ser batidas – são batalhas de finais de campeonato!

Ser um melhor empregado. Passar cinco de sete dias por semana longe da esposa e dos filhos não é desafio trivial à manutenção de um relacionamento saudável em casa. Meu emprego é um teste de fidelidade de nossos laços de família. Se eu falhar nesse teste, perco minha mulher, filho e filha. Se aprovado, terei uma família para me abrigar e me confirmar na boa estrada dos relacionamentos dentro e fora de casa. Desenvolver fidelidade é aprimorar-se nas afeições, nos sentimentos e na perseverança. Ser fiel é observar rigorosamente a verdade comprometida nas relações sociais. Então está claro que tenho um ótimo emprego, ainda que este esteja a mais de setecentos quilômetros de casa. Seria isto? Eu estaria acumulando quilômetros de fidelidade para gastar futuramente quando os desafios emocionais surgirem no âmbito familiar? Quando seus queridos e amigos tiverem de depender, nos estreitos dessa vida, de sua palavra equilibrada e fiel, de onde você tirará os recursos? O que você terá na bagagem para oferecer-lhes? A canção de Beyoncé Knowles, “If I were a boy”, deixa claro a necessidade de sermos melhores homens. Alguns de seus trechos musicais não são nada triviais. Eis as dicas de emprego que ela dá aos homens:

Se eu fosse o homem, procuraria entender os sentimentos de minha mulher.
..., prestaria atenção nas suas palavras.
..., protegeria o amor para não provar a dor.
..., valorizaria minha mulher, ouvindo seus conselhos.
..., estabeleceria as regras, mas não vacilaria na fidelidade a elas.
..., seria um homem, um homem melhor para seu amor.


If I Were a Boy (Beyoncé Knowles)








If I were a boy even just for a day / I'd roll out of bed in the morning / And throw on what I wanted / And go drink beer with the guys
And chase after girls / I'd kick it with who I wanted / And I'd never get confronted for it / 'Cause they stick up for me
If I were a boy / I think I could understand / How it feels to love a girl / I swear I'd be a better man
I'd listen to her / 'Cause I know how it hurts / When you lose the one you wanted / 'Cause he's taking you for granted / And everything you had got destroyed /
If I were a boy / I would turn off my phone / Tell everyone it's broken / So they'd think that I was sleeping alone
I'd put myself first / And make the rules as I go / 'Cause I know that she'd be faithful / Waiting for me to come home, to come home
If I were a boy / I think I could understand / How it feels to love a girl / I swear I'd be a better man
I'd listen to her / 'Cause I know how it hurts / When you lose the one you wanted / 'Cause he's taking you for granted / And everything you had got destroyed
It's a little too late for you to come back / Say it's just a mistake / Think I'd forgive you like that
If you thought I would wait for you / You thought wrong
But you're just a boy / You don't understand / And you don't understand, oh / How it feels to love a girl / Someday you wish you were a better man
You don't listen to her / You don't care how it hurts / Until you lose the one you wanted / 'Cause you're taking her for granted / And everything you had got destroyed / But you're just a boy


O ego e o emprego. Um estilo de vida de qualquer pessoa, que naturalmente tem suas muitas idas e vindas, altos e baixos, beneficia-se enormemente quando tem o ego, o seu centro, na pessoa de seu Criador. Pois “o Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; e de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já antigamente ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que o Senhor não esteja longe de cada um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos”.

Eu me pergunto: quanta consciência de Deus, o Senhor, tem as pessoas deste mundo exterior, em especial as famosas? As que vivem suas idas e vindas, seus altos e baixos, como que em uma grande gangorra, que ora lhes permite ver ao longe, ora, bem de perto, as nuanças que a vida toma, como que numa sequência de alertas para a finitude da dinâmica da vida. Nos meus longos e silenciosos deslocamentos entre minha casa e meu trabalho, aprendi a passar horas refletindo sobre a finitude desta vida sanguínea comparada à fluidez da vida eterna prometida na palavra de Deus a todos quantos o priorizam acima de si mesmos.

Um pacto de emprego. Fico me perguntando que destino teve o superstar Michael Jackson, falecido há poucos dias. Será que ele chegou a amadurecer diante de Deus em seus breves 50 anos de idas e vindas pelos palcos da fama e da infâmia, da fortuna e da falência? Será que ele teve oportunidades de refletir sinceramente sobre a distância entre seu ego e seu superego? Onde foi deixado o Deus Criador do Michael em seu processo de satisfação plena dos instintos e desejos? Será que o apaixonante cantor de uma de minhas músicas favoritas (I´ll be there) esqueceu-se completamente de que cantara em 1970 um pacto com Deus? A letra de “Estarei lá” é uma verdadeira declaração de amor, que nos convida a levar Deus muito a sério, em nosso mundo interior: Você e eu devemos fazer um pacto. Devemos trazer salvação de volta. Onde existir amor, estarei lá. Estenderei minha mão para ti. Terei fé em tudo que fazes. Clame a mim, e estarei contigo. Estarei lá para confortá-lo. Construirei meu mundo dos sonhos em ti. Estarei lá com meu amor implacável. Serei tua força. Estarei seguro em ti. Vou adorá-lo com amor altruísta!

