Um menino não suporta o Insuportável
[Dá a mão à tua Felicidade! — Leia mais a Bíblia para você ver]
[Por conta do Pai, este texto dá vontade de dar as MÃOS]
23/01/2011. Meu pai, enquanto viveu, tocou muitas obras pesadas. Nos tempos de Casarão então, é que ele atingiu o seu máximo nos trabalhos de pedreiro! Ali ele atingiu seu ápice de realizações com cimento, areia lavada, tijolos, brita-zero, marreta, serrote, martelo, picareta etc. Ali também ele atingiu seu descanso máximo – pois poucos anos, após ter de mudar-se para São Paulo com minha mãe e a maninha caçula, ele foi morar numa mansão lindíssima que ele não construíra com materiais de construção; mas, com materiais do coração, do mundo interior do meu pai: o Seu Antônio, de todos; ou o Correa, do irmão Abreu do O Globo; ou, mais carinhosamente, o Tonico, da minha avó Maria da Granja, que morava na Penha, bem pertinho do Rio.
Naqueles dias de Casarão, que coincidira com meus trabalhos nos trens e nos balcões de lojas de Nilópolis e Morro Agudo, sempre que meu pai precisava de mim, para uma mão de servente de pedreiro ou pintor de janelas e portas, me vinha à lembrança a primeira vez que conheci um depósito de material de construção. Morávamos ainda na Rua Lili; e isso, creio, foi no ano de 1968, nos meus nove anos de idade, um ano antes de mudarmos para a Rua Alcides Queiroz, 271, a rua do casarão, e do pé de jamelão da Dona Mirtes. Pois bem: o meu pai me levara ao depósito que ficava do outro lado da linha do trem. Só que eu não imaginara quão longe seria a ida e quão excruciante seria a volta pra casa.
Para chegar ao depósito a gente subia o morrinho da Rua Lili; virava à direita numa rua que descia até passar um riacho estreitinho e muito sujo, coberto por uma laje sem mureta lateral; virávamos a esquerda até alcançar o depósito de material do Português, onde meu irmão mais velho trabalharia; virávamos à direita, paralelo à linha do trem; seguia reto, passando pela escadaria na estação ferroviária, onde a Dona Maria dos bolinhos de aipim com carne moída alimentaria camelôs e Cia; continuávamos seguindo reto até a cancela do trem, onde virávamos à esquerda; atravessávamos a linha do trem; e... Andava só mais uns quinhentos metros até chegarmos ao tal depósito de material de construção, cujo proprietário vendia muito, a fiado, com anotações a lápis numa caderneta.
O balcão, que ficava na altura dos meus olhos, ia sendo coberto das compras do meu pai. Lembro-me que ele comprara um vaso sanitário na cor azul oceano, para as dejeções dos clientes da odontoclínica que ele construíra para alugar na Rua Lili. Ele comprara tantos outros itens amontoados no balcão que obstruiu minha visão da barriga grande que tinha o proprietário, do outro lado do balcão. Aí, o meu pai assinou a caderneta e eu pensei que voltaríamos de caminhão para casa trazendo aqueles materiais de construção. Meu Deus...! O meu pai colocou o vaso sanitário na minha cabeça para eu carregá-lo todo o caminho de volta para casa!
Lembro-me que enquanto o meu pai ia lá à frente, como um sansão destruidor de embrulhos filisteus, escalando a bravas passadas o morrinho da estação, eu tentava segui-lo lá de longe, suando frio de não aguentar mais o peso daquele vaso azul da cor do mar da Galiléia. Será que meu pai não encontrara uma alternativa gradualmente mais didática para ensinar-me resistência à dor? Não sei contar o resto da história, de como sobrevivi os três quilômetros restantes da volta. Não descarto a possibilidade de eu ter desmaiado.
Há momentos na vida da gente que a carga se torna insuportável, pois excede nossa capacidade física, intelectual e emocional. Nessas horas – eu aprenderia após vasos e vasos nada levemente azuis – que a gente tem de suportar situações da vida até desmaiarmos sinceramente. Eu aprendi no corpo e na alma, que quando não podemos mais caminhar sobre o peso do Insuportável, há um Pai do céu que nos socorre enquanto desmaiamos na sinceridade das nossas limitações humanas. Aprendi ainda a desejar caminhar de mãos dadas com meu Pai, pois só assim eu teria certeza que o Insuportável não me veria de mãos vazias. ― Um menino não suporta o Insuportável. ― pequena.nuvem.elyasfm@gmail.com
PENSA NISSO, VAI!
Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não dêem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador. O Senhor Deus é a minha força. Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro! – Habacuque, 2500 anos antes de hoje.
FAZE ISSO, VAI! – De mãos dadas
Imagem
INSPIRA-TE NISSO, VAI! – Sem coração partido
Música
CONTINUA NA BÍBLIA, VAI! – Vivendo isso
O rei da adoração ao Pai garante, pois disse: Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, nunca desamparaste os que te buscam.
Salmos 8 e 9
Entre, o mundo interior é teu!
Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.
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domingo, 23 de janeiro de 2011
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