Entre, o mundo interior é teu!

Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.

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domingo, 28 de junho de 2009

PARA QUEM QUER UM EMPREGO MELHOR,

O Senhor emprega sal e luz.

Idas e vindas na vida. São cinco e trinta da manhã de sexta-feira. Hora de acordar, aprontar-se, chamar o taxi, seguir para o aeroporto de Brasília. Bastam cinqüenta e cinco minutos de vôo para pousar em Confins. Tomar o café da manhã em casa, após cinco noites fora, no trabalho, é algo agradável, bastante prazeroso, uma recompensa ao emprego que está a setecentos quilômetros de distância da família. A rotina se repete, e já se vão três anos. O que você acha? Este é um bom emprego?

A noite de domingo logo chega. Voar de volta à capital é uma opção, no entanto, às vezes pesa no orçamento doméstico. Logo, evito-a, preferindo o ônibus fretado que roda entre Belo Horizonte e Brasília semanalmente. São quarenta quilômetros de casa até o ônibus, e setecentos e quarenta quilômetros de estrada até Brasília. Passo onze horas de confinamento numa poltrona de quarenta e cinco centímetros de largura, quarenta e cinco graus de inclinação, e compartilho o ar e o ronco de até quarenta e cinco colegas passageiros. O que você ainda acha? Este é um bom emprego?

Este tem sido um ótimo emprego! Estou profissional e familiarmente muito satisfeito devido as características do meu emprego. Minha rotina, embora um tanto atípica, não chega a ser exclusividade nem algo maçante. Esses sistemas de transporte (ônibus, avião, carro) andam recheados de executivos, dando exemplo de que esta é uma sociedade marcada pela mobilidade e por boas opções de apoio à vida no planeta. Há várias justificativas para minha satisfação com meu atual estilo de trabalho, um estilo todo meu e pleno de particularidades que refletem o que corre e ocorre no meu mundo interior.

Somos peregrinos na terra. Minhas idas e vindas semanais entre minha casa em Minas Gerais e meu trabalho no Distrito Federal trazem benefícios típicos a quem peregrina. O peregrino é um estrangeiro por anda passa. Ele não tem endereço fixo nas cidades onde habita ou labuta. Exemplos de peregrinos? Temos alguns bons: Jesus, Moisés, Abraão. A pátria do peregrino está geralmente distante no tempo e no espaço. É preciso ter fé de que um dia iremos alcançá-la. Todos os esforços e energia de tal viajante são empenhados na caminhada de volta à pátria – seu local de origem e de cidadania. É como se diz no Manual do Senhor: Porque, os que assim vivem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar a ela. Mas agora os peregrinos desejam uma melhor morada, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma feliz cidade.

Ir e vir entre os ambientes da família e do trabalho me faz lembrar que meus laços de intimidade com meus queridos são apenas temporários e localizados. E isso é bom! A temporalidade, ao findar, dará início à atemporalidade dos relacionamentos eternos. E isso é muito bom! O tempo e o espaço dos relacionamentos em nossas peregrinações por aqui são dimensões de investimento em relacionamentos eternos no céu.

Somos chamados à disciplina. O primeiro tempo da final entre Brasil e Estados Unidos na Copa das Confederações 2009 terminou em 2x0 para eles. Quanto preparo físico e disciplina tática você acha que os empregados do futebol brasileiro precisaram despender para virar o jogo em 3x2 e conquistar o campeonato? Quantas idas e vindas no gramado foram necessárias até se conseguir bater o adversário que dá muito trabalho? Minhas idas e vindas ao emprego (o que equivale a duas voltas completas ao mundo por ano) são um excelente estímulo ao preparo físico e à disciplina tática para aprender a enfrentar e a superar os desafios da felicidade. Por isso digo que tenho um ótimo emprego. Estou sendo treinado a permanecer companheiro da disciplina. Se Jesus é o centro de minha vida (se sou cristocêntrico) necessito ser uma pessoa dependente dele em disciplina.

O Senhor foi, em tudo, disciplinado. Ele foi estudante disciplinado das Escrituras, para dar cumprimento preciso do plano de Deus para nossa salvação. Ele foi disciplinado no trabalho de carpinteiro e dali retirou seu sustento físico e emocional, pois passara décadas a ouvir o martelar de pregos na madeira, até aquela sexta-feira da paixão (por nós) em que seus punhos e pés foram pregados no madeiro, e dali pôde descer com autoridade ao inferno para destruir as barreiras que se interpunham entre o céu e a terra – liberando-nos passagem na morte para dentro da eternidade com o Pai. Tua atual disciplina tem um propósito elevado no futuro, querido! Haverá trechos na estreita trilha da vida que pedirá todo o nosso preparo físico e tático diante de batalhas que têm de ser vencidas. Na vida há certas batalhas que têm de ser batidas – são batalhas de finais de campeonato!

Ser um melhor empregado. Passar cinco de sete dias por semana longe da esposa e dos filhos não é desafio trivial à manutenção de um relacionamento saudável em casa. Meu emprego é um teste de fidelidade de nossos laços de família. Se eu falhar nesse teste, perco minha mulher, filho e filha. Se aprovado, terei uma família para me abrigar e me confirmar na boa estrada dos relacionamentos dentro e fora de casa. Desenvolver fidelidade é aprimorar-se nas afeições, nos sentimentos e na perseverança. Ser fiel é observar rigorosamente a verdade comprometida nas relações sociais. Então está claro que tenho um ótimo emprego, ainda que este esteja a mais de setecentos quilômetros de casa. Seria isto? Eu estaria acumulando quilômetros de fidelidade para gastar futuramente quando os desafios emocionais surgirem no âmbito familiar? Quando seus queridos e amigos tiverem de depender, nos estreitos dessa vida, de sua palavra equilibrada e fiel, de onde você tirará os recursos? O que você terá na bagagem para oferecer-lhes? A canção de Beyoncé Knowles, “If I were a boy”, deixa claro a necessidade de sermos melhores homens. Alguns de seus trechos musicais não são nada triviais. Eis as dicas de emprego que ela dá aos homens:

Se eu fosse o homem, procuraria entender os sentimentos de minha mulher.
..., prestaria atenção nas suas palavras.
..., protegeria o amor para não provar a dor.
..., valorizaria minha mulher, ouvindo seus conselhos.
..., estabeleceria as regras, mas não vacilaria na fidelidade a elas.
..., seria um homem, um homem melhor para seu amor.


If I Were a Boy (Beyoncé Knowles)








If I were a boy even just for a day / I'd roll out of bed in the morning / And throw on what I wanted / And go drink beer with the guys
And chase after girls / I'd kick it with who I wanted / And I'd never get confronted for it / 'Cause they stick up for me
If I were a boy / I think I could understand / How it feels to love a girl / I swear I'd be a better man
I'd listen to her / 'Cause I know how it hurts / When you lose the one you wanted / 'Cause he's taking you for granted / And everything you had got destroyed /
If I were a boy / I would turn off my phone / Tell everyone it's broken / So they'd think that I was sleeping alone
I'd put myself first / And make the rules as I go / 'Cause I know that she'd be faithful / Waiting for me to come home, to come home
If I were a boy / I think I could understand / How it feels to love a girl / I swear I'd be a better man
I'd listen to her / 'Cause I know how it hurts / When you lose the one you wanted / 'Cause he's taking you for granted / And everything you had got destroyed
It's a little too late for you to come back / Say it's just a mistake / Think I'd forgive you like that
If you thought I would wait for you / You thought wrong
But you're just a boy / You don't understand / And you don't understand, oh / How it feels to love a girl / Someday you wish you were a better man
You don't listen to her / You don't care how it hurts / Until you lose the one you wanted / 'Cause you're taking her for granted / And everything you had got destroyed / But you're just a boy


O ego e o emprego. Um estilo de vida de qualquer pessoa, que naturalmente tem suas muitas idas e vindas, altos e baixos, beneficia-se enormemente quando tem o ego, o seu centro, na pessoa de seu Criador. Pois “o Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; e de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já antigamente ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que o Senhor não esteja longe de cada um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos”.

Eu me pergunto: quanta consciência de Deus, o Senhor, tem as pessoas deste mundo exterior, em especial as famosas? As que vivem suas idas e vindas, seus altos e baixos, como que em uma grande gangorra, que ora lhes permite ver ao longe, ora, bem de perto, as nuanças que a vida toma, como que numa sequência de alertas para a finitude da dinâmica da vida. Nos meus longos e silenciosos deslocamentos entre minha casa e meu trabalho, aprendi a passar horas refletindo sobre a finitude desta vida sanguínea comparada à fluidez da vida eterna prometida na palavra de Deus a todos quantos o priorizam acima de si mesmos.

Um pacto de emprego. Fico me perguntando que destino teve o superstar Michael Jackson, falecido há poucos dias. Será que ele chegou a amadurecer diante de Deus em seus breves 50 anos de idas e vindas pelos palcos da fama e da infâmia, da fortuna e da falência? Será que ele teve oportunidades de refletir sinceramente sobre a distância entre seu ego e seu superego? Onde foi deixado o Deus Criador do Michael em seu processo de satisfação plena dos instintos e desejos? Será que o apaixonante cantor de uma de minhas músicas favoritas (I´ll be there) esqueceu-se completamente de que cantara em 1970 um pacto com Deus? A letra de “Estarei lá” é uma verdadeira declaração de amor, que nos convida a levar Deus muito a sério, em nosso mundo interior: Você e eu devemos fazer um pacto. Devemos trazer salvação de volta. Onde existir amor, estarei lá. Estenderei minha mão para ti. Terei fé em tudo que fazes. Clame a mim, e estarei contigo. Estarei lá para confortá-lo. Construirei meu mundo dos sonhos em ti. Estarei lá com meu amor implacável. Serei tua força. Estarei seguro em ti. Vou adorá-lo com amor altruísta!

I´ll be there (Michael Jackson)








You and I must make a pact / we must bring salvation back / where there is love, I´ll be there
I´ll reach out my hand to you, / I´ll have faith in all you do / just call my name and I´ll be there
And oh - Ill be there to comfort you, / Build my world of dreams around you / I’m so glad that I found you / I´ll be there with a love that’s strong / I´ll be your strength, I´ll keep holding on / Yes I will, yes I will
Let me fill your heart with joy and laughter / Togetherness, well that’s all I’m after / Whenever you need me, I´ll be there / Ill be there to protect you / With an unselfish love I respect you / Just call my name and Ill be there
If you should ever find someone new / I know he’d better be good to you / because, if he doesn’t, I´ll be there / Don’t you know, baby, yeah yeah / I´ll be there, I´ll be there, just call my name, I´ll be there
(Just look over your shoulders, honey - ooh) / I´ll be there, I´ll be there, whenever you need me, I´ll be there
Don´t you know, baby, yeah yeah / I´ll be there, I´ll be there, just call my name, I´ll be there...


Emprego de sal e luz. Tanto eu, quanto Michael, quanto Beyoncé, quanto você precisamos estar atentos a uma oferta perene de emprego realmente compensador. É emprego real, de rei, de gente que vai e vem de um canto do céu para outro com poderes absolutos de fazer o bem ao próximo. A incumbência principal desse emprego maravilhoso está nas propriedades do sal e da luz. Sendo sal, requer-se do candidato ter nascido da interação entre um ácido (liberador de cargas positivas; a palavra de Jesus, por exemplo) e uma base (ingrediente principal numa mistura; o amor, por exemplo). Sendo luz, requer-se do candidato a habilidade de emitir claridade, mesmo não a possuindo, mas que reflete a partir de outro corpo (Deus, por exemplo). Ser sal e ser luz no mundo exterior e tão fundamental para agradar à Autoridade, que emprega nossas vidas, que o próprio Impecável Carpinteiro (e executivo da Palavra e do Amor) assim ensinou:

— Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam.
— Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. A luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e honrem o Pai de vocês, que está no céu.



Quem procura o melhor emprego na vida faz de suas idas e vindas uma trilha fértil em amor e paz, para alimentar e iluminar os candidatos do mundo exterior rumo à feliz cidade.


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