I´ll be there (Michael Jackson)








You and I must make a pact / we must bring salvation back / where there is love, I´ll be there
I´ll reach out my hand to you, / I´ll have faith in all you do / just call my name and I´ll be there
And oh - Ill be there to comfort you, / Build my world of dreams around you / I’m so glad that I found you / I´ll be there with a love that’s strong / I´ll be your strength, I´ll keep holding on / Yes I will, yes I will
Let me fill your heart with joy and laughter / Togetherness, well that’s all I’m after / Whenever you need me, I´ll be there / Ill be there to protect you / With an unselfish love I respect you / Just call my name and Ill be there
If you should ever find someone new / I know he’d better be good to you / because, if he doesn’t, I´ll be there / Don’t you know, baby, yeah yeah / I´ll be there, I´ll be there, just call my name, I´ll be there
(Just look over your shoulders, honey - ooh) / I´ll be there, I´ll be there, whenever you need me, I´ll be there
Don´t you know, baby, yeah yeah / I´ll be there, I´ll be there, just call my name, I´ll be there...


Emprego de sal e luz. Tanto eu, quanto Michael, quanto Beyoncé, quanto você precisamos estar atentos a uma oferta perene de emprego realmente compensador. É emprego real, de rei, de gente que vai e vem de um canto do céu para outro com poderes absolutos de fazer o bem ao próximo. A incumbência principal desse emprego maravilhoso está nas propriedades do sal e da luz. Sendo sal, requer-se do candidato ter nascido da interação entre um ácido (liberador de cargas positivas; a palavra de Jesus, por exemplo) e uma base (ingrediente principal numa mistura; o amor, por exemplo). Sendo luz, requer-se do candidato a habilidade de emitir claridade, mesmo não a possuindo, mas que reflete a partir de outro corpo (Deus, por exemplo). Ser sal e ser luz no mundo exterior e tão fundamental para agradar à Autoridade, que emprega nossas vidas, que o próprio Impecável Carpinteiro (e executivo da Palavra e do Amor) assim ensinou:

— Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam.
— Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. A luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e honrem o Pai de vocês, que está no céu.



Quem procura o melhor emprego na vida faz de suas idas e vindas uma trilha fértil em amor e paz, para alimentar e iluminar os candidatos do mundo exterior rumo à feliz cidade.



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sábado, 20 de junho de 2009

PARA OS NASCIDOS NESTE MUNDO,

O Senhor quer te devolver ao amor, ao poder, e à sabedoria.

Questões eternas. Outro dia — não sei se sonhando ou se pensando, mas o meu amigo do coração, o Celso Omar Perpétuo, perguntou-me à queima-roupa:
— O que você descobriu dos segredos da vida na sua breve existência? Conte-me suas descobertas ao especular nas muitas inquietudes da vida enquanto imerso em seu mundo interior? Para que Deus criou a humanidade? Por que Deus não te criou diretamente um ser angelical, puro, um perfeito servo dele? Para que o ensino e o aprendizado na estreita e rústica trilha que te trouxe de volta até as margens do rio onde te acordei? Por que existe o mundo dos astros estelares e da terra azul de onde você veio? Por que você existiu física e materialmente? E não apenas em espírito, como um anjo ou um capeta? Por que Deus fez gente como você?

As perguntas colocadas pelo Celso me deixaram sem fala. Embora tentasse, não conseguia responder-lhe um A. Minha disposição de falar não fora acompanhada de raciocínio. Eu não conseguia expressar uma linha lógica, pois não conseguia formular respostas articuladas em fundamentos tão elevados. Na verdade, em parte eu desconhecia as respostas, em parte evitava pousar de tolo diante da sabedoria de meu anfitrião do outro lado do rio da vida. Receei expor meu despreparo injustificado diante do mestre que tão atenciosamente me estendera a mão nos meus inúmeros naufrágios, nas tentativas de cruzar as águas daquele rio cristalino e abismal para a outra margem de campinas verdejantes, povoadas de lindas casinhas brancas, com quintal e varanda e gente absolutamente feliz.

O som da Criação. Quando me dei conta de que meu devaneio se passara em meio à tentativa de articular mais uma reflexão para meu blog Do Mundo Interior, fui despertado pela canção linda, sem palavras, chamada “After the Harvest”, feita por uns anjos de Veneza, e tocada muitas e repetidas vezes no computador da escrivaninha do meu filho. Será que aquela música me inspiraria uma resposta boa o suficiente para que meus amigos do lado de lá, do Omar, se orgulhar? E se eu iniciasse meu discurso explicativo sobre a origem do universo, tendo como fundo musical uma canção cujo tema se refere ao pós-mundo chamado Céu? Onde a perfeição germinará de boa colheita. Mas colheita de quê? De gente? Puxa vida! Vai dar certo assim. Porque Jesus veio ao mundo para também ensinarmos a pescar, semear e colher. O Senhor ensinou-nos a não garfar, mas a colher; colher gente arrependida e regenerada para não mais garfar a Deus! Vai dar certo! Ouça The Angels of Venice! Sem pressa, por favor! O Perpétuo é paciente conosco, com pessoas que não garfam a paciência dele!








