Um menino de balcão viu o olhar de um colega de trem.
[Vive e sara tua Felicidade! — Leia mais a Bíblia para você ver]
[Este texto pede para observar OLHOS infantis]
21/01/2011. Até o destino final em Japeri, meu trem de Nilópolis, que iniciara a corrida na estação Central, prosseguiria sussurrando mansamente o atrito férreo das rodas contra a face interna dos trilhos. Seu balanço e sons eram memoráveis na minha cabeça. Tinha a sensação de que as pessoas silenciavam no interior de um trem em solidariedade ao urro estridente que aquele gigante bonzinho suportava no trabalho sério. Era como se o trem imitasse a educada mula do Seu Zé, que me dera instrutivas caronas aos sábados, pela estrada do Riachão afora, para levar o lanche do meu pai e de seus amigos pedreiros não-profissionais, para a obra voluntária de construção da igrejinha de “não sei onde” – um lugar “nada a ver”, e muito afastado do campinho de peladas do Ouro Fino, que ficava tipo um quilômetro da Rua Lili dos anos 1960.
O balançar do trem funcionava como um incansável e gentil instrutor de dança para mim. Nos tempos de camelô, a gente se equilibrava na cintura, de um jeito que as pernas ficavam firmes no piso do trem e a bunda ficava meio que bamba. Quem observava a distância via a gente como que dançarinos sem banda de música, mas com alguma bunda dançante. A gente só usava as mãos para servir as pessoas do trem, dando-lhes o produto desejado: picolé, bananada, amendoim torrado, pé-de-moleque etc.; e o troco. A gente não se segurava na chupeta, porque éramos pequenos em estatura, e, principalmente, porque tínhamos de demonstrar profissionalismo – um camelô que se prezava conseguia se equilibrar só nas próprias pernas, não dependia de chupetas.
Numa noitinha daquelas, ao término do expediente no balcão da loja de doces do Seu Luiz em Nilópolis, quando o trem chegara à minha estação de Morro Agudo, notei um olhar meio triste de alguns ex-colegas camelôs. No final do dia, antes de deixar a estação e ir para casa dormir, a gente se reunia por uns 10 minutos em torno da dona Maria, a que vendia bolinhos de aipim com carne moída num cesto bem grande de vime. A dona Maria, que ficava sentada no alto da escadaria, que descia para o lado pobre do meu bairro, era uma senhora bem morena, forte, e com jeito de mãe. Quando camelô eu só conseguia comprar um ou dois bolinhos da dona Maria.
Mas naquele dia eu comprei e comi ali mesmo um tanto de bolinhos; muito mais que dois ou três, pois eu tinha recebido salário na loja de doces. Conforme eu os comia, eu notava que os demais camelôs observavam-me usando calças compridas e Kichute preto. E ficavam admirados do meu poder aquisitivo, pois eu não usava mais chinelos de dedo e podia comprar uma quantidade exorbitante de bolinhos de aipim com carne moída.
Eu teria que viver décadas a adquirir bolinhos, cestos e sandálias até entender que felicidade não é isso. Felicidade não é crescer para ter bolinhos de sobra para comer; ou ter cestos na forma de carros para se auto-engordar; ou ter pés bem calçados para pisar bonito. Felicidade é reduzir-se até compreender mensagens do céu, a brilhar nos olhos de uma criança qualquer. Um menino de balcão viu o olhar de um colega de trem.
OUÇA ISSO, VAI! – Queira ser como criança
Música
OLHA ISSO, VAI! – Paz ribeirinha
Imagem
PENSA NISSO, VAI!
A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas. - Horácio
CONTINUE LENDO A BÍBLIA PARA VOCÊ VER, VAI!
E agora, descanse; fazendo das palavras de um bom rei as suas: O Senhor já ouviu a minha súplica; o Senhor aceitará a minha oração.
Entre, o mundo interior é teu!
Neste meu mundo, dentro deste coração, você apreciará reflexões sobre a obra do Impecável Carpinteiro. Ele é aquele que não cobra pelos serviços que presta; na verdade, ele pagou ao mundo o direito de aliviar o peso do madeiro sobre os ombros de seus amigos, os viajantes da existência. Meu blog é dedicado, consagrado, a Jesus, se é que terei a honra e a competência de construir algo respeitoso ao Eterno, ao que foi morto, e agora vive. Vive e intercede por gente simples; gente que procura entender corações e mentes de outras gentes simples, modestas, espontâneas.
Continuar lendo...
Continuar lendo...
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário