Entre, o mundo interior é teu!

Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

1.1 - Ainda, nenhum ser vivente

No começo, Deus criou os céus e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente, e estava coberta por um mar profundo. A escuridão cobria o mar; E o Espírito de Deus se movia por cima da água.

No começo, como hoje, tu ainda não és integrante ativo de meu universo preferido. Tua terra é uma ante-sala de minha casa. Este teu provisório meio ambiente tem duas portas: a de entrada, onde está tua infância; e a de saída, com teu destino, aonde tu irás. Uma e outra vão se distanciando à medida que eu concedo o escoar do tempo de tua vida. Certo, contudo, é que estabeleci dias e eventos para teus tempos de barco em forma de corpo. Dirijo o show de tua vida. Governo o auditório que te assiste. Digo quando devem aplaudir e quando te atirar pedras. De olhos vendados, conduzes teu barco. Teu barco é teu palco, mas o rio e o show são meus. Me admiro que tu só te ocupas em remar, em desempenhar, em gastar a energia que não é tua; mas, minha. Tu não te importas em saber de onde veio, nem aonde remas. Por que tu não te remetes à tua fonte, onde te gerei? Por que não paras e pensas em teu destino? O rio da tua vida é que escoa, que avança. Basta reconhecer que o que é, já passou. O que será, será; ainda não entrou em teu palco móvel. Em teu último episódio, tu terá a mim.

Consideres teu encontro próximo comigo. Ao menos indagues sobre o que te espera a jusante de teu curso. O que queres? Uma queda brusca ou uma eclusa suave? Não te importas com precipícios? Não desejas ser elevado? E o continuar navegando em novas águas? Preferes a reconstrução ou a destruição de teu palco? As águas de meu trono são elevadas. Águas altas são de montanha; e são puras. Moro sobre montes. E todas as águas são minhas.

Pela minha palavra fiz todas as coisas. Tu pensas que as civilizações constroem alguma coisa? Não constroem. É minha palavra que autoriza e instrui qualquer construção. Tu te acostumastes com palavras substantivas, que definem e acentuam coisas. Essas apenas enunciam ou compõem, mas não criam coisa alguma. São palavras de show; apenas denotam imagens de teu palco; não são reais. Tudo o que é meu é real. Em meu mundo, até o teu imaginário pode ser real conforme minha vontade. As palavras de teus semelhantes trazem engano. Minha palavra é real, pois é a correta verdade. Nada do que existe foi feito sem minha palavra.

As escrituras, contendo minha palavra, informam que criei a terra. E com minhas próprias mãos fiz os céus. Fiz o céu natural, regido por minhas leis físicas, para abrigar a química dos recursos naturais necessários à tua vida na terra. E fiz o céu sobrenatural, regido por minhas leis metafísicas, para hospedar tudo o que é real, como o amor. Pela minha ordem foram estabelecidos o sol e as estrelas das galáxias; a esses dei luz própria. No cosmo também assentei a terra, os astros e toda matéria semeada em seu espaço; esses têm luz emprestada quando desejo que brilhem.

Catorze bilhões de anos estimam a idade da luz que vês em meu céu. Minha idade, ou o tempo em que me exponho visível, é suficiente para creres que existo? Teus semelhantes estão aos poucos aprendendo a ler a dimensão temporal da eternidade. Muitos têm dificuldades com minha infinitude, mas eles também não se importam se encerro o tempo de suas consciências; ou se termino o tempo de pessoas e de suas coisas sem lhes consultar. Eu ajo finita e infinitamente. Escolho a dimensão e a defino. Digo quando começa, digo quando termina. Sou meio, sou apoio e sou fim de tudo o que criei. Eu te criei, não criei?

Observe os mares, eu juntei suas águas num só lugar. Guardei os oceanos em reservatórios. Eu meço a água do mar com as conchas das minhas mãos. Eu ajusto os contornos do universo na proporção mínima de meus dedos. Além de tua terrinha, onde mais eu pus água? Três quartos de ti são água. Três quartos de teu planeta são água. As coincidências são minhas. Eu te faço pensar. Se não pensas, não existes. Penses o número de vasilhas de terra que usei para fazer teu planeta mutante. Penses no peso das montanhas de sílica e carbono. Por que tudo é tão preciso, tão certo? Sou perfeito, e tu? O que fazes da perfeição que criei em ti? Penses.

Que toda a terra aprenda a temer o seu criador, pois ele é o senhor único. Que todos os habitantes de teu mundo aprendam a temer quem lhes deu o meio em que vivem, pois eu sou o dono da terra. Sabes o que significa temer? Procures revisitar teus conceitos herdados de culturas de sociedades mundanas. Queres saber os contornos da ausência de temor ao criador do mar? Penses em nadar mar adentro em noite sem luar. Nades a braçadas na direção da linha cinzenta do horizonte. Não penses em retornar à praia. Não te arrependas. Afinal, teu coração fechou-se ao arrependimento, não fechou? Sigas engolfando-te nas ondas contrárias até não mais suportar o peso de braços que nadam a dor. Não havendo mais o mínimo pulsar de energia em teus músculos e brônquios, penses então em voltar ao pó da areia. Onde estão a força e a orientação? Desapareceram? Resta-te a imagem mental do abismo abaixo. Do abismo de cima, não há tempo para o socorro. Te restam a fria, negra e densa escuridão a sugar teus pés. E agora? Só afundes, rendendo-te incontinente ao titânico abismo que te inunda. Conheces-te algum suicida deste tipo de morte? Por que será que até o engano de mentes depressivas teme as regiões abismais? Eu criei o abismo. Para quem te criei? Para quem criei o abismo?

Desde que inseri a luz na escuridão, que significa o tempo da criação comparado ao intervalo de teus anos de barquinho no rio da vida? Um teu semelhante, o geocientista Eicher, elaborou o seguinte exercício: imaginou comprimir em um só ano os 4,5 bilhões de anos geológicos da terra. Nesta escala de tempo, as rochas mais antigas (3,6 bilhões de anos) teriam surgido apenas em março. Os primeiros seres vivos (3,4 bilhões de anos) apareceram nos oceanos em maio. As plantas e os animais terrestres surgiram no final de novembro (400 milhões de anos atrás). Os dinossauros dominaram os continentes e os mares nos meados de dezembro, mas desapareceram no dia 26 (de 190 a 65 milhões de anos), mais ou menos a mesma época em que comandei o elevar das montanhas rochosas. Os humanóides (muito diferentes de você em inteligência) apareceram em algum momento da noite de 31 de dezembro (a 11 milhões de anos). Roma, então, governou o mundo durante 5 segundos, das 23h:59m:45s até 23h:59m:50s. Colombo descobriu a América (1492) 3 segundos antes da meia noite, e a geologia nasceu (1795), há pouco mais de 1 segundo antes do final desse movimentado ano. Quanto tempo mesmo você viverá em teu barquinho?

Na escritura está dito que em seis dias eu fiz o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles, mas no sétimo dia descansei. E que, por isso, abençoei o sábado e o separei para ser um dia santo. Como eu concluí a criação em seis dias, em que dia tu estás vivendo? Em que dia vivem todos os teus semelhantes? Quando criei o homem e a mulher, teus pais originais? Você e esses teus pais vivem todos no meu sétimo dia? E os sepultados, em que dia estão? O que é descanso? O que é bênção? O que é sábado? O que é dia santo? Para que mesmo eu te criei? Para tu descansares comigo em meu sábado? Ou para morreres no abismo? Que fração de tempo tu silenciarás quando eu te interrogar em juízo? Sou eu teu pai, teu Deus ou teu juíz? Descanses por enquanto, o dia que se chama hoje é sábado. O dia do descanso é um tempo para pensar, tempo de amadurecer; de tomar decisão de justiça ou injustiça, de distinguir a realidade dentre muitas imagens; e partir, para me encontrar.

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