After the Harvest
The Angels of Venice

Tudo muito bom. Iniciei minhas pesquisas sobre o para quê o mundo existe buscando dicas na primeira página do livro de Gênesis, lógico! Lá diz assim: (Permaneça ouvindo After the Harvest, pois, na descrição abaixo, Deus ainda estava semeando para colher gente boa plantada em seu Filho amado, o Impecável Carpinteiro, o restaurador de ladrões e bandidos, como eu, que me cansei de garfar a Deus!)

No começo, Deus criou os céus e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo, perpétuo. A escuridão cobria o mar, e o Espírito de Deus se movia por cima da água. Então Deus disse: “— Que haja luz!” Deus viu que a luz era boa e a separou da escuridão. Então Deus disse: “— Que haja no meio da água uma divisão para separá-la em água acima (céu) e água abaixo (mar)!” Aí Deus disse: “— Que a água que está debaixo do céu se ajunte num só lugar (os mares) a fim de que apareça a terra seca!” E Deus viu que o que havia feito era bom. Em seguida ele disse: “— Que a terra produza todo tipo de vegetais, isto é, plantas que dêem sementes e árvores que dêem frutas!” E Deus viu que o que havia feito era bom. Então Deus disse: “— Que haja luzes no céu (estrelas) para separarem o dia da noite e para marcarem o dia, os anos e as estações!” E assim aconteceu. Deus fez as duas grandes luzes: a maior (o sol) para governar o dia e a menor (a lua) para governar a noite. E Deus viu que o que havia feito era bom. Então Deus disse: “— Que a terra produza todo tipo de animais: os domésticos, os selvagens e os que se arrastam pelo chão!” E Deus viu que o que havia feito era bom. Aí ele disse:

“— Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco (a Trindade). Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais.” Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos consigo mesmo, parecidos com a sua natureza divina, tendo poder para fazer coisas, e tendo a capacidade de amar, e de serem sábios à semelhança de seu Criador. Ele criou o homem e depois, por ser Deus muito carinhoso, ele criou a mulher e os abençoou muitíssimo, dizendo: “— Tenham muitos e muitos filhos; todos parecidos com Deus e dependentes de seu amor; espalhem-se por toda a terra e frutifiquem-na.” E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom
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A velha insubmissão. Mas (e a história bíblica detalha), o vovô Adão e a vovó Eva resolveram equiparar-se a Deus, ser como Ele, independente em suas vontades; resolveram garfar-lhe um atributo da Divindade, que os fariam também deuses, ainda que com D minúsculo. Eva e Adão não se declararam satisfeitos em parecer-se com Deus, como se fosse pouco ou insuficiente seu status humano (de poder, de amor, e de sabedoria) conferidos pelo Eterno para que vivessem alegremente em Sua companhia.

O homem, então, tentado pela criatura soberba, pelo anjo ladrão, falido e condenado (o Demônio na pele de serpente), o homem cobiça ser livre e independente de seu Criador. Sentiu-se atraído a experimentar não só o bem, mas também o mal. Até este funesto episódio na história da humanidade, o homem só conhecia o bem, não tinha tido acesso ao mal. Mas, seduzido em sua faculdade de sábio, o homem usa da função insubmissão, caindo na conversa da Serpente, a grande deusa insubmissa. O homem eleva-se soberbamente então, contrariando sua missão de filho querido, de criança obediente. Ele desobedece à instrução de Deus que lhe preservaria o poder, o amor e a sabedoria para viver somente na feliz cidade. A desobediência não lhe faria bem algum, mas lhe distanciaria do convívio visível com o Criador no jardim da infância. A desobediência precipitaria o homem no mundo dos deuses minúsculos, de seres independentes e mortais, na selva e no deserto da maturidade, da vida ou da morte, sob o regime do poder invisível de anjos caídos, que igualmente cobiçaram ser iguais a Deus, independentes como Deus.

O ambiente insubmisso. A dúvida colocada pela Serpente na cabeça do homem e da mulher, alimentada pela cobiça, que normalmente descamba na desobediência, precipita o homem a viver na dimensão do mundo exterior, o mundo herdado por todos nós, o espaço e o tempo que nos separam do Jardim do Éden, do mundo interior, onde há ambiente humano para o Espírito Santo de Deus operar, garantindo o suprimento de poder, de amor e de sabedoria aos filhos de Deus para que vivam eternamente na dependência da felicidade. No mundo exterior, morada de deuses minúsculos e de homens e mulheres mortais, o poder, o amor e a inteligência são disputados à tapa, à insubmissão e à corrupção. Num ambiente insubmisso vale a lei dos medíocres, a lei dos mais fortes de arrogância, a lei dos mais espertos na burrice, a lei dos vivos-mortos.

O resgate da prisão. Tendo observado que Deus criou tudo muito bom, que ele criara o homem parecido consigo mesmo, e que agora, pela soberba, seus filhos se distanciam dele, arrastados pelo desejo de construção de seu próprio reino humano, o reino do bem e do mal segundo a cabeça humana, você acha que Deus abandonara ou desistira de sua criação amada? Você não acha que apesar de o homem ter extrapolado os limites do Éden, aprisionando-se no convívio com a Desobediência, que o Amor do Pai, o seu único Filho 100% obediente, não traçaria uma trilha em meio à selva, em meio ao deserto, do mundo exterior, para que todo aquele que se arrependa, que queira deixar de ser deus, tenha a possibilidade do retorno à vida Eterna no Éden de Deus? Se Deus não tivesse um plano de salvação (para resgatar o homem de si mesmo, perdido no mundo exterior), Ele teria contrariado sua natureza amorosa. Deus é amor. Ele não se contraria. Deus não muda! Então, Deus anuncia seu plano de salvação para o homem perdido neste mundo de espaço e tempo exteriores ao Éden:

O Salvador do homem. Porque assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, para que toda a pessoa mordida de cobra fosse salva ao olhar para ela; assim também o Vermezinho (o Filho do Homem, o Filho único de Deus) teve de ser levantado no madeiro cruciforme, para que todo aquele que olhar atentamente para ele, hoje em dia, seja curado da praga do desejo de ser deus, e tenha a vida eterna através da justificação de nossa soberba arrependida e sarada por Jesus. Porque Deus amou tanto os seres humanos perdidos neste mundo exterior, que se deu a si mesmo, em seu único Filho, para que todo aquele que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna, ao achá-lo pela fé, não pela dúvida, mas pela humildade; não pela cobiça, mas pela disciplina; e não pela desobediência, mas pela obediência em manter-se nos limites do alcance de seu Poder, de seu Amor, e de sua Sabedoria.

Então, para que Deus criou o mundo, este universo que contém todas as coisas (poder, amor, sabedoria) para o homem?

O poder no seu devido lugar. (1) Deus criou o mundo para compartilhar seu poder com o homem sem ser roubado em Seu Poder, por homens metidos a deuses do poder. Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? A Serpente aborda a mulher relativizando o poder de Deus: “É assim que Deus disse?” A dúvida faz a mulher bambear diante de sua missão de vida: ser um ser perfeitamente feminino, feita caprichosamente por Deus para formar com o homem um ser único e indivisível na atratividade do prazer e das necessidades complementares ricamente satisfeitas.

Semelhante à mulher, o homem também cede, quando bastavam pronunciar um sonoro NÃO à cobiça cantada de fora (do mundo exterior) para dentro (do mundo interior) de suas vidas perfeitas. E se Eva e Adão tivessem exercitado suas virtudes de sabedoria e obediência humanas, teriam eles cedido ao silvo hipnotizante da cobra maldita? Qual foi o elemento da cobiça? Não foi o desejo de ir além dos limites naturais da criação? Você reconhece e respeita limites naturais? Qual a sua inclinação ao ouvir gente astuta dizer por aí? “Você quer, você pode!” Você responde? “Quero, mas não posso, portanto não faço!”

O amor no seu devido lugar. (2) Deus criou o mundo para compartilhar seu amor com o homem sem ser roubado em seu amor, por homens metidos a deuses do amor. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Você conhece uma canção infantil que diz? “Cuidado olhinho o que vê!” Você conhece algum cego infiel? Há cego que não seja gente boa? Cegos podem não enxergar o que nossos olhos vêem, mas eles são cuidadosos ao perceberem a pressão do perigo. Cegos aceitam conselho e aceitam ajuda de quem vê perfeitamente? Quem vê os perigos de sua vida perfeitamente? Você ou Deus? Eva e Adão (e você, por que não?) exercitaram a disciplina dos olhos no convite da serpente? Você tira o olho ou dá uma de deus do amor, liberando o Eros da ação incontida no prazer dos olhos? Por que você não diz assim? “Agradável e desejável é, mas não me pertence, portanto não me meterei nisso aí!”

A sabedoria no seu devido lugar. (3) Deus criou o mundo para compartilhar sua sabedoria com o homem sem ser roubado em sua sabedoria, por homens metidos a deuses da inteligência. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Eva e Adão sabiam que o fruto da árvore lhes daria entendimento, lhes daria a faculdade de compreender coisas ocultas, o talento de pensar e de conhecer o que há do lado de fora do jardim da infância, do Éden Lar das Crianças. Por que Deus não lhes autorizara conhecer o lado de lá do Jardim? Quem mora no mundo exterior não são os deuses minúsculos, os coleguinhas da Serpente, os ladrões da sabedoria de Deus? Deus não construiu o mundo exterior (confinado pelo espaço e tempo) para seus filhos, mas o destinou para os anjos caídos, para os maus. Agora que você sabe o que é uma penitenciária, você gostaria de passar 90 anos lá dentro sem esperança de liberdade? Os que não roubam neste mundo, evitam as cadeias desta vida. Os que não roubam no amor, no poder e na sabedoria, evitam a escuridão da vida eterna.

Escolha ser livre. Sabe de uma coisa? Deus criou o mundo e achou-o muito bom. Deus criou você, seus pais, seus avós, e até os mais velhinhos Adão e Eva, e achou isso muito bom. Deus nos vê roubando-lhe o amor, o poder e a sabedoria, e isto não é nada bom. Deus enviou seu Filho Jesus para nos salvar da falta de liberdade temporária e da prisão eterna pelos roubos que praticamos, e o Seu Filho é muito bom Salvador. Mas Jesus não veio salvar prisioneiros que se consideram livres, mas aprisionados que anseiam por liberdade. Os deuses minúsculos já se deleitam com o poder corrupto, o amor sórdido, e a vil sabedoria que eles roubam do Eterno e maquiam no salão de beleza da peste! Esses terão de tomar uma boa ou uma má decisão: voltar a ser homem e mulher originais, ou permanecer um minúsculo deus de poder, de amor e de sabedoria. É assim! É tão simples quanto à decisão de Eva e Adão: aceitar a oferta de salvação do Filho (voltar a ser homem e mulher) ou permanecer um deus minúsculo. A gente decide! Nossa gênesis optou pela independência na escolha do bem e do mal. Ótimo, se optarmos por buscar a liberdade conforme o projeto original, o projeto da Gênesis.

Permaneça livre. Como eu tenho certeza que todo homem e toda mulher originais se apaixonam pelo Senhor ao conhecê-lo, te ofereço a canção da irmã Heloisa Rosa. Observe que a Heloisa é uma rosa que canta, não é uma serpente que encanta. Ela encontrou em Jesus um amigo eterno. Seu toque ela sentiu, foi o mais íntimo de todos. Seu coração partiria, se ela perdesse esse amigo em meio à selva, em meio ao deserto neste mundo exterior, o mundo dos deuses minúsculos e cegos de amor, de poder e de sabedoria de Deus.








Amigo Eterno
Heloisa Rosa

Que Amigo encontrei / E mais chegado que um irmão / Teu toque já senti / Foi mais intimo de todos
Jesus, Jesus, Jesus / Amigo Eterno / Jesus, Jesus, Jesus / Amigo Eterno
Que esperança encontrei / Foi mais fiel que uma mãe / Meu coração partiria / Se eu perdesse esse amigo
Jesus, Jesus, Jesus / Amigo Eterno / Jesus, Jesus, Jesus / Amigo Eterno
Que esperança encontrei / Foi mais fiel que uma mãe / Meu coração partiria / Se eu perdesse esse amigo /
Jesus, Jesus, Jesus / Amigo Eterno / Jesus, Jesus, Jesus / Amigo Eterno


Deus criou o mundo para compartilhar seu amor, seu poder e sua sabedoria com o homem e a mulher, seus filhos, queridos!



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segunda-feira, 8 de junho de 2009

PARA QUEM QUER EVITAR TRAGÉDIA,

O Senhor nosso Deus é fiel.

Tragédias são evitáveis. Há garantias de que possamos viver a vida sem sofrermos tragédias pessoais? Tragédia é um acontecimento que gera lástima ou horror. O emprego do termo tem origem nos antigos teatros gregos que representavam cenas fortíssimas baseadas no clamor de bodes, em cerimonial de sacrifício que gerasse catarse, um sentimento de purgação, numa multidão de expectadores ávidos pelos bacanais de um ídolo nada bacana chamado Baco. Tragédia é também uma história com final dramaticamente triste. Tragédia ou desgraça é algo sinistro, geralmente fúnebre. Um olhar para essas coisas medonhas só tem valor se pudermos delas extrair estratégias que nos ajudem a afastá-las de nosso caminho, de nosso plano de vôo. Isso é possível? Não seria muito bom alcançarmos uma garantia capaz de manter episódios trágicos longe de nós e de nossos queridos? Quanto se empenharia um parente de alguém sinistrado se fosse possível voltar o tempo para impedir a colisão frontal, o vôo da morte ou a má companhia? Na impossibilidade de se rebobinar o tempo no filme da vida, há consolação que supere a dor de tragédias?

Distração mata. Era uma vez, 1985! Meu irmão foi assassinado com um tiro à queima-roupa no rosto aos 27 anos de idade. Ele andava em más companhias. Ele fora avisado da possível tragédia não poucas vezes. Por que ele não ouviu os conselhos? Será que ele ouvira, mas não tivera força interior para se afastar do perigo sinalizado? O que eu daria se eu pudesse voltar o tempo? Se eu soubesse o que sei hoje sobre os sinais de alerta à tragédia? Eu teria feito muito mais pela vida e felicidade dele! Tenha certeza disso! Pois você faria o mesmo pelo seu irmão: um cara melhor do que eu, mais romântico do que eu, mas alegre e divertido do que eu, mais ávido por ser livre e feliz do que eu. Ele compartilhava conosco o seu mínimo, só para que compartilhássemos o que ele achava que tínhamos de máximo: uma bicicleta monareta, um tênis limpo, um desodorante de farmácia, algumas migalhas de dinheiro. Como não o compreendemos o suficiente, como não o fizemos sentir-se amado o suficiente, como o repreendemos e lhe demonstramos que ele não possuía nossas boas virtudes, meu irmão perdeu-se em direção à desumana tragédia.

Chorar ajuda. Mas (e graças a Deus houve um, mas!), antes da tragédia, meu perdido irmão foi achado por um Amigo mais chegado que um irmão — para citar uma das muitas expressões maravilhosas escritas no Manual (que você deveria ler) em referência ao Impecável Carpinteiro. Eu tenho duas provas de que meu irmão está feliz na eternidade com Jesus: uma foto e um milagre. Tenho a foto dele se rendendo a Jesus no domingo anterior à sua morte trágica! Posso te mostrar os olhos lindos de meu irmão chorando abraçado com minha mãe no altar de uma igreja na Baixada Fluminense. Você já chorou em algum altar? Quando você vai chorar se rendendo a Jesus? Eu sei que chorar no altar é sinal de quebrantamento diante do dono da igreja cristã. Quebrantamento é fraqueza, é prostração, é rendição da alma. Na Bíblia está escrito que Jesus falou que o poder dele se aperfeiçoa em nossas fraquezas. Essa é uma prova, entendeu! Quando meu irmão só tinha as lágrimas para oferecer, ele recebeu o poder do Senhor para passar pela tragédia que se anunciava secreta e carrascamente.

A Palavra ilumina. A outra prova de que meu irmão está bem vivinho-da-silva é o milagre da revelação da Palavra de Deus ocorrido na noite de espera pela liberação do corpo. Minha mãe, à beira do desespero escurecedor da mente, se perguntava onde estaria o seu filho do coração, onde estaria a alma dele. Meu irmão estaria naquela gaveta desgraçada de fria do necrotério? Como dormiríamos sem saber? Como ela viveria sem saber seu destino silencioso? Quanto peso levaríamos sob a dúvida de seu eterno futuro? Peso por não o termos incluído com mais densidade em nossas prioridades, por exemplo. Você ama a ovelha-negra de sua casa? Você tem paciência amorosa com seu parente desafeto? Quem se considera justo não deveria justificar o injusto? Pois bem! No choro doído de minha mãe, tive a graça (um presente imerecido) de por a Bíblia fechada nas mãos dela. O que ela fez?

Deus é fiel. Minha mãe, de um lance, abriu a Palavra em qualquer lugar — como em qualquer lugar não foi onde seus olhos molhados recaíram! O olhar incerto de minha mãe poderia ter focado qualquer um entre os mais de 30.000 versículos da Bíblia. Você já teve tanta “sorte” de acertar tão baixa probabilidade em circunstância tão crítica? Pois minha mãe, que pouco entendia de Bíblia, mirou o seguinte, no livro da vida: “Jesus disse: — Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e creiam também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas, e eu vou preparar um lugar para vocês.” Aleluia! Entendeu mais essa prova, querido? O Eterno estava dizendo que minha mãe descansasse; que fosse dormir um pouco; que não havia caso para terror naquela trágica passagem de seu filho; que meu irmão estava em uma de Suas moradas celestiais! Muito longe de qualquer gaveta nojenta e gelada do necrotério de Nova Iguaçu! Que Ele, Deus, se antecipara à tragédia que caíra sobre o corpo do nosso querido Oséias! Que nós sossegássemos num pouco de sono, pois Deus é fiel e eles permaneceriam acordados — Eles: Jesus e Oséias, como acordados estarão para todo o sempre. Aleluia mesmo!

Jesus salva. Aleluias de gratidão ao Senhor! É por isso que eu só falo de Jesus hoje em dia. Embora eu fora incapaz de evitar a morte trágica de meu irmão, Jesus foi capaz de prepará-lo para morrer; para passar por uma gaveta estreita, e encontrar do outro lado um campo verdinho e florido de casinhas brancas, com quintal e varanda. Ele foi capaz de preparar antecipadamente uma casinha branca para meu irmão morar no céu, o endereço de Jesus! O futuro de meu irmão fora traçado pelas nossas culpas e debilidades do convívio em família, mas Jesus tomou sobre si nossas transgressões, socorrendo-nos em misericórdia para nos destinar à família dos remidos eternos. A tragédia tornou o corpo do meu irmão às cinzas, mas Jesus tornou o meu irmão (com alma e tudo) um príncipe em suas mansões celestiais.

Fé vivifica. Será que o mesmo provado destino de meu irmão também recaiu sobre o pescador chamado Pedro, da canção “O Mar” de Dorival Caymmi? Será que o choro da esposa Rosinha de Chica, à beira da praia, teve consolação! Por que Pedro saíra em mar tempestuoso ignorando os sinais dos tempos? Por que ele não se abrigou quietinho com sua bonitinha, bem feitinha, no apriscozinho das ovelhinhas de Jesus, esperando o carrasco solto no mar ir embora para outros mares? Por que após o “morreu, morreu, morreu...” o Caymmi não cantou “mas vivo está, vivo está, vivo está...?” Você é como o Dorival, é? Cante com fé, meu irmão, tenha fé para cantar: “Morreu, mas viveu / morreu, mas viveu / morreu, mas viveu”! Quem morreu e viveu? Quem morreu e ressuscitado está? Tenha fé, gente boa! A fé faz a gente viver! Não desprezes os sinais dos tempos, não! O perigo anda à solta para nos tragar na tragoidia!










O Mar (Dorival Caymmi)
O mar quando quebra na praia / É bonito, é bonito / O mar... pescador quando sai / Nunca sabe se volta, nem sabe se fica / Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos / Nas ondas do mar / O mar quando quebra na praia / É bonito, é bonito
Pedro vivia da pesca / Saia no barco / Seis horas da tarde / Só vinha na hora do sol raiá / Todos gostavam de Pedro / E mais do que todos / Rosinha de Chica / A mais bonitinha / E mais bem feitinha / De todas as mocinha lá do arraiá
Pedro saiu no seu barco / Seis horas da tarde / Passou toda a noite / Não veio na hora do sol raiá / Deram com o corpo de Pedro / Jogado na praia / Roído de peixe / Sem barco sem nada / Num canto bem longe lá do arraiá
Pobre Rosinha de Chica / Que era bonita / Agora parece / Que endoideceu / Vive na beira da praia / Olhando pras ondas / Andando rondando / Dizendo baixinho / Morreu, morreu, morreu, oh... / O mar quando quebra na praia


Caos mata. No livro do apocalipse (o último livro do Manual que contém revelações terrificantes, tragoidianas, acerca dos destinos da humanidade), mar é metáfora significando poder do caos. Se eu soubesse o que sei hoje sobre os sinais emitidos no caos desse poderoso mundo exterior, eu teria desenvolvido certo “poder” de aconselhamento a alguns mundos interiores (os corações) de amigos e familiares. O que sei pode não ser muito, mas é conteúdo suficiente para escrever sobre Evitando Tragédias. E isso não é pouca coisa! Também não é menor a virtude de se viver na típica confusão de nossas cidades enquanto percorremos o caminho atípico e estreitinho de paz e segurança que leva à feliz cidade.

Fique esperto. Você sabe que istmo existe, não sabe? Istmo é uma faixinha de terra que liga uma península a um continente. Gozado...! Que o primeiro istmo a ser chamado assim foi um istmo na Grécia, exatamente onde inventaram Tragédia [sendo tragos (bode) e odé (canto) combinados dão tragoidia (clamor dos bodes), de cuja palavra derivou-se tragédia]. Será que Deus criou os “istmos” só para nos lembrar que existem saídas dos ambientes mundanos e perigosos onde ocorrem clamores trágicos de bodes sendo sacrificados em rituais “bacanas”? Será que Deus quer que fiquemos espertos, prudentes como as serpentes, para evitarmos passar pelo sacrifício cabrum dos caprinos? Você não é bode não, querido! Fica esperto, cabra! Prefira ser carneiro, um esposo de ovelha. Mas não seja nem bode nem cabra da peste. Seja cordeiro obediente! Um filho da mãe ovelha. Seja você o que for: quem é esperto arranja tempo e neurônio de gente boa para refletir como um filho de Deus na Palavra.

Vigiai e orai. Para colocarmos tragédia em seu devido lugar (no inferno das maldades!), assim disse o Impecável Carpinteiro, o transformador de vidas caprinas em vidas ovinas: Vigiem e orem para que vocês não sejam induzidos à tentação que mata nas tragédias da vida. É fácil querer evitar tragédias; o difícil mesmo é conseguir. Ninguém sabe o dia nem a hora em que tragédias e passagens para a eternidade acontecerão. Vigiem e fiquem alertas, pois vocês não sabem quando chegará a hora. Se a tragédia ou a passagem chegar de repente, que vocês não estejam distraídos, como se dormindo no posto de guarda. O que eu disse, repito: fiquem vigiando – assinado: Jesus.

Cabeça de bode. Quando aconteceu a passagem de Jesus deste mundo para o céu, pergunto: ele estava vigiando? Ele sabia da iminência de sua passagem trágica? Apesar de a resposta me parecer universalmente conhecida, merece que enfatizemos: Jesus sabia com precisão o momento de sua tragédia! Ele não teve uma passagem suave, como seus ancestrais — Davi, Jacó, Isaque, Abraão e tantos outros carneiros de Deus. No entanto, ele sabia que seria moído, que seria morto como um bode, embora fosse o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O que é melhor? Saber a hora da passagem? Ou ser surpreendido pela tragédia? Você acha que existe passagem às cegas? Você acha que, quando uma pessoa passa para a eternidade, ela e nós não sabemos que chegou a hora? Mas, as pessoas mundanas (do mundo exterior) parecem não ter desenvolvido consciência para permanecer alertas à possibilidade da tragédia. Você está observando que estou diferenciando tragédia de passagem, não está? Tragédia é encarar o carrasco no caos da selva, do mar ou dos ares. Passagem não tem nada de tragédia. Passagem é entrar para o aprisco seguro quando o carrasco mostra os dentes! O que acontece para quem não entra para o aprisco das ovelhas e dos carneiros? Mas insistem em permanecer cabramente, burramente (com mente de burro) no caos da selva, do mar ou dos ares? Tragédia! O bode perde a cabeça completamente!

Tentação gera tragédia. Por que Jesus mandou suas ovelhas vigiarem a proximidade da tentação? Será que é porque a tentação depois de assimilada, após o encanto passar, ela se transforma em carrasco impiedoso? O bom pastor, que deu a vida por suas ovelhas, não deseja que cordeirinhos sejam sacrificados pelo carrasco, o executor de bodes encantados pela tentação. O bom pastor deseja que o rebanho dele se recolha no aprisco. Enquanto suas ovelhas ainda estão a caminho da passagenzinha para dentro do aprisco no céu, o que as cerca por aqui? Selva, mar e ares, né? Pois é: você e eu corremos o risco de encarar o carrasco enquanto estivermos fora do aprisco da eternidade! Mas qual a garantia de proteção enquanto estamos nesse caminho, do lado de fora do aprisco? Vigiai e orai! A garantia está em vigiar e orar. Você tem vigiado? Se você tem vigiado, você tem orado o Salmo 91? Você acha que há segurança alternativa, algo light, que dispense vigilância e oração quanto ao carrasco e seu machado da marca tragoidia?

Aprendendo a viver. Quero concluir enfatizando, não as tragédias, mas as passagens, passagens bíblicas (o Salmo 91, por exemplo. Poderia ser o capítulo 8 de Deuteronômio também, e muitas outras passagens). Está na disciplina de caminharmos junto ao pastor ressuscitado das ovelhas, o eterno Emanuel, a garantia fiel de proteção quanto às tragédias. E quando atravessarmos a passagenzinha para o aprisco, o canto que se ouvirá não será mais de tragoidia, de clamores de bodes ensangüentados. Pois, então, estaremos após o mar (beyond the sea), após o poder do caos dos mares da vida, onde dançaremos sob canções de deleite como a interpretada pelo irmão Robbie Williams, que você não pode deixar de entender e praticar. O Robbie diz que não quer mais saber de velejar em águas tentadoras. Foi numa dessas que ele perdeu a mulher de seus sonhos. Perder esposa é trágico, não é? Você já observou quantos bodes perdem cabras hoje em dia? Bodes precisam fazer pós-graduação na Universidade dos Carneiros. Hahaha!

Então, para fechar (não o aprisco, mas o artigo) leia e reflita sobre o valor protetor da vigilância e da oração. Vigiai e orai! Pois só na prudência e na adoração a Deus permaneceremos escondidos do carrasco especialista em tragoidias.

Escondendo-se da tragédia. A pessoa que procura segurança no Deus Altíssimo e se abriga na sombra protetora do Todo-Poderoso pode cantar a ele:Ó Senhor Deus, tu és o meu defensor e o meu protetor. Tu és o meu Deus; eu confio em ti.” Deus livrará você de perigos escondidos e de doenças mortais. Ele o cobrirá com as suas asas e debaixo delas você estará seguro. A fidelidade de Deus o protegerá como um escudo. Você não terá medo dos perigos da noite nem de assaltos durante o dia. Você não terá medo da peste que se espalha na escuridão nem dos males que matam ao meio-dia. Ainda que mil pessoas sejam mortas ao seu lado, e dez mil, ao seu redor, você não sofrerá nada. Você fez do Senhor Deus o seu protetor e, do Altíssimo, o seu defensor; por isso, nenhum desastre lhe acontecerá, e a tragédia não chegará perto da sua casa. Deus mandará que os anjos dele cuidem de você para protegê-lo da tragoidia aonde quer que você vá.









Beyond the Sea (Robbie Williams)
Somewhere beyond the sea / Somewhere waiting for me / My lover stands on golden sands / And watches the ships that go sailing /
Somewhere beyond the sea / She's there watching for me / If I could fly like birds on high / Then straight to her arms I'd go sailing /
It's far beyond the stars, / It's near beyond the moon / I know beyond a doubt / My heart will lead me there soon /
We'll meet beyond the shore / We'll kiss just like before / Happy we will be beyond the sea / And never again I'll go sailing /
I know beyond a doubt / My heart will lead me there soon / We'll meet, I know we'll meet beyond the shore / We'll kiss just as before / Happy we will be beyond the sea / And never again I'll go sailing
No more sailing / So long, sailing, sailing, no more sailing / Good-bye, farewell my friend, no more sailing / So long sailing, no more sailing / no more, farewell... / no more sailing


A gente evita tragédias vigiando e orando para sermos escondidos do carrasco sob a fidelidade de Deus.